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China reage às tarifas de Trump, ameaça contramedidas e diz que não quer briga, mas não tem medo de enfrentar os EUA

Publicado em 12/10/2025 às 10:57
A China reage às tarifas de Trump e promete contramedidas contra os EUA, em meio a nova disputa comercial com impacto global.
A China reage às tarifas de Trump e promete contramedidas contra os EUA, em meio a nova disputa comercial com impacto global.
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Em comunicado duro, a China diz que não quer briga, mas “não tem medo de lutar”, e promete responder aos novos impostos e restrições dos EUA.

A China criticou a decisão do ex-presidente Donald Trump de impor tarifa adicional de 100% sobre importações chinesas e sinalizou que adotará contramedidas “necessárias e defensivas”. No mesmo tom, o Ministério do Comércio afirmou que “ameaçar com tarifas elevadas a cada passo não é a maneira certa” de lidar com Pequim e cobrou que Washington corrija “práticas equivocadas”.

De acordo com o portal do G1, no centro do embate estão novas barreiras comerciais e controles de exportação, incluindo minerais de terras raras, além de restrições a software crítico a partir de 1º de novembro. A escalada levou Trump a ameaçar cancelar um encontro com Xi Jinping, enquanto autoridades chinesas acusam os EUA de manter uma “mentalidade de Guerra Fria”.

O que está em jogo na resposta de Pequim

A posição oficial de Pequim combina duas mensagens: a de que “não quer lutar”, mas “não tem medo de lutar”, e a de que responderá de forma proporcional.

Na prática, isso significa contramedidas calibradas para proteger direitos e interesses do país asiático, preservando espaço para negociação se houver recuo americano.

É um recado tanto político quanto econômico.

A China também enfatiza que o controle de exportações não é uma proibição total: pedidos que atenderem às regras podem ser aprovados.

Segundo o Ministério do Comércio, houve avaliação prévia de impactos nas cadeias industriais e de suprimentos, com previsão de efeito “muito limitado” uma tentativa de acalmar parceiros e conter volatilidade.

O que fez Washington e por que isso importa

Do lado americano, a Casa Branca reativou tarifas de 100% sobre produtos da China e anunciou restrições a “software crítico”, além de apertar o cerco sobre tecnologias sensíveis.

O movimento veio em resposta a medidas chinesas, como novas taxas portuárias a navios dos EUA, investigação antitruste contra a Qualcomm e regras rígidas sobre exportação de terras raras e ímãs.

Para os mercados, tarifas elevadas e controles tecnológicos têm efeito duplo: encarecem importações e podem travar inovação em setores que dependem de insumos e códigos de alto valor agregado.

Empresas globais passam a reavaliar fornecedores, prazos e estoques, com risco de deslocamento de cadeias ou repasse de custos ao consumidor.

Terras raras, licenças e o calcanhar de Aquiles das cadeias

A China deixou claro que exportadores estrangeiros de produtos que contenham traços de minerais de terras raras extraídos no país precisarão de licença de exportação, sob motivos de segurança nacional. Equipamentos e tecnologias de processamento e fabricação de ímãs também entram no radar de controle.

Esse filtro regulatório afeta segmentos estratégicos de eletrônicos a equipamentos de energia porque pequenas quantidades de terras raras são críticas para desempenho.

Com licenças e compliance mais rígidos, prazos podem alongar e custos aumentar.

A China diz ter notificado previamente governos e parceiros por canais bilaterais e promete “reforçar o diálogo” para preservar estabilidade.

Diplomacia de alto risco: negociações em compasso de espera

China critica tarifas de 100% impostas por Trump, ameaça medidas defensivas e alerta que não aceitará coerção econômica.

O anúncio de tarifas veio acompanhado da ameaça de cancelar o encontro entre Trump e Xi Jinping. Esse gesto eleva o custo político de um recuo imediato e empurra a conversa para níveis técnicos, onde licenças, listas de entidades e exceções regulatórias costumam ser moeda de troca.

Pequim, por sua vez, atribui aos EUA a deterioração do ambiente desde a rodada de Madri e denuncia que “ações unilaterais” dos americanos minaram a atmosfera das negociações.

Enquanto a retórica sobe, ambos deixam brechas para um entendimento parcial, algo comum em disputas tarifa por tarifa.

Quem perde (ou ganha) com a escalada

Para exportadores e importadores, o curto prazo é de incerteza: regras mudam rápido, exigem advocacia regulatória e ajustes logísticos.

Empresas com estoques diversificados e rotas alternativas podem amortecer choques; cadeias muito concentradas em um único país ou insumo sentem mais.

No médio prazo, produtores alternativos de insumos estratégicos podem capturar demanda se conseguirem compliance e escala.

Já setores dependentes de software crítico e componentes sensíveis precisam mapear licenças, elegibilidade e regras de origem para evitar bloqueios inesperados.

O que observar a partir de agora

Primeiro, a definição fina das listas de controle (o que precisa de licença e em que condições). Segundo, a resposta tarifária da China ampla ou cirúrgica. Terceiro, sinais sobre agenda bilateral: retomada de contatos técnicos, adiamento ou cancelamento de encontros.

Quarto, a reação das empresas globais, que tendem a reprecificar riscos e rever contratos.

Por fim, atenção a mensagens de “impacto limitado”: o mercado testa essas afirmações rapidamente.

Se licenças demorarem, estoques apertarem e custos subirem, o efeito transborda para preços e prazos sobretudo em tecnologia, energia e bens duráveis.

Na sua visão, a China deve responder com medidas amplas ou cirúrgicas? Tarifas de 100% resolvem algo ou agravam custos para todo o mundo? Conte como sua empresa ou seu bolso já sente essa disputa que produto encareceu, que prazo alongou, que projeto parou? Sua experiência ajuda a entender onde a tensão pega de verdade.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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