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Cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia da China criaram uma bateria espacial recarregável e leve, capaz de funcionar como uma célula de combustível na atmosfera de Marte

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 09/10/2024 às 13:25
Foto: Reprodução

Uma nova bateria espacial desenvolvida por cientistas chineses pode funcionar na atmosfera de Marte e suportar temperaturas extremas

Cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia da China anunciaram o desenvolvimento de uma bateria espacial inovadora para exploração em Marte. Esta bateria, além de ser leve e recarregável, pode utilizar a atmosfera marciana como fonte de energia, resistindo às extremas variações de temperatura do planeta vermelho.

Essa tecnologia representa um avanço significativo nas missões de exploração espacial, onde o uso eficiente de recursos locais é crucial para o sucesso a longo prazo.

Uma inovação para missões espaciais

bateria, marte

Conforme os pesquisadores, a bateria espacial consegue realizar a “inalação direta da atmosfera de Marte como combustível” durante o seu processo de descarga. Além disso, pode ser recarregada utilizando fontes de energia externa, como solar e nuclear.

Essa capacidade permite que o dispositivo funcione por longos períodos, mesmo em condições desafiadoras. Segundo o estudo publicado na revista Science Bulletin, a bateria conseguiu operar por mais de 1.350 horas – aproximadamente dois meses marcianos – a uma temperatura de 0°C.

Marte é conhecido por suas temperaturas extremas, com variações de até 60 graus entre o dia e a noite. Para lidar com essas condições, a bateria espacial foi projetada para suportar grandes flutuações térmicas, o que a torna uma solução viável para missões prolongadas em superfícies extraterrestres.

Utilizando recursos locais para gerar energia

Uma das características mais notáveis dessa nova tecnologia é a forma como ela gera energia. A bateria funciona de maneira semelhante a uma célula de combustível, convertendo reações químicas em eletricidade.

Segundo Xiao Xu, uma das autoras do estudo, o dispositivo utiliza gases da atmosfera marciana, como dióxido de carbono, oxigênio e monóxido de carbono, como “combustível“. Esse processo elimina a necessidade de transportar grandes quantidades de combustível para Marte, o que representa uma redução significativa no peso e nos custos das missões.

Assim como as células de combustível de hidrogênio e oxigênio, que utilizam esses elementos para gerar energia, a bateria marciana aproveita os recursos disponíveis no próprio planeta, produzindo eletricidade diretamente através de reações químicas ou eletroquímicas. Dessa forma, as missões podem contar com uma fonte de energia local e sustentável.

Vantagens em relação às tecnologias atuais

Atualmente, as missões em Marte dependem principalmente de baterias de íon-lítio portáteis, além de grandes painéis solares e baterias nucleares para alimentar rovers e outros equipamentos de exploração.

No entanto, a acumulação de poeira nos painéis solares, como ocorreu com o rover chinês Zhurong, pode limitar a quantidade de luz recebida, reduzindo a eficiência do sistema de energia. A nova bateria proposta pelos pesquisadores chineses pode oferecer uma solução para esse problema, já que não depende exclusivamente de painéis solares.

Embora a nova bateria não tenha como objetivo substituir as fontes de energia já existentes, como as baterias nucleares ou solares, ela representa uma adição importante ao sistema de fornecimento de energia.

A combinação de múltiplas fontes, como solar, nuclear e a bateria desenvolvida, pode garantir uma exploração mais eficiente e duradoura em Marte.

Próximos passos no desenvolvimento da bateria

O estudo, que é uma prova de conceito, ainda está em fase de desenvolvimento. Os cientistas esperam melhorar a tecnologia da bateria sólida, abordando questões como a volatilização dos eletrólitos em baixas pressões e o gerenciamento térmico e barométrico.

Isso poderá garantir que as futuras baterias marcianas sejam ainda mais eficazes e confiáveis, permitindo que missões de longa duração sejam realizadas com maior segurança e eficiência.

Essa nova abordagem de aproveitar os recursos locais de Marte abre novas possibilidades para a exploração espacial, trazendo uma visão mais sustentável e autossuficiente para o futuro das missões interplanetárias.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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