Com mais de 2 milhões de robôs em fábricas, China supera Estados Unidos, Japão e Europa juntos e consolida liderança na automação industrial, segundo relatório internacional
A China alcançou um marco histórico ao instalar quase 300 mil robôs em fábricas em apenas um ano, ampliando para mais de 2 milhões o total de máquinas em operação em seu parque industrial. Esse número representa mais do que todos os outros países somados, reforçando o papel central do país como potência manufatureira mundial.
Segundo dados da Federação Internacional de Robótica, a expansão acelerada faz parte de uma estratégia nacional que alia subsídios, incentivos e políticas públicas voltadas à automação, colocando a China em posição de destaque frente a Estados Unidos, Japão e Europa, que registraram queda nas novas instalações.
Como a China virou potência em robôs industriais
O movimento não é recente. Desde 2015, com o plano Made in China 2025, Pequim definiu como prioridade a liderança global em setores estratégicos, entre eles a robótica.
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Para isso, o governo ofereceu empréstimos a juros baixos, apoio direto às empresas e estímulo à produção nacional.
O resultado é visível: mais de 150 mil robôs vêm sendo instalados anualmente desde 2017, número que disparou para quase 300 mil em 2024.
Esse crescimento não só fortaleceu a produção local como permitiu que a China passasse a fabricar a maior parte dos robôs que instala, reduzindo a dependência de importações.
Hoje, cerca de três quintos das máquinas são produzidas internamente, contra um cenário anterior dominado por fornecedores estrangeiros.
Impacto na produtividade e no emprego
A presença de robôs em fábricas trouxe ganhos significativos de produtividade, com maior eficiência em linhas de montagem de automóveis, eletrônicos e bens de consumo.
O setor industrial chinês já responde por quase um terço de toda a produção manufatureira mundial, superando com folga EUA, Japão, Alemanha, Coreia do Sul e Reino Unido juntos.
Por outro lado, especialistas alertam que a automação altera a natureza do trabalho.
Embora reduza a necessidade de mão de obra em determinadas funções, também cria demanda por técnicos especializados em eletrônica, programação e manutenção.
A escassez desses profissionais elevou salários para até US$ 60 mil anuais, especialmente em áreas urbanas mais industrializadas.
Comparação global e novos desafios
Enquanto a China expandia, países como Japão, Alemanha e Estados Unidos reduziram suas instalações de robôs em 2024.
O Japão, por exemplo, instalou 44 mil unidades — menos de um sexto do número chinês.
Atualmente, o parque industrial chinês conta com cinco vezes mais robôs do que os EUA, revelando uma disparidade cada vez maior.
Ainda assim, a indústria chinesa enfrenta obstáculos.
Sensores e semicondutores de alta precisão continuam sendo importados, o que limita a autonomia tecnológica em projetos mais sofisticados, como robôs humanoides.
Apesar disso, empresas nacionais como a Unitree Robotics já começam a competir globalmente, oferecendo modelos a preços muito inferiores aos de concorrentes ocidentais.
Robôs, inteligência artificial e o futuro da manufatura
Além do número absoluto de máquinas, a China também se destaca pelo uso de inteligência artificial na otimização do desempenho dos robôs.
De acordo com especialistas, sistemas de IA já são aplicados em fábricas para monitorar e ajustar processos em tempo real, algo ainda pouco explorado em outros países.
Esse avanço tecnológico indica que o país não apenas lidera em quantidade, mas também busca qualidade e eficiência superiores na integração entre robótica e IA.
O próximo desafio será consolidar essa vantagem e transformar a indústria em um ecossistema autossuficiente, reduzindo a dependência de componentes estratégicos vindos do exterior.
A instalação de quase 300 mil robôs em fábricas em um único ano mostra que a China não pretende abrir mão da liderança industrial global.
Com políticas estatais consistentes, expansão da produção local e uso intensivo de inteligência artificial, o país redefine o futuro da manufatura.
Na sua opinião, o Brasil deveria investir em um programa nacional de automação semelhante ao da China? Você acredita que a chegada massiva de robôs representa mais oportunidades ou riscos para os trabalhadores? Compartilhe sua visão nos comentários.