Descoberta abre novos caminhos para tratamentos contra declínio cognitivo
Um estudo publicado em agosto de 2025 pela Nature Aging revelou que a proteína ferritin light chain 1 (FTL1) pode desempenhar papel decisivo no envelhecimento cerebral.
A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF), mostrou que manipular os níveis dessa proteína em camundongos provocou aceleração e reversão de perdas cognitivas.
A descoberta abre novas possibilidades para compreender e enfrentar doenças neurodegenerativas.
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Testes em animais mostram efeitos no hipocampo
Os pesquisadores concentraram suas análises no hipocampo, região crucial do cérebro para memória e aprendizado.
O envelhecimento natural afeta intensamente essa região.
Em setembro de 2024, os testes revelaram que camundongos idosos apresentavam maior concentração de FTL1, enquanto os jovens mantinham níveis menores.
A equipe então aumentou os níveis da proteína em camundongos jovens, que passaram a apresentar falhas de memória.
Eles também reduziram os níveis em camundongos idosos, que tiveram recuperação cognitiva parcial.
Segundo Saul Villeda, biomédico responsável pela pesquisa, os resultados foram claros: “É realmente uma reversão das deficiências cognitivas, e não apenas um atraso dos sintomas”.
Impacto da proteína nos neurônios e nas mitocôndrias
Além dos experimentos em animais vivos, a equipe avaliou culturas de células em laboratório.
Em outubro de 2024, observaram que níveis elevados de FTL1 atrapalhavam o crescimento dos neurônios.
Também impediram a formação adequada de ramificações essenciais para a comunicação cerebral.
O estudo indicou que o excesso da proteína pode comprometer o funcionamento das mitocôndrias, organelas responsáveis por fornecer energia celular.
Como essas estruturas já são associadas ao processo de envelhecimento, os resultados reforçaram a hipótese de que a FTL1 atua diretamente no desgaste cerebral.
Perspectivas para doenças neurodegenerativas
Embora os resultados ainda estejam restritos a modelos animais, as descobertas publicadas em 2025 são promissoras.
Para os autores, há indícios de que a proteína não é apenas consequência do envelhecimento.
Ela pode ser um motor biológico do declínio cognitivo.
Dessa forma, abriram-se caminhos para pesquisas aplicadas em doenças como Alzheimer e Parkinson, que afetam milhões de pessoas no mundo.
Compreender a atuação da FTL1 pode permitir no futuro o desenvolvimento de terapias capazes de restaurar funções cognitivas perdidas.
Ciência vê avanço, mas pede cautela
Apesar do entusiasmo, os cientistas ressaltam a necessidade de cautela.
Estudos em humanos ainda não foram iniciados, e a transposição de resultados de camundongos para pessoas exige anos de testes clínicos.
Ainda assim, a descoberta foi recebida como um marco na neurociência em 2025.
Segundo Villeda, “há mais oportunidades de aliviar as piores consequências da velhice”.
No entanto, é essencial que as próximas pesquisas confirmem os efeitos observados até agora.