Cachoeiro de Itapemirim implora ajuda a Trump com carta oficial após tarifa de 50%: cidade capixaba perdeu exportações, cortou empregos e teme colapso econômico
A cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Espírito Santo, tornou-se o retrato mais dramático das consequências econômicas imediatas do novo tarifaço imposto pelos Estados Unidos contra o Brasil. Com uma dependência quase total do mercado americano para a exportação de rochas ornamentais, o município já começou a sentir os impactos da medida antes mesmo de ela entrar oficialmente em vigor.
Desde que o ex-presidente Donald Trump enviou ao governo brasileiro, no início de julho, uma carta anunciando a criação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, mais de 1.200 contêineres com blocos e chapas de granito, mármore e quartzito deixaram de ser embarcados. A maioria desses produtos seguiria rumo à indústria da construção civil norte-americana, um dos principais consumidores das rochas brasileiras.
A interrupção nas exportações provocou demissões diretas em empresas locais, como a Lime Stone, que cortou 31 dos seus 57 funcionários em apenas uma semana. Fundada em 2024 por uma família tradicional no setor de extração, a empresa decidiu pausar as exportações e buscar alternativas, voltando o foco para o mercado interno e estudando possibilidades na Europa e Oceania.
-
Quem declarou o Imposto de Renda corretamente tem surpresa na conta nesta quarta
-
Gás de cozinha mais acessível! Governo lança programa gigante para famílias de baixa renda a partir de agosto
-
Jovens que se qualificarem agora podem liderar nas profissões mais promissoras até 2030 com salários de elite e alta demanda
-
Bets geram quase R$ 4 bi em tributos para o governo em seis meses e governo já mira arrecadação maior com aumento dessa tributação
“É uma situação muito triste, a gente não fica feliz com isso”, afirmou o empresário responsável pela Lime Stone, que não descarta recontratar os funcionários caso as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos sejam normalizadas. Para ele, o clima de incerteza remete ao caos vivido durante os piores momentos da pandemia.
Cidade envia apelo direto a Trump: “Esperança e desespero”
O prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Theodorico Ferraço (PP), tomou uma atitude pouco comum: redigiu e enviou uma carta diretamente ao gabinete de Donald Trump, pedindo que o setor de rochas fosse poupado do aumento tarifário. No documento, Ferraço cita ícones culturais locais como o cantor Roberto Carlos e o escritor Rubem Braga para tentar sensibilizar o ex-presidente norte-americano.
Segundo ele, quase 700 empresas da cidade trabalham diretamente com o beneficiamento de mármore e granito, empregando cerca de 9.500 pessoas — número que corresponde a aproximadamente 20% da população economicamente ativa do município. A cadeia de produção é tão relevante que uma paralisação mais duradoura poderia comprometer até 30% da arrecadação local.
“Se não puder tirar o tarifaço de tudo, que tire pelo menos do nosso mármore e granito. A esperança e o desespero estão muito grandes no meio empresarial, e isso automaticamente se transmite para os empregados”, afirmou Ferraço em entrevista.
Apesar de ainda não haver uma definição oficial sobre quais produtos exatamente serão afetados a partir de 1º de agosto, a incerteza já é suficiente para paralisar operações. Nesta semana, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, chegou a declarar que alguns itens — como café e manga — poderiam ser isentos da nova taxa, mas não mencionou explicitamente o Brasil ou as rochas ornamentais.
Além do Espírito Santo, outros estados também devem ser afetados pela medida, como o Ceará, que lidera as exportações de pescados. Ferraço estima que, no ranking de prejuízos, o Espírito Santo aparece logo atrás.
Empresas buscam alternativas para sobreviver ao tarifaço
Entre as companhias que operam quase exclusivamente com foco no mercado norte-americano, a Brothers in Granite é um exemplo emblemático. Com sede industrial em Serra (ES) e centro de distribuição próprio em Houston, Texas, a empresa embarca mensalmente até 15 contêineres com chapas de rochas naturais para os EUA.
“Nós dependemos 110% dos EUA”, declarou Daniel Salume, um dos fundadores da empresa, ao explicar a vulnerabilidade do negócio diante da nova taxação. Ele e o irmão criaram a empresa em 2007, após deixarem uma exportadora de rochas onde trabalhavam.
Com 30 funcionários no Brasil e sete nos Estados Unidos, a Brothers in Granite já colocou parte de sua equipe em férias coletivas, aproveitando o momento de pausa para substituir maquinário. No entanto, a empresa também está analisando um plano B: importar rochas de outros países e manter a distribuição a partir da base em solo americano.
Segundo Salume, ainda há muitas dúvidas quanto à aplicação prática da tarifa de 50%. “Ninguém sabe exatamente qual é a data que conta para a taxação: se é a saída do porto no Brasil, a entrada no primeiro porto dos EUA ou a chegada ao destino final. Até agora isso não está claro para a gente.”
Setor se mobiliza internacionalmente por uma solução
A Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) tem liderado um esforço internacional para tentar barrar ou ao menos postergar a aplicação das tarifas. Representantes da entidade embarcaram para Washington nesta quarta-feira, onde participarão de um encontro na embaixada brasileira.
A estratégia envolve também o apoio de entidades americanas interessadas na manutenção do fluxo de importações brasileiras. Entre elas, destacam-se o Natural Stone Institute (NSI), que representa a indústria de pedras naturais, e a National Association of Home Builders (NAHB), ligada ao setor da construção civil.
Fábio Cruz, vice-presidente da Centrorochas, explica que a ideia é negociar uma extensão de 90 dias no prazo de implementação da medida. Esse período seria crucial para estabelecer um novo acordo com tarifas mais compatíveis com as aplicadas a países concorrentes, como Índia e Turquia.
“Eu gostaria muito de acreditar que isso ainda é possível”, declarou Cruz. “A proposta é garantir que o Brasil continue competitivo no jogo internacional.”
Para muitas empresas do setor, sobretudo as de médio e grande porte, a possibilidade de redirecionar rapidamente sua produção para outros mercados é limitada. “Você tem toda uma estrutura voltada exclusivamente para exportar. E os prejuízos já estão acontecendo”, completou.
Com a proximidade da data de início da vigência das novas tarifas, reina um sentimento ambíguo entre os empresários capixabas: esperança de um acordo de última hora e desespero diante da ameaça de uma crise generalizada no setor.
QUANDO O.BOLZANARO ESTAVA . “COMANDANDO” O PAIS .. A METADE DAS LOJAS DA MINHA CIDADE FECHARAM. . MUITOS DESEMPREGOS EM SEGUIDA . COM AJUDA DO NOVO GOVERNANTE .NOSSA CIDADE VOLTOU A CRESCER.. MAIS O ,*EX TEM O PRAZER DE DESTRUIR O PAIZ ABERTAMENTE. ECONOMICAMENTE. * TRAI A NAÇÃO DA MANEIRA MAIS VIL. E O POVO AINDA PERECE COM A SOMBRA DO MAL.!!..