A China resolveu por banir a gigante de tecnologia dos Estados Unidos, alegando que a mesma apresentava um risco a segurança do país com o fornecimento de chips
A China anunciou oficialmente que a Micron Technology, gigante americana de chips de memória, será banida de participar de projetos de infraestrutura no país, aprofundando ainda mais a guerra tecnológica entre a China e os Estados Unidos. Segundo o comunicado de Pequim, divulgado no domingo, 21, os produtos da empresa representam um “risco à segurança nacional”, de acordo com o site Abril.
A Administração do Ciberespaço da China (ACC), órgão responsável pela regulamentação do ciberespaço chinês, afirmou que uma revisão identificou sérios riscos de segurança de rede nos chips da Micron, dos Estados Unidos, que representam ameaças significativas à segurança da cadeia de suprimentos de infraestrutura de informações da China, afetando assim a segurança nacional do país. No entanto, a ACC não especificou os detalhes dos riscos encontrados na empresa dos Estados Unidos nem em quais produtos da Micron estão concentrados.
O anúncio ocorreu um dia após uma reunião dos líderes do G7 no Japão, que emitiu uma declaração conjunta criticando a China, incluindo o uso de “coerção econômica”. Essa ação representa a primeira grande medida adotada pela China contra uma fabricante de chips dos Estados Unidos, porém é apenas o mais recente episódio de uma disputa cada vez mais intensa entre Washington e Pequim em relação à tecnologia crucial para as economias globais. Os Estados Unidos já impuseram uma série de medidas contra a indústria de chips chinesa e estão investindo bilhões de dólares para impulsionar o setor de semicondutores doméstico, reduzindo assim a dependência em relação à China.
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Estados Unidos declara que juntará parceiros para resolver impasse de chips com a China
Em resposta à ação contra a Micron, o governo dos Estados Unidos declarou que trabalhará com aliados para resolver o que chamou de “distorções do mercado de chips de memória causadas pelas ações da China”. Um porta-voz do Departamento de Comércio americano afirmou que se opõe firmemente a restrições que não têm base em fatos e ressaltou que essa ação, juntamente com os recentes ataques a outras empresas dos Estados Unidos, é inconsistente com as afirmações da China sobre a abertura de seus mercados e seu compromisso com uma estrutura regulatória transparente.
Após o anúncio, as ações da Micron de chips registraram uma queda de 5,3% nas negociações de pré-mercado nos Estados Unidos. A China é um mercado importante para a empresa, gerando cerca de 10% de suas vendas anuais de chips. Em 2022, a Micron registrou uma receita total de US$ 30,7 bilhões, sendo que US$ 3,3 bilhões provieram da China continental, na aquisição de chips.