A chegada da UnionPay ao Brasil promete mudar a concorrência nos meios de pagamento, ampliar a inclusão financeira e oferecer novas alternativas ao consumidor em um setor até agora dominado por bandeiras norte-americanas.
A UnionPay, maior bandeira de cartões do mundo por volume de plásticos emitidos e presença em mais de 180 países, prepara sua estreia operacional no Brasil em 2025 por meio de parceria com a fintech LeftBank, revelou nesta sexta-feira (22) o site Alta Renda.
O movimento prevê emissão local de cartões, integração com o Pix e credenciamento em maquininhas, com a promessa de ampliar a concorrência frente a Visa e Mastercard e, ao mesmo tempo, empurrar a inclusão financeira de públicos hoje pouco atendidos.
O que muda no mercado brasileiro
A entrada da bandeira chinesa ocorre em um ambiente dominado há décadas por marcas norte-americanas. A chegada da UnionPay via um emissor nacional amplia a oferta para consumidores e empresas e tende a pressionar preços e condições de aceitação.
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Essa operação brasileira nasce ancorada em serviços digitais, com abertura de conta pelo aplicativo, transferências instantâneas, pagamentos de boletos, recargas e opções de crédito populares, além de soluções de cobrança e um clube de benefícios.
Enquanto isso, o emissor parceiro projeta conquistar milhões de novos usuários com processos menos burocráticos.
A LeftBank afirma que parte da receita de transações será redistribuída para causas sociais escolhidas pelos clientes, modelo que busca diferenciar a proposta num setor marcado por tarifas e benefícios tradicionalmente vinculados a programas de pontos.
Quem é a LeftBank
Fundada por empreendedores gaúchos, a LeftBank se posiciona como fintech de viés social, com foco em inclusão bancária e apoio a coletivos e movimentos organizados.
Para viabilizar os serviços regulados, a plataforma atua em parceria com instituição de pagamento autorizada pelo Banco Central, estrutura comum entre fintechs que ainda não operam com licença própria.
Em termos práticos, a emissão dos cartões UnionPay e a integração com bancos, adquirentes e o Pix serão conduzidas por essa malha de parceiros.
No discurso público, a direção da fintech vem associando a expansão a um projeto de impacto social.
O cofundador Daniel Verçosa declarou que a empresa nasceu para “oportunizar milhões de brasileiros sem acesso bancário e apoiar entidades da sociedade civil”.
Investidores e conselheiros ligados ao mercado, como José Kobori, têm reforçado a narrativa de que a parceria com a UnionPay pode reduzir a dependência do país de bandeiras estrangeiras.
Impactos para consumidores e comércio
Na prática, o portador terá um cartão com bandeira global e uso doméstico ou internacional, com promessa de aceitação ampliada em destinos turísticos e em transações de e-commerce.
O varejo, por sua vez, tende a ganhar uma alternativa de arranjo de pagamento, potencialmente com custos transacionais mais competitivos conforme a escala aumente.
A integração com adquirentes e gateways locais é crucial nessa etapa. Quanto maior a compatibilidade técnica com as maquininhas e com as carteiras digitais, mais rápida tende a ser a difusão na ponta.
A UnionPay já tem aceitação internacional significativa e, em vários mercados, opera por meio de acordos de interoperabilidade.
No Brasil, apesar de haver aceitação parcial para cartões emitidos no exterior, a emissão local em escala ainda não estava disponível. É essa a lacuna que a parceria pretende preencher a partir de 2025.
Concorrência direta com Visa e Mastercard
A disputa não é apenas por participação de mercado. Visa e Mastercard consolidaram ecossistemas com múltiplas camadas de serviços, segurança, tokenização e parcerias com carteiras digitais.
A UnionPay, por sua vez, expande presença fora da Ásia, mira países emergentes e aposta em pagamentos móveis e QR Code como portas de entrada.
Em números globais, a base da UnionPay supera 9 bilhões de cartões emitidos.
Visa e Mastercard também operam com bases bilionárias, sustentadas por décadas de relacionamento com bancos emissores e varejistas. No Brasil, o timing pode favorecer a competição.
O avanço do Pix e do open finance amadureceu a infraestrutura, e os arranjos de pagamento se tornaram mais abertos a novos participantes.
A expansão da UnionPay, se confirmada com ampla aceitação no varejo físico e online, tende a reconfigurar negociações de taxas e benefícios.
Inclusão financeira e comércio exterior
A promessa de inclusão financeira é um dos motes da LeftBank. Ao facilitar a entrada de novos correntistas e ofertar microcrédito e meios de pagamento digitais, a operação mira segmentos historicamente desassistidos.
Para o turismo, uma bandeira com capilaridade na Ásia e em rotas comerciais pode simplificar gastos de visitantes no Brasil e de brasileiros no exterior.
No comércio internacional, empresas que negociam com fornecedores chineses podem se beneficiar de rotas de pagamento alternativas e, potencialmente, de custos menores.
Cenário geopolítico
A movimentação ocorre em meio a tensões comerciais recentes entre Brasil e Estados Unidos.
Em julho e agosto de 2025, Washington anunciou medidas tarifárias e sanções miradas a autoridades brasileiras, o que reaqueceu discussões sobre dependência de infraestruturas financeiras ocidentais.
Nesse cenário, a presença de uma bandeira chinesa com escala global é lida por parte do mercado como diversificação de riscos.
Não se trata de substituir redes vigentes, mas de adicionar redundância ao sistema, algo visto como positivo por empresas expostas a fluxos internacionais.
Estrutura da operação no Brasil
Segundo comunicações públicas da fintech e de veículos setoriais, a LeftBank ficará responsável pela emissão local e pela integração com bancos, adquirentes e Pix, enquanto a bandeira chinesa proverá a rede internacional e a tecnologia de aceitação.
A função crédito tende a estrear após a fase inicial, que prioriza contas e cartões com foco transacional.
Ao mesmo tempo, a fintech afirma que clientes poderão direcionar parte das receitas de tarifas e intercâmbio para projetos sociais previamente selecionados, incorporando esse mecanismo ao aplicativo.
Diferenciais da proposta
Além da narrativa de impacto social, a combinação de emissão local, presença global e aceitação já existente em várias praças turísticas cria um pacote competitivo para nichos específicos, como comércio exterior, viagens e e-commerce.
O teste decisivo, porém, será a aceitação no varejo doméstico em ampla escala e a experiência do usuário em apps e carteiras digitais.
Sem fricção em maquininhas, captura e estorno, nenhum arranjo prospera.
O que acompanhar nos próximos meses
Há três variáveis a monitorar. Primeiro, licenças e parcerias: a expansão depende do encadeamento com instituições reguladas no Brasil e do alinhamento com regras do Banco Central.
Depois, acordos comerciais com adquirentes e grandes redes varejistas, que determinam a velocidade de difusão.
Por fim, preços e benefícios: a sensibilidade a tarifas de desconto, MDR e recompensas costuma definir migração de bandeiras por parte dos estabelecimentos e consumidores.
Diante desse cenário, você trocaria seu cartão atual por um produto UnionPay emitido no Brasil se a aceitação e os custos forem competitivos?
Como fazer inclusão social se não minha primeira tentativa de abrir conta, fui barrado? A Left não informou os motivos. E eu também a essa altura não quero nem saber mais. Nem mencionar que fariam outra análise futuramente eles mencionaram. Inclusão ou exclusão social? Pra mim já começou mal.
Por que não? Não vejo problema.
Se o cartão poder ser usado pelo Ministro Alexandre de Morais vou querer substituir os meus visa e mastercard pelo chines