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China dobra capacidade de energia solar no 1º semestre, com setor C&I disparando em 135%

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 06/08/2025 às 07:44
Bandeira da China hasteada em um mastro alto com céu azul e várias nuvens brancas ao fundo.
A bandeira nacional chinesa tremula sob um céu azul salpicado de nuvens brancas.
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Saiba como a capacidade de energia solar da China dobrou em 2025, com forte avanço no setor comercial e industrial, impulsionando a liderança global em energia fotovoltaica.

Nos últimos anos, a energia solar se consolidou como uma das principais fontes renováveis de eletricidade no mundo. Além disso, a China, uma das protagonistas globais nesse setor, surpreendeu o mercado ao dobrar sua capacidade de energia solar no primeiro semestre de 2025.

Com isso, o país fortalece sua liderança na transição energética mundial.

A capacidade de energia solar representa o volume total de potência instalada para transformar luz solar em eletricidade. Portanto, quando essa capacidade aumenta, o impacto na matriz energética se torna visível.

Historicamente, a China dependia do carvão. Contudo, desde o Acordo de Paris em 2015, o país vem adotando medidas concretas para priorizar energias limpas. Além disso, a crescente conscientização sobre os efeitos das mudanças climáticas impulsionou a busca por fontes renováveis.

A partir desse compromisso, o governo chinês passou a investir fortemente em tecnologias solares. Consequentemente, a energia fotovoltaica ganhou destaque nos planos nacionais de longo prazo.

Dessa forma, a China não apenas reduziu emissões, mas também elevou sua competitividade industrial. Esses avanços impulsionaram o desenvolvimento de tecnologias locais e melhoraram a eficiência dos processos produtivos.

Expansão recorde em 2025 surpreende o mundo

Durante o primeiro semestre de 2025, a China instalou 211,6 gigawatts (GW) em capacidade de energia solar. Esse valor mais do que dobrou os 102,5 GW do mesmo período de 2024, evidenciando a dimensão do avanço.

Além disso, a expansão se dividiu entre projetos centralizados e sistemas distribuídos, o que mostra uma estratégia equilibrada. Essa divisão permitiu que tanto grandes usinas quanto pequenas instalações residenciais se desenvolvessem de forma simultânea.

A geração distribuída cresceu 113%, atingindo 112,81 GW. Dentro desse grupo, o setor comercial e industrial (C&I) liderou com 87,2 GW, apresentando um impressionante salto de 135% em relação ao ano anterior.

Ou seja, empresas de diferentes portes passaram a gerar sua própria eletricidade, buscando economia, autonomia e reputação ambiental. Essa tendência também favorece a estabilidade do sistema elétrico, pois descentraliza a geração.

Em paralelo, o setor residencial instalou 25,6 GW — uma alta de 62%.

Isso se explica, entre outros fatores, pelo incentivo à instalação de painéis nos telhados, tanto nas áreas urbanas quanto nas regiões rurais. Consequentemente, as famílias passaram a reduzir suas contas de luz e colaborar com o meio ambiente.

Enquanto isso, governos locais intensificaram políticas de apoio. Dentre as principais ações, destacam-se os subsídios fiscais, as linhas de financiamento facilitadas e os programas regionais de incentivo.

Como resultado, a energia solar tornou-se mais viável para pequenos empreendedores e comunidades distantes dos grandes centros. Isso contribui para a inclusão energética e o desenvolvimento local.

Avanço na geração centralizada e liderança regional

No mesmo período, a geração centralizada (GC) cresceu 99%, totalizando 98,8 GW em novos projetos conectados diretamente à rede. Por exemplo, Xinjiang liderou o ranking com 19 GW, seguida por Yunnan, que adicionou 11 GW.

Além dessas, províncias como Jiangsu, Shanxi, Ningxia e Shandong também superaram os 5 GW.

Desse modo, a China ultrapassou um marco inédito: 1 terawatt (TW) de capacidade de energia solar instalada.

Vale destacar que nenhuma outra nação havia alcançado esse volume. Inclusive, a Agência Internacional de Energia previa esse patamar apenas em 2026.

Logo, o feito chinês adianta em mais de um ano as estimativas internacionais.

Entre os fatores que explicam esse sucesso, destacam-se o fortalecimento da indústria fotovoltaica, os investimentos em inovação e o planejamento governamental.

Por consequência, o país construiu uma cadeia produtiva robusta e eficiente.

Impactos econômicos, sociais e ambientais

Durante décadas, a poluição do ar nas cidades chinesas esteve ligada ao uso intensivo de carvão. No entanto, a adoção massiva de energia solar reduziu as emissões, melhorou a qualidade do ar e a saúde pública.

Ou seja, os benefícios extrapolam o campo energético e alcançam áreas sociais e ambientais.

Sob o ponto de vista econômico, a capacidade de energia solar impulsionou a criação de empregos e o crescimento da indústria nacional. Além disso, a China consolidou sua posição como maior exportadora global de módulos, inversores e baterias.

Com isso, influencia diretamente os preços mundiais e a competitividade de outros países.

No aspecto da segurança energética, a energia solar elevou a autonomia elétrica nacional. Desse modo, o país passou a depender menos de fontes fósseis e importações.

Particularmente, a geração distribuída permitiu que empresas garantissem seu próprio fornecimento, reduzindo riscos de apagões e variações de preços.

Ainda mais relevante, comunidades antes isoladas passaram a ter acesso à eletricidade limpa.

Isso impulsionou pequenos comércios, escolas e unidades de saúde. Consequentemente, a energia solar promoveu inclusão social e econômica.

Além disso, o crescimento do setor impulsionou a formação técnica e científica. Várias universidades e centros de pesquisa chineses passaram a dedicar esforços ao estudo da energia solar, formando profissionais especializados que alimentam a indústria. Esse ciclo virtuoso fortalece a inovação local e amplia a competitividade internacional do país.

Perspectivas futuras para a energia solar

O caso chinês se tornou referência global. Dessa forma, muitos países perceberam que, com planejamento, é possível escalar soluções sustentáveis rapidamente.

Entretanto, ainda existem desafios a enfrentar. Por exemplo, a intermitência da energia solar exige mais investimentos em armazenamento, redes inteligentes e integração entre fontes diversas.

Com isso em mente, o governo chinês deve intensificar as pesquisas em tecnologias avançadas.

Além de aumentar a eficiência dos painéis, o país busca desenvolver soluções híbridas e modelos urbanos integrados, como as chamadas “cidades solares”.

Outro aspecto importante para o futuro é a integração das fontes renováveis com sistemas de mobilidade elétrica, permitindo que veículos sejam carregados por energia limpa. Essa conexão trará benefícios adicionais para a redução das emissões no setor de transportes.

Nesse cenário, a capacidade de energia solar continuará sendo um dos pilares da transformação energética chinesa. Portanto, a aposta em renováveis se manterá estratégica, não apenas pelo compromisso ambiental, mas também pela competitividade econômica e estabilidade energética.

Em resumo, ao dobrar sua capacidade de energia solar no primeiro semestre de 2025, a China reforçou seu papel central na corrida global por energias limpas.

Com uma expansão de 135% no setor C&I, o país mostrou como política, tecnologia e mercado podem caminhar juntos em direção a um futuro sustentável.

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China quer dobrar capacidade de energia limpa após produção alta | Jornal da Record

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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