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China vira a corrida lunar de cabeça para baixo por motivo inusitado: seus cientistas encontraram uma falha no projeto do reator da NASA

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 23/03/2025 às 16:51
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China vira a corrida lunar de cabeça para baixo! Cientistas chineses encontraram falhas críticas no reator nuclear da NASA, que pode comprometer os planos dos EUA para habitar a Lua.

A corrida espacial está se aquecendo novamente. A disputa pela construção da primeira base lunar está em andamento, e desta vez, a China está ganhando terreno.

Embora os Estados Unidos tenham sido vitoriosos na corrida anterior para a Lua contra a União Soviética, o cenário atual é bem diferente.

A NASA, que lidera os esforços para habitar a Lua, tem enfrentado um novo desafio vindo da China.
Cientistas chineses descobriram falhas em um elemento crucial do programa lunar dos EUA: a fonte de energia.

Reator lunar da NASA

A NASA, por meio do Acordo Ártemis, está à frente da corrida espacial com seus parceiros, com o objetivo de criar uma base permanente na Lua.

Por outro lado, a China, junto com a Rússia e alguns aliados, está avançando com o desenvolvimento da Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS).

Essa estação, que começará a operar em 2036, deverá ser a casa de milhares de cientistas.

Na Lua, a situação é um pouco diferente. Uma noite lunar dura 14 dias terrestres, o que significa que a energia solar não será suficiente para garantir o fornecimento de energia.

Para isso, a NASA desenvolveu um pequeno reator nuclear, o Fission Surface Power (FSP), projetado para operar em condições extremas na superfície lunar.

Esse reator de fissão foi criado para gerar 40 kW de energia, mas a solução encontrada pela NASA não é perfeita.

China encontra falhas no projeto da NASA

Pesquisadores da China National Nuclear Corporation (CNNC) analisaram o projeto da NASA e identificaram falhas críticas.

Um estudo publicado na revista Atomic Energy Science and Technology expôs essas vulnerabilidades, focando na composição do combustível nuclear, no sistema de resfriamento e no controle de segurança do reator americano.

Embora o reator FSP seja compacto e eficaz, os cientistas chineses alertam para um grande erro no projeto.

O uso de barras cilíndricas de urânio altamente enriquecido exige camadas espessas de berílio como proteção.

Isso pode controlar a radiação intensa, mas também limita a vida útil do reator a cerca de oito anos, devido ao inchaço do combustível causado pela radiação.

Além disso, o reator da NASA tem um mecanismo de controle simples, o que o torna menos seguro em situações críticas.

Foi nesse cenário que os cientistas chineses começaram a trabalhar em uma versão aprimorada do reator lunar.

O reator nuclear lunar chinês

Baseado no projeto da NASA e em um reator soviético antigo, o TOPAZ-II, os cientistas chineses apresentaram um design superior.

Essa nova versão, mais eficiente e segura, apresenta diversas melhorias em relação ao reator da NASA.

Barras de combustível em forma de anel

Em vez de utilizar cilindros sólidos, o reator chinês usa barras de combustível em forma de anel.

No interior desses anéis, pequenas pastilhas de dióxido de urânio são cobertas por aço inoxidável.

Esse design inovador permite que o calor gerado pela reação nuclear seja dissipado de maneira mais eficiente, utilizando tanto o interior quanto o exterior do anel para resfriamento.

Sistema de resfriamento duplo

Outro grande avanço do reator chinês é seu sistema de resfriamento, que utiliza um metal líquido chamado NaK-78.

Esse metal flui pelos canais internos e externos das barras de combustível anulares, mantendo a temperatura do reator abaixo de 600°C.

Com isso, a segurança e a estabilidade do reator são significativamente aprimoradas.

Moderador de nêutrons mais eficiente

Além disso, o projeto chinês utiliza um moderador de nêutrons mais eficiente: o hidreto de ítrio (YH1.8).

Este material, responsável por desacelerar os nêutrons, melhora a reação nuclear e torna o processo mais eficiente.

Comparado aos moderadores tradicionais, como o hidreto de zircônio, o hidreto de ítrio é mais estável, evitando vazamentos perigosos de hidrogênio e aumentando a vida útil do reator.

Menos combustível nuclear necessário

O design do reator chinês também tem uma vantagem importante: ele requer menos combustível nuclear.
Enquanto o reator da NASA precisa de cerca de 70 kg de urânio-235, o reator chinês usa apenas 18,5 kg do material.

Essa redução de peso não é apenas uma economia de custos, mas também uma necessidade em missões espaciais, já que materiais nucleares precisam ser lançados da Terra.

A vantagem chinesa na corrida lunar

Com essas melhorias, o reator chinês se torna até 75% mais eficiente do que o modelo da NASA.

Além disso, sua vida útil chega a 10 anos, enquanto o reator da NASA tem uma duração limitada de oito anos.

Essas melhorias podem colocar a China à frente dos Estados Unidos no objetivo de estabelecer uma presença lunar autossustentável.

A energia constante fornecida por um reator nuclear será essencial para sustentar bases habitadas na Lua por um longo período de tempo.

O que os EUA podem fazer agora?

Embora o reator chinês seja mais eficiente, o projeto da NASA não é definitivo nem fechado.

Assim como a China aprendeu com o projeto da NASA, os EUA podem se beneficiar da pesquisa chinesa para aprimorar seu próprio reator lunar.

Além disso, essa colaboração em pesquisas espaciais pode influenciar o desenvolvimento de reatores modulares pequenos (SMRs) para uso na Terra.

É interessante como as inovações espaciais frequentemente resultam em tecnologias que acabam sendo aplicadas em outros setores.

Você acha que a China pode ultrapassar os Estados Unidos na corrida espacial, ou o projeto da NASA pode ser aprimorado para alcançar a liderança na exploração lunar?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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