Rede militar chinesa supera a Link 16 da OTAN em cem vezes, permitindo coordenação em tempo real de veículos hipersônicos a Mach 11.
A China apresentou uma inovação tecnológica que promete alterar o equilíbrio estratégico global. O país revelou uma rede de comunicações militares projetada para enfrentar os desafios da guerra hipersônica, em que aeronaves atingem Mach 5 e mísseis chegam a Mach 11.
O novo sistema garante precisão de sincronização de tempo de cinco nanossegundos, superando a rede ocidental Link 16 da OTAN em cem vezes.
Desenvolvido pela China Electronics Technology Group Corporation (CETC), o recurso permite coordenação segura e instantânea entre veículos hipersônicos, radares, comandos terrestres, frotas navais e satélites.
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Coordenação em tempo real
O avanço resolve um problema central da guerra hipersônica: a necessidade de decisões imediatas diante de trajetórias que mudam a cada fração de segundo. Pequenos erros de tempo, em velocidades acima de 3,8 quilômetros por segundo, podem resultar em falhas de mira de quilômetros.
Redes atuais, criadas para plataformas mais lentas, apresentam desvios de centenas de nanossegundos nessas condições. Portanto, tornam-se ineficazes em cenários de combate com que viajam em velocidades extremas. A nova solução chinesa atende a esse ponto crítico.
Ataque cooperativo em rede
O sistema não atua isoladamente. Ele cria um ecossistema de ataque em rede, onde múltiplas plataformas operam em sincronia. Assim, forma-se um quadro de ataque cooperativo hipersônico.
Sem capacidades semelhantes, forças ocidentais correm o risco de ficarem “cegas em relação ao tempo”. Isso significa não conseguir reagir a enxames de mísseis de precisão em velocidades inéditas. O South China Morning Post destacou que o impacto estratégico para a defesa global é imediato.
Pesquisas e liderança técnica
O projeto foi conduzido pela equipe do pesquisador Chang Jun, do Instituto de Tecnologia Eletrônica do Sudoeste da CETC. Ele explica que sistemas de ataque cooperativo exigem sincronização inferior a dez nanossegundos.
Atender a essa exigência é vital para manter a coordenação entre plataformas em movimento extremo. Dessa forma, veículos hipersônicos conseguem operar de forma precisa em ambientes de combate de alta velocidade.
Limitações do RTT tradicional
Pesquisadores chineses ressaltam que links táticos convencionais dependem do tempo de ida e volta, conhecido como RTT. Essa abordagem funciona para aeronaves de baixa velocidade, mas falha em cenários hipersônicos.
O Link-16 da OTAN, por exemplo, alcança precisão de cerca de 100 nanossegundos. Contudo, em velocidades acima de Mach 5, o movimento relativo das plataformas cria rotas de transmissão assimétricas. Isso reduz drasticamente a eficácia dos algoritmos de sincronização baseados em RTT.
Solução chinesa
Para superar essas restrições, a nova rede adota um método baseado em dados de navegação inercial. Cada plataforma compartilha posição e velocidade em tempo real por links seguros.
Com isso, é possível calcular atrasos de transmissão causados pelos movimentos extremos. A abordagem garante sincronização precisa sem depender da cronometragem tradicional, que se mostra insuficiente nesse contexto.
Testes e resultados
Simulações terrestres semifísicas validaram a tecnologia em cenários realistas. Foram considerados erros de até dez metros de posicionamento, desvios de velocidade de um metro por segundo e interferência eletromagnética.
Mesmo nessas condições, a precisão média foi de 4,2 nanossegundos, com picos abaixo de nove. Além disso, os testes mantiveram o desempenho mesmo quando a velocidade relativa ultrapassou 15.700 km/h.
Aplicação prática
Outro aspecto relevante é a viabilidade. A tecnologia pode ser implementada em hardware de baixo custo e já disponível. Isso abre caminho para a aplicação em operações de larga escala, ampliando o alcance das forças hipersônicas chinesas.
Pequim pretende exibir seus sistemas mais avançados em um desfile militar. A demonstração reforçará o recado de que o país avança rapidamente na integração de comunicações e armamentos hipersônicos, consolidando um salto estratégico em relação a rivais.