A nova técnica dos cientistas utilizada na tinta termoelétrica usa um composto de chumbo e telúrio, capaz de gerar energia a partir da emissão de calor residual desses gases através do escapamento de carros
Segundo Jae Sung Son, professor de Engenharia de Materiais e principal autor desse estudo, é possível converter o calor gerado em chaminés das fábricas em energia elétrica. A partir de pesquisas e diversos testes, Jae Sung disse que tal façanha é viável. O professor afirma também que, até certo tempo atrás, isso seria impossível, pois os dispositivos termoelétricos que já existiam possuíam formas retangulares, tornando-os ineficazes. Criar tubos semelhantes ao escapamento dos carros, trouxe aos cientistas resultados mais satisfatórios.
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Tinta termoelétrica pode revolucionar o mercado energético
Os cientistas à frente o projeto de pesquisa sobre a tinta termoelétrica resolveram fabricar em impressora 3D, tubos termoelétricos, justamente pela ineficácia dos dispositivos termoelétricos existentes. Eles também resolveram misturar o material metálico em um solvente de glicerol, com objetivo principal de aumentar a viscosidade e elasticidade da tinta termoelétrica.
A viscosidade e elasticidade da tinta termoelétrica sem aditivos teve uma grande melhora, já que as cargas superficiais foram induzidas através de dopagem eletrônica pelos pesquisadores, no laboratório. Com tudo isso, os pesquisadores obtiveram bons resultados, como por exemplo a melhora do desempenho dos tubos fabricados na impressora 3D.
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O desempenho termoelétrico dos tubos ficou entre 400 °C e 800 °C, sendo este um resultado extremamente satisfatório, já que ficou na mesma faixa de temperatura em que os gases são submetidos dentro do escapamento dos carros movidos a gasolina ou diesel. Os resultados positivos dos testes feitos em laboratório pelos cientistas fazem com que esse projeto fique cada vez mais perto da realidade.
Visão dos pesquisadores sobre o projeto
O professor de Engenharia Mecânica e também coautor do estudo, Han Gi Chae, deu ênfase e destaque ao formato dos tubos. Ele acredita que fabricar um tubo semelhante ao escapamento de um carro tornou o dispositivo mais eficaz na emissão e coleta de calor, além de abrir caminhos para que o estudo progredisse com sucesso.
Para o professor Chae, se a tecnologia de impressão 3D começar a ser utilizada na produção de materiais termoelétricos, haverá grandes possibilidades de substituir e superar os materiais utilizados tradicionalmente. As grandes empresas precisam acreditar e investir nessa tecnologia, que comprovadamente trás economia e alta no índice de faturamento.
Tintas termelétricas e escapamentos de carros podem ser transformados em geradores termoelétricos
Os cientistas acreditam que, no futuro, além do escapamento dos carros, os tubos de escape de frotas e também das chaminés das fábricas deverão ser transformados em geradores termoelétricos. E as pesquisas não param por aí.
É necessário que esses geradores constantemente sejam adaptados ou modificados para produzir energia elétrica renovável em grande escala, podendo variar de acordo com a necessidade do sistema.
Além disso, acreditar e investir em cada vez mais projetos de pesquisa é peça chave para se preparar para o futuro. Os cientistas esperam que o resultado positivo de seu projeto sirva para tornar os veículos menos poluentes e que essa tecnologia também seja aplicada em outras áreas. Para o professor Jae, o uso desses tubos termoelétricos poderão ser o futuro de uma indústria cada vez menos poluente.