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Cartel do asfalto frauda ao menos R$ 1,127 bilhão em licitações da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), durante o atual governo

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 12/10/2022 às 13:03
Licitações, TCU, governo
Foto: reprodução pixabay.com

De acordo com o TCU, há indícios de fraude em empresas de pavimentação em licitações que ocorreram entre os anos 2019 e 2021

De acordo com a Auditoria do Tribunal de Contas da União, o TCU, há indícios de que aconteceu um suposto cartel entre empresas de pavimentação que teria fraudado, no mínimo, R$ 1,127 bilhão em licitações da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), durante o atual governo, nos anos de 2019 e 2021.

O exame que foi feito pelo TCU ainda indicou a formação de uma “parceria” entre os participantes do cartel, em licitações que ocorreram entre os anos de 2019 e 2021. De acordo com TCU, as possíveis fraudes envolvem a elaboração de propostas fictícias, a supressão de propostas e a combinação de rodízio entre as empresas envolvidas.Tal organização acontece tanto na sede da Codevasf, em Brasília, quanto nas superintendências regionais.

A auditoria foi inspecionada pelo TCU na última sessão e, o relator do processo, ministro Jorge Oliveira, reconheceu os indícios de formação de conluio, porém alegou que ainda não é possível provar a existência de fraude em todos os documentos analisados. Assim, o ministro negou a concessão de medida cautelar para proibir a Codevasf de realizar novos contratos ligados às licitações sob suspeitas.

https://www.youtube.com/watch?v=fkcrT_BUYxQ

Ministro que analisou formação de conluio foi indicado pelo atual presidente

Indicado pelo atual presidente, o Ministro Jorge Oliveira foi contra o entendimento da área técnica que inspecionou os fatos sobre a possível fraude. De acordo com os técnicos do tribunal, há também a participação de licitantes sem experiência em obras do tipo licitado, sem capacidade de comprovar os requisitos de habilitação técnica exigidos nos editais, sem a capacidade financeira mínima exigida no edital e também empresas que ofereceram propostas para obras a mais de 2 mil km de seus endereços e não ofereceram proposta em pregões do mesmo tipo em seu próprio estado. Por fim, existem também licitantes com uma quantidade de funcionários incompatível com a execução do objeto do certame.

De duas das quatro empresas suspeitas de participarem do esquema, apresentam capital social inferior a 5% do total contratado, e uma terceira apresenta capital social próximo a 10%.

A versão da Codevasf

Em nota, a Codevasf afirma que o processo instaurado pelo TCU está investigando uma possível fraude, não tendo nada a ver com a questão e sim com as empresas suspeitas. Afirma ainda que os responsáveis pela investigação são os órgãos de fiscalização e que o TCU poderá, ao final do processo, responsabilizar ou não as empresas citadas e que as compras feitas pelas Codevasf são todas realizadas de acordo com as normas aplicáveis, “forma mais segura e transparente de promover um pregão eletrônico por menor preço”, de acordo com a Codevasf. E, por último, ela declara ainda que possui uma firme estrutura de governo e que colabora grandemente com o trabalho dos órgãos de fiscalização, sendo que ela também deseja saber sobre os fatos.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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