1. Início
  2. / Ciência e Tecnologia
  3. / Cientistas e engenheiros britânicos criaram a primeira bateria de diamante atômico da história — meia-vida de 5.700 anos
Tempo de leitura 2 min de leitura Comentários 8 comentários

Cientistas e engenheiros britânicos criaram a primeira bateria de diamante atômico da história — meia-vida de 5.700 anos

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 14/12/2024 às 12:55
bateria de diamante, bateria, diamante
Foto: Reprodução

Cientistas e engenheiros britânicos desenvolveram a primeira bateria de diamante atômico, com meia-vida de 5.700 anos, prometendo uma revolução na forma como armazenamos e utilizamos energia.

Cientistas criaram uma bateria inovadora que pode alimentar dispositivos por milhares de anos. Desenvolvida pela Autoridade de Energia Atômica do Reino Unido (UKAEA), em parceria com a Universidade de Bristol, a chamada bateria de diamante de carbono-14 promete transformar o setor de energia sustentável e revolucionar tecnologias médicas e espaciais.

Como funciona a bateria de diamante carbono-14?

O coração dessa inovação é o carbono-14, um isótopo radioativo com meia-vida de 5.700 anos. Isso significa que, mesmo após milênios, a bateria ainda retém metade de sua energia original.

O carbono-14 é encapsulado em diamante, o material mais duro conhecido, garantindo segurança total e evitando a liberação de radiação de curto alcance.

O processo de geração de energia é comparável ao funcionamento de painéis solares. No lugar de luz, porém, a bateria captura elétrons de alta velocidade emitidos dentro do diamante, convertendo-os em eletricidade de forma eficiente e contínua.

bateria de diamante, bateria, diamante
A bateria fina à esquerda deve durar mais de 5700 anos (Imagem: UKAEA)

Aplicações práticas

Com dimensões compactas – cerca de 10 mm x 10 mm e espessura de apenas 0,5 mm –, as baterias de diamante oferecem possibilidades impressionantes. Cientistas destacam o potencial uso em dispositivos médicos como marcapassos, aparelhos auditivos e implantes oculares. “Eles minimizam a necessidade de substituições frequentes, oferecendo uma solução confiável e sustentável”, explicou Sarah Clark, diretora do ciclo de combustível de trítio na UKAEA.

Além disso, essas baterias têm aplicações em ambientes extremos. No espaço, onde substituir baterias convencionais é inviável, a tecnologia pode garantir energia contínua para sondas, satélites e outros equipamentos.

Na Terra, a resistência a condições adversas amplia seu uso em dispositivos de segurança e outras tecnologias críticas.

bateria de diamante, bateria, diamante
Membros da equipe de baterias de diamante da UKAEA

Redução de resíduos nucleares

Outra vantagem significativa é o impacto ambiental positivo. O carbono-14 utilizado nas baterias é extraído de blocos de grafite descartados em usinas nucleares, reduzindo a radioatividade desses materiais.

No Reino Unido, estima-se que existam cerca de 95.000 toneladas de grafite em usinas nucleares. Ao transformar esse resíduo em baterias, os cientistas não apenas geram energia limpa, mas também ajudam a diminuir custos e riscos associados ao armazenamento de resíduos radioativos.

O professor Tom Scott, da Universidade de Bristol, destacou: “Nossa tecnologia pode atender desde aplicações médicas até soluções para exploração espacial. Estamos entusiasmados em avançar junto a parceiros industriais e de pesquisa nos próximos anos.

Essa bateria pode marcar uma nova era na sustentabilidade energética, combinando eficiência, durabilidade e benefícios ambientais.

  • Reação
  • Reação
  • Reação
  • Reação
  • Reação
26 pessoas reagiram a isso.
Reagir ao artigo
Inscreva-se
Notificar de
guest
8 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Osmário Coelho de Cerqueira
Osmário Coelho de Cerqueira
15/12/2024 10:37

O título da matéria não seria “Cientistas e engenheiros britânicos criaram a primeira bateria de diamante “nuclear” da história — meia-vida de 5.700 anos”, visto que o carbono-14 é radioisótopo beta-emissor?

Hudson Gomes
Hudson Gomes
15/12/2024 13:49

Graças, até que fim, sonhava com esta tecnologia de baterias de longa duração. Parabéns aos cientistas de Bristol.

André campos
André campos
15/12/2024 18:58

0.5mm aproximadamen 1mm o valor que traz desconforto visual em qualquer usuário de óculos de grau.

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x