Prevenção, combate e denúncia: especialista afirma que no emprego home office – longe dos assediadores, as vítimas se sentem mais seguras para denunciar assédio moral
O número de processos de assédio moral no ambiente de trabalho cresceu mais de 10% nos primeiros seis meses de 2021. Entre janeiro e junho, segundo o Tribunal Superior do Trabalho (TST), foram registradas 27.117 novas ações, enquanto no mesmo período do ano passado foram 24.489. Na avaliação do advogado especialista em compliance, André Costa, o trabalho remoto ( home office) motivou as denúncias
Leia também
- Proprietária das marcas Johnnie Walker, Smirnoff, Ypióca, anuncia vagas de emprego para contratar pessoas negras e indígenas
- Petrobras concentra cada vez mais seus recursos em ativos de classe mundial em águas profundas e ultra-profundas e coloca à venda campos de petróleo no Rio de Janeiro
- Após Ford Ka e Hyundai HB20, Duster tem nota zero em teste de impacto e multinacional Renault pode levar multa milionária
- 335 vagas de emprego abertas hoje (08/09) por terceirizada do ramo de óleo e gás, portos, mineração, siderurgia, indústrias químicas, celulose e energia
- Empresa, que tem contratado entre 150 a 200 pessoas por mês, convoca para vagas de emprego home office nas áreas de engenharia, desenvolvimento, segurança e infraestrutura
O setor do comércio lidera a lista de novas ações nas Varas de Trabalho de todo Brasil, com 5.746 denúncias. Serviços gerais, com 3.466 casos; indústria, com 3.221; e comunicações, com 2.047, completam o ranking dos setores que mais registram esse tipo de crime.
Trabalho remoto (home office) motiva denúncias por assédio moral
Na avaliação do advogado especialista em compliance, André Costa, o trabalho remoto motivou as denúncias. “Longe do agressor e em um ambiente mais saudável, o funcionário tem uma percepção melhor do quão prejudicial é aquela relação e se sente mais seguro em relatar o que está acontecendo nos canais de denúncia”, afirma.
-
Piscinão de 900 mil m³: Quanto a obra de Jaboticabal pode realmente reduzir enchentes em São Paulo
-
MRV abre vagas de estágio em Engenharia e Arquitetura em todo o Brasil; inscrições até 3 de outubro
-
Telhado embutido: como funciona, tipos de telhas, vantagens e desvantagens para sua obra
-
Mineradora Vale abre 10 vagas de emprego com escala 3×3 para Operador em Canaã dos Carajás (PA)
Costa, que é autor do livro Entrevista Forense Corporativa e especialista em detectar assédio moral nas corporações, aponta que a divulgação de inúmeros casos na mídia tem sido um importante instrumento de conscientização. “A pessoa que está sofrendo assédio, ao ver nas redes sociais ou na imprensa os casos divulgados, acaba se identificando com a situação e ganha força para denunciar”, diz.
Se, de um lado, a pandemia encorajou as vítimas a denunciarem, por outro, mudou a forma como a agressão acontece. “O assédio no teletrabalho se manifesta de forma passiva e, muitas vezes, silenciosa. Ao deixar de convocar um colega de trabalho para as reuniões, não responder e-mails, não atender ligações e o excluir de outras atividades a pessoa está cometendo assédio”, explica o advogado.
O especialista, que atua há mais de 10 anos investigando e tratando casos de assédio moral no ambiente corporativo, diz que esse tipo de conduta se tornou muito comum no último ano. “Desde o início da pandemia, tenho gerenciado muitas crises relacionadas a esse comportamento que gera um enorme desgaste e leva, na maioria dos casos, a vítima a pedir demissão”, pontua.
Prevenção, combate e denúncia: efeitos do assédio moral vão além dos problemas no ambiente de trabalho
Os efeitos do assédio moral vão além dos problemas no ambiente de trabalho. “É uma agressão muito cruel e gera sofrimento ao trabalhador. Já atendi casos em que o funcionário tomava remédios para controlar ansiedade e tinha problemas pessoais provocados pelo assédio”, conta.
Denúncia: Para denunciar os agressores, o advogado orienta reunir o maior número possível de provas e procurar os canais oficiais de denúncia da empresa. “A vítima deve documentar, coletar provas, como prints e gravações, reunir testemunhas e reportar nos canais de denúncia da empresa”, aconselha.
Para quebrar o ciclo de abusos as empresas precisam aplicar treinamentos e orientar os funcionários com frequência. “É preciso ter uma consultoria especializada para orientar, treinar, cientificar que certas brincadeiras, o desprezo e a desconsideração dentro de uma estrutura são considerados assédio moral e podem gerar penalizações”, orienta. “Quando houver uma denúncia, a companhia deve tratar de forma imparcial”, completa.
Comentários fechados para esse artigo.
Mensagem exibida apenas para administradores.