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Cervejaria fundada por padres funciona há 130 anos no porão de uma Igreja em MG, com as mesmas máquinas há mais de um século

Publicado em 13/10/2025 às 07:51
cervejaria artesanal, Igreja, Cerveja, Hofbauer
Luiza Sudré / g1 TV Integração
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Em Juiz de Fora (MG), monges redentoristas produzem cervejas artesanais desde 1894. A Cervejaria Hofbauer, instalada no porão da Igreja da Glória, une devoção, história e cultura europeia em cada garrafa produzida

No porão da Igreja Nossa Senhora da Glória, em Juiz de Fora (MG), funciona uma cervejaria artesanal administrada por religiosos. Chamada Hofbauer, ela é um dos poucos conventos produtores de cerveja ainda ativos no Brasil e mantém viva uma tradição europeia que une fé e fermentação.

Tradição centenária de devoção e sabor

A história da cervejaria começou em 1894, quando os missionários holandeses Padre Mathias Tulkens e Padre Francisco Lohmeyer decidiram fundar uma pequena fábrica.

A ideia era unir a devoção religiosa à cultura cervejeira que já fazia parte da rotina dos conventos europeus.

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No início, a produção acontecia em caldeirões simples, mas, em 1907, chegaram máquinas importadas da Holanda que, surpreendentemente, continuam em funcionamento.

Aqui, cada detalhe importa. Não é só cerveja, é história que se bebe”, afirma o irmão Taylor Bertoli, mestre cervejeiro e atual responsável pela produção.

Na Igreja Católica, “irmão” é o nome dado aos religiosos que não são padres. Eles vivem em comunidade e seguem votos de pobreza, castidade e obediência.

Fé e cerveja: uma combinação possível

Muitos se perguntam se religiosos podem beber. A resposta é sim. O consumo de álcool nunca foi proibido pela Igreja.

Em séculos passados, a cerveja era considerada alimento e fazia parte das refeições diárias dos monges. Produzir e compartilhar a bebida era também uma forma de sustento espiritual e de gratidão.

Portanto, a produção da Hofbauer mantém viva essa herança. Além de um ofício, ela representa um elo entre o passado monástico e o presente comunitário da Igreja da Glória.

Homenagem a São Clemente Hofbauer

O nome da cervejaria é uma homenagem a São Clemente Maria Hofbauer, sacerdote austríaco do século XVIII. Antes disso, o local era conhecido apenas como “Cerveja do convento da Glória”.

O santo ficou famoso por renovar a vida religiosa em Viena, defendendo que os conventos deveriam ser autossuficientes.

Canonizado em 1909, tornou-se patrono da cidade e um dos nomes mais respeitados da Congregação do Santíssimo Redentor.

Oferecemos cervejas que encantam não apenas pelo sabor, mas pela herança cultural. É motivo de orgulho manter viva essa tradição artesanal”, destaca o irmão Taylor.

Produção artesanal de cerveja que atravessa gerações

A produção da Hofbauer foi preservada ao longo das gerações, mas precisou ser interrompida em alguns períodos por falta de religiosos com conhecimento técnico.

Em 2009, o padre Flávio Leonardo Santos Campos restaurou as antigas máquinas e retomou o processo de fabricação artesanal. Depois, o padre Jonas Pacheco Machado assumiu a continuidade.

Desde 2024, o irmão Taylor Bertoli coordena o trabalho, com apoio de quatro colaboradores e acompanhamento técnico especializado.

Cada lote produz cerca de 350 litros, quatro vezes ao ano. O processo completo leva 40 dias, respeitando o tempo natural de fermentação e maturação.

Sete estilos e um propósito

Atualmente, a Hofbauer fabrica sete tipos de cerveja artesanal: Pilsen, Belgian Blond Ale, Belgian Pale Ale, Belgian Dubbel, Wassbier, Session IPA e Russian Imperial Stout. Cada garrafa custa a partir de R$ 25.

As vendas começaram timidamente, mas, segundo Taylor, o interesse do público cresceu rapidamente. “Nos últimos dois anos ganhamos espaço e, neste ano, participamos pela primeira vez de festivais e concursos em Juiz de Fora”, diz.

Toda a renda obtida é destinada a projetos sociais mantidos pela Igreja.

Hofbauer: De mistério a atração turística

Durante muito tempo, o porão da Igreja da Glória permaneceu cercado de mistério. Em 2024, o espaço foi aberto ao público, revelando ao visitante uma tradição que mistura história, religião e cultura cervejeira.

Abrimos para mostrar a importância dessa herança para Juiz de Fora”, afirma o mestre cervejeiro.

A iniciativa chamou a atenção da Secretaria de Turismo do município, que passou a incluir a Hofbauer no programa “Caminhando pela História”. O roteiro oferece visitas gratuitas a pontos históricos da cidade.

Hoje, o porão da Igreja é um dos destinos mais procurados pelos visitantes, que saem encantados com o aroma do malte, as antigas máquinas holandesas e o espírito de fraternidade que envolve cada garrafa produzida pelos religiosos.

Com informações de TNH1.

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Romário Pereira de Carvalho

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