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CEO da Airbus declara que o Brasil pode se tornar a “Arábia Saudita do SAF”, exportando até para os EUA e liderando a produção global de combustível sustentável

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 26/09/2024 às 10:57
CEO da Airbus declara que o Brasil pode se tornar a "Arábia Saudita do SAF", exportando até para os EUA e liderando a produção global de combustível sustentável
Foto: Dall-e

Brasil pode se tornar a “Arábia Saudita do SAF”: CEO da Airbus destaca o potencial do país para liderar a produção e exportação mundial de combustível sustentável, consolidando sua posição no mercado global.

O cenário do combustível sustentável de aviação (SAF) ainda está em fase inicial, mas as projeções para o futuro são impressionantes. De acordo com o CEO da Airbus no Brasil, Gilberto Peralta, o país tem potencial para se tornar líder global na produção de SAF, podendo alcançar a marca de 50 bilhões de toneladas nos próximos anos. Essa estimativa coloca o Brasil como a futura “Arábia Saudita do SAF”, destacando sua capacidade de dominar o mercado global de combustível sustentável e atraindo grandes investimentos.

Brasil será a “Arábia Saudita do SAF”, segundo CEO da Airbus

A previsão foi realizada durante participação no Agriculture Investment Conference, promovido pelo banco UBS no dia 23 de setembro, em São Paulo. Em breve, o CEO da Airbus espera ter mais dados para fundamentar seu otimismo. Isso porque a empresa europeia, maior fabricante de aviões do mundo, está produzindo um estudo em conjunto com o Massachusetts Institute of Technology (MIT) que, segundo adiantou, mostrará que o país tem potencial para ser o maior produtor do combustível sustentável de aviação do mundo. 

Em cerca de dez anos, tanto o Brasil quanto os Estados Unidos produzirão algo em torno de 50 bilhões de litros anuais cada. A diferença, conforme o CEO da Airbus, é que os Estados Unidos consomem, por ano, 120 bilhões de litros de combustível, já o Brasil, 8 bilhões.

Segundo Peralta, os EUA terão que importar e o Brasil pode se aproveitar disso para se transformar na “Arábia Saudita do SAF”. Essa visão otimista para o combustível sustentável passa, necessariamente, pela ponta produtiva. E o Brasil assiste hoje a movimentos distintos dos diferentes players do setor de biocombustíveis.

O que pode impedir o Brasil de se tornar a “Arábia Saudita do SAF”?

Nas diversas frentes da cadeia do combustível sustentável, há, entretanto, um consenso entre uma possível barreira a impedir o avanço do país: para que o mercado decole e o Brasil assuma o protagonismo projetado, é necessário, além de investimento, um marco regulatório funcional.

Segundo o CEO da Be8, Erasmo Batistella, durante o evento do UBS, a percepção do setor produtivo é que o mercado de SAF demanda a formulação de políticas públicas adequadas, para ser gerado um ambiente de investimentos no Brasil. A Be8 é uma das maiores produtoras nacionais de biodiesel.

O CEO da Airbus e Be8 participaram do mesmo painel do evento do banco suíço, e juntos, comemoraram a aprovação do PL do Combustível do Futuro pelo Congresso no começo do mês. Segundo o executivo da Airbus, o presidente Lula deve sancionar o projeto na próxima semana.

O executivo da Be8 pontua que o projeto deveria ter sido aprovado há pelo menos dois anos, visto que a obrigatoriedade do uso de combustível sustentável dentro dos tanques das aeronaves está prevista para 2027.

Entenda o potencial do Brasil para produzir combustível sustentável

O CEO da Airbus acredita que não há nenhum país com melhores qualidades para liderar o mercado de SAF como o Brasil. Peralta afirma que nenhum outro país fez mudança de combustível e nós já fizemos duas.

Primeiro com o proálcool e depois com a aviação agrícola, que hoje é quase toda rodada a etanol. Nós no Brasil já possuímos a experiência, enquanto EUA e Europa foram para o carro elétrico.

Além disso, ele afirmou que apenas o Brasil possui todas as oito rotas de produção para o combustível sustentável. Dentre as matérias-primas possíveis estão o etanol de cana ou milho, resíduos agrícolas e florestais, óleos vegetais, óleo de cozinha e sebo bovino.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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