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Cientistas descobrem algo revolucionário: sua respiração pode funcionar como nova biometria e revelar muito sobre sua saúde mental

Publicado em 14/06/2025 às 08:24
Respiração, Respiração humana, Saúde mental, Biometria
Imagem: IA
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Pesquisadores de Israel identificam a respiração como nova forma de biometria, capaz de revelar identidade e até emoções humanas sutis

Uma equipe de cientistas do Instituto de Ciências Weizmann, em Israel, está investigando algo inesperado: a respiração humana como forma de identificação pessoal. Não se trata de diagnósticos médicos tradicionais, nem de testes para atletas. O foco do estudo é entender se a maneira como respiramos pode dizer quem somos e até mesmo como nos sentimos.

A resposta surpreende: sim, cada pessoa parece ter um padrão respiratório único — como uma impressão digital.

Assinatura nasal única

A pesquisa foi liderada pelo neurocientista Noam Sobel e pela doutoranda Timna Soroka. Os cientistas analisaram a respiração nasal de indivíduos ao longo de 24 horas e descobriram padrões distintos para cada um.

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Mesmo depois de muitos meses, ou quase dois anos, esses padrões se mantiveram estáveis. A precisão de identificação foi de 96,8%.

O experimento foi feito com um dispositivo leve e personalizado. Ele era colocado na nuca e possuía tubos que passavam suavemente por baixo das narinas. O aparelho registrava o fluxo de ar de maneira contínua, capturando dados tanto durante o sono quanto em atividades diárias.

Diferente dos exames médicos rápidos, o método ofereceu uma análise detalhada da respiração por um dia inteiro. Isso permitiu aos pesquisadores observar como a respiração variava em diferentes momentos, como durante o descanso, o estudo ou o exercício.

Padrões que revelam mais do que identidade

Ao perceberem que os padrões de respiração eram únicos, os cientistas decidiram ir além. Em um grupo de 100 jovens adultos saudáveis, eles observaram como a respiração se relacionava com características físicas e comportamentais.

Foram incluídos indicadores como índice de massa corporal (IMC), ansiedade, depressão e traços emocionais.

Os dados revelaram ligações curiosas. Pessoas com mais ansiedade, por exemplo, mostraram inspirações mais curtas e pausas irregulares entre respirações, especialmente durante o sono.

Para os cientistas, isso abre uma nova possibilidade: se a respiração revela o estado emocional, será que alterar o padrão pode mudar esse estado?

Nova abordagem para saúde mental

O próprio Sobel comentou que, se for possível mudar a forma como alguém respira, talvez seja possível influenciar como essa pessoa se sente.

Embora essa ideia ainda esteja em fase de investigação, não é algo totalmente inédito. Técnicas de respiração já são usadas em práticas como meditação, ioga e terapias psicológicas.

O diferencial do estudo está na profundidade dos dados coletados. Foram analisadas 24 características respiratórias diferentes, como volume de ar, pausas e até a diferença entre narinas. Com essas informações, os pesquisadores criaram um modelo detalhado de cada participante.

Esse modelo ajudou a compreender como a respiração se conecta ao estado emocional e cognitivo. A expectativa é que, no futuro, um dispositivo semelhante possa acompanhar a saúde mental das pessoas de forma contínua, como já ocorre com passos e batimentos cardíacos em relógios inteligentes.

Respiração e cérebro: uma conexão direta

O estudo reforça uma teoria da neurociência de que respirar não é apenas uma função física, mas também cerebral. Inspirar e expirar se conecta com áreas do cérebro responsáveis por emoções, atenção e memória.

Pesquisas anteriores já mostraram que a respiração nasal influencia os ritmos do cérebro. Inspirar pelo nariz pode melhorar o foco e até afetar a percepção de emoções. Porém, esta foi a primeira vez que os ritmos respiratórios foram usados para identificar pessoas e entender como elas se sentem.

A equipe usou ferramentas específicas para análise, como o BreathMetrics, e métodos avançados de séries temporais, que extraíram mais de 7 mil características da respiração. Com isso, provaram que o padrão respiratório é único e estável, mesmo com dados de apenas uma hora.

O melhor desempenho foi observado durante as horas de vigília. Já durante o sono, os resultados também foram relevantes, mas com mais chance de falhas técnicas, como o deslocamento dos tubos.

Um novo tipo de biometria

Com os resultados obtidos, os cientistas acreditam que o fluxo nasal pode se tornar um novo tipo de biometria — algo comparável a exames de retina ou digitais. No entanto, ainda há desafios para tornar a tecnologia prática no dia a dia.

O dispositivo atual, apesar de leve, ainda é visível e pode lembrar equipamentos médicos. Isso pode causar desconforto no uso cotidiano. Por isso, a equipe está desenvolvendo uma versão menor e mais confortável.

Alguns dos pesquisadores estão ligados a uma empresa chamada Sniff Logic Ltd., que busca transformar essa tecnologia em algo acessível e funcional. O objetivo final é ir além do diagnóstico e chegar ao tratamento.

Treinar a respiração humana para tratar emoções

A ideia agora é investigar se a imitação de padrões respiratórios considerados mais saudáveis pode trazer benefícios para o humor ou a cognição. Se isso funcionar, a respiração pode se tornar uma ferramenta prática para melhorar o bem-estar.

A respiração tem uma característica interessante: pode ser controlada, mas também ocorre de forma automática. Isso faz dela um bom indicador da relação entre mente e corpo.

Há anos, cientistas observam como transtornos como ansiedade, depressão e autismo afetam a respiração humana. O que este estudo mostra é que mesmo pequenas variações no ar que entra e sai pelas narinas podem trazer informações relevantes, mesmo em pessoas sem diagnóstico clínico.

Rumo a novos caminhos

Os participantes do estudo não apresentavam transtornos psiquiátricos. Ainda assim, suas respirações revelaram diferenças significativas. Isso indica que a análise respiratória pode abrir espaço para abordagens mais suaves e detalhadas na saúde mental.

Com o avanço dessa linha de pesquisa, uma coisa fica clara: a respiração, que por muito tempo foi vista apenas como algo mecânico, pode ser uma das formas mais precisas e discretas de entender o ser humano.

Com informações de ZME Science.

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Romário Pereira de Carvalho

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