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Casa modular de 45 m² por R$ 42 mil no Mercado Livre vira tendência no Brasil: pronta em 72h, com isolamento térmico e 89% menos resíduos

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 14/10/2025 às 18:39
Casas modulares de 45 m² por R$ 42 mil ganham espaço no Brasil com montagem em 72h, baixo custo e sustentabilidade.
Casas modulares de 45 m² por R$ 42 mil ganham espaço no Brasil com montagem em 72h, baixo custo e sustentabilidade.
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Casas pré-moldadas vendidas online prometem montagem em 72 horas, baixo custo e redução de resíduos, atraindo compradores de várias regiões e despertando interesse no setor imobiliário brasileiro.

Um kit de casa pré-moldada de 45 m², anunciado por cerca de R$ 42 mil em marketplace, vem se destacando no país e acena para quem busca reduzir custos e tempo de obra.

Segundo dados divulgados pelo portal ND+, mais de 1.200 unidades foram vendidas em 90 dias, com previsão de entrega em até 30 dias e montagem concluída em 72 horas.

A proposta combina produção industrializada e montagem simplificada, mirando especialmente consumidores com orçamento limitado.

A oferta inclui um conjunto de 82 componentes pré-fabricados que chegam prontos para instalação em 15 estados.

Entram na lista placas cimentícias nas paredes, janelas de alumínio com vidro temperado, revestimentos internos e externos, além de instalações elétrica e hidráulica já dimensionadas.

O pacote contempla ainda banheiro com box acrílico e pia de resina, reduzindo etapas comuns da obra tradicional.

Não se trata apenas de velocidade.

De acordo com o fabricante, três profissionais são suficientes para erguer a estrutura, sem uso de alvenaria convencional.

O modelo promete corte de 68% no tempo de obra e redução de 42% no custo total em comparação ao método usual.

A aposta na industrialização do canteiro também reforça o argumento ambiental: a produção padronizada diminui 89% dos resíduos, utiliza 37% de insumos reciclados e demanda 53% menos água do que processos típicos do setor.

Como funciona a montagem e o desempenho térmico

A instalação segue um roteiro que prioriza encaixes e fixações, com inspeção das ligações elétricas e hidráulicas antes do fechamento final.

O teto galvanizado com forro em gesso acartonado é apontado como um dos responsáveis pelo conforto térmico.

Segundo o fornecedor, o ambiente interno tende a permanecer entre 18 °C e 32 °C, faixa considerada adequada para climas quentes e úmidos.

Esse desempenho é reforçado pelo isolamento aplicado nas paredes e pela menor inércia térmica da construção leve, que facilita a ventilação.

Ainda assim, a montagem depende de condições do terreno e de um projeto de fundação compatível.

O kit não inclui a base estrutural, cujo custo médio informado é de R$ 8 mil, variando conforme o solo.

O frete também fica por conta do comprador e pode chegar a R$ 5 mil em trajetos longos ou regiões de difícil acesso.

Itens de personalização — como ampliação de vãos, alteração de revestimentos ou variação de layout — elevam o preço final em até 25%.

Para regularizar a obra, prefeituras costumam exigir Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), com valores usuais entre R$ 500 e R$ 1.200.

Sustentabilidade e reaproveitamento de materiais

O apelo ambiental aparece em diferentes frentes.

A fabricação em série reduz perdas no corte de chapas e perfis metálicos, enquanto o controle de qualidade de fábrica minimiza retrabalho.

Além disso, o sistema foi projetado para reaproveitar 91% das peças ao fim da vida útil, com destaque para metal e componentes padronizados.

Essa característica favorece desmontagem, realocação e reciclagem, reduzindo o descarte em aterros e o impacto no ciclo de vida da construção.

Outro ponto relevante é a menor pegada hídrica durante a obra.

Com a base concluída, a montagem a seco exige pouco uso de água, especialmente na etapa de fechamento e acabamento, contribuindo para eficiência no canteiro e mitigação de lama e entulho.

Em regiões com restrições de abastecimento, essa vantagem operacional pesa no cronograma e no orçamento.

Custos, prazos e exigências locais

O preço de entrada atrai, mas o valor total só fica claro com todos os componentes na conta.

Além de fundação, frete e ART, podem surgir despesas com ligações às redes de água, esgoto e energia, taxas municipais e eventuais adequações exigidas por códigos de obras.

A entrega em até 30 dias depende de disponibilidade de estoque, logística e clima favorável para montagem.

Em áreas sujeitas a ventos fortes, é recomendável atenção ao projeto de fixação da cobertura e ao dimensionamento de amarrações.

Para quem pretende financiar, a avaliação de crédito e a aceitação do sistema construtivo pela instituição podem influenciar prazos.

Há casos em que o comprador opta por custear a base e a montagem com recursos próprios, deixando acabamentos adicionais para etapas futuras.

Em contextos rurais ou periurbanos, a viabilidade de transporte das peças também integra o planejamento.

Mercado aquecido e moradia de interesse social

A busca por soluções rápidas e baratas ocorre em um ciclo favorável do setor.

No primeiro semestre de 2025, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, os lançamentos cresceram 6,8% e as vendas avançaram 9,6%, somando 206,9 mil unidades comercializadas no período.

Trata-se de um recorde histórico de lançamentos para um primeiro semestre desde o início da série da entidade.

O movimento tem forte contribuição do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com alta relevante nas vendas do segmento econômico.

O economista Celso Petrucci, da CBIC, avalia que a industrialização da construção civil ganha espaço como alternativa escalável de acesso à moradia.

A industrialização da construção civil é uma tendência global. O Brasil começa a enxergar esse formato como uma alternativa real para moradia digna e acessível”, afirmou.

Na prática, soluções modulares podem encurtar prazos, estabilizar custos e ampliar a previsibilidade de entrega, características valorizadas em programas habitacionais.

Potencial de impacto no déficit habitacional

No debate público, iniciativas que reduzam tempo e custo de obra são vistas como aliadas no enfrentamento do déficit habitacional.

A combinação entre baixo investimento inicial, logística simplificada e obra limpa sugere um caminho para acelerar entregas em larga escala, sobretudo em municípios menores.

Ao mesmo tempo, persiste a necessidade de regulação local, assistência técnica pública e acesso a linhas de financiamento compatíveis com sistemas construtivos industrializados.

A adoção massiva de kits modulares, porém, depende de fatores adicionais: qualificação de mão de obra para montagem, infraestrutura urbana disponível e padronização de normas técnicas que facilitem aprovações.

Em regiões com alta amplitude térmica ou salinidade, por exemplo, especificações de proteção anticorrosiva e isolamento devem ser atentamente observadas para preservar desempenho e durabilidade.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas e também editor do portal CPG. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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