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Cartão da China no Brasil! Com 7 bilhões de cartões e presença em 180 países, UnionPay revela parceira brasileira para desafiar domínio de Visa e Mastercard no país

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 23/08/2025 às 20:33
UnionPay estreia no Brasil com a fintech LeftBank e promete desafiar Visa e Mastercard, ampliar inclusão financeira e reduzir custos.
UnionPay estreia no Brasil com a fintech LeftBank e promete desafiar Visa e Mastercard, ampliar inclusão financeira e reduzir custos.
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A chegada da UnionPay ao Brasil promete mudar a concorrência nos meios de pagamento, ampliar a inclusão financeira e oferecer novas alternativas ao consumidor em um setor até agora dominado por bandeiras norte-americanas.

A UnionPay, maior bandeira de cartões do mundo por volume de plásticos emitidos e presença em mais de 180 países, prepara sua estreia operacional no Brasil em 2025 por meio de parceria com a fintech LeftBank, revelou nesta sexta-feira (22) o site Alta Renda.

O movimento prevê emissão local de cartões, integração com o Pix e credenciamento em maquininhas, com a promessa de ampliar a concorrência frente a Visa e Mastercard e, ao mesmo tempo, empurrar a inclusão financeira de públicos hoje pouco atendidos.

O que muda no mercado brasileiro

A entrada da bandeira chinesa ocorre em um ambiente dominado há décadas por marcas norte-americanas. A chegada da UnionPay via um emissor nacional amplia a oferta para consumidores e empresas e tende a pressionar preços e condições de aceitação.

Essa operação brasileira nasce ancorada em serviços digitais, com abertura de conta pelo aplicativo, transferências instantâneas, pagamentos de boletos, recargas e opções de crédito populares, além de soluções de cobrança e um clube de benefícios.

Enquanto isso, o emissor parceiro projeta conquistar milhões de novos usuários com processos menos burocráticos.

A LeftBank afirma que parte da receita de transações será redistribuída para causas sociais escolhidas pelos clientes, modelo que busca diferenciar a proposta num setor marcado por tarifas e benefícios tradicionalmente vinculados a programas de pontos.

Quem é a LeftBank

Fundada por empreendedores gaúchos, a LeftBank se posiciona como fintech de viés social, com foco em inclusão bancária e apoio a coletivos e movimentos organizados.

Para viabilizar os serviços regulados, a plataforma atua em parceria com instituição de pagamento autorizada pelo Banco Central, estrutura comum entre fintechs que ainda não operam com licença própria.

Em termos práticos, a emissão dos cartões UnionPay e a integração com bancos, adquirentes e o Pix serão conduzidas por essa malha de parceiros.

No discurso público, a direção da fintech vem associando a expansão a um projeto de impacto social.

O cofundador Daniel Verçosa declarou que a empresa nasceu para “oportunizar milhões de brasileiros sem acesso bancário e apoiar entidades da sociedade civil”.

Investidores e conselheiros ligados ao mercado, como José Kobori, têm reforçado a narrativa de que a parceria com a UnionPay pode reduzir a dependência do país de bandeiras estrangeiras.

Impactos para consumidores e comércio

Na prática, o portador terá um cartão com bandeira global e uso doméstico ou internacional, com promessa de aceitação ampliada em destinos turísticos e em transações de e-commerce.

O varejo, por sua vez, tende a ganhar uma alternativa de arranjo de pagamento, potencialmente com custos transacionais mais competitivos conforme a escala aumente.

A integração com adquirentes e gateways locais é crucial nessa etapa. Quanto maior a compatibilidade técnica com as maquininhas e com as carteiras digitais, mais rápida tende a ser a difusão na ponta.

A UnionPay já tem aceitação internacional significativa e, em vários mercados, opera por meio de acordos de interoperabilidade.

No Brasil, apesar de haver aceitação parcial para cartões emitidos no exterior, a emissão local em escala ainda não estava disponível. É essa a lacuna que a parceria pretende preencher a partir de 2025.

Concorrência direta com Visa e Mastercard

A disputa não é apenas por participação de mercado. Visa e Mastercard consolidaram ecossistemas com múltiplas camadas de serviços, segurança, tokenização e parcerias com carteiras digitais.

A UnionPay, por sua vez, expande presença fora da Ásia, mira países emergentes e aposta em pagamentos móveis e QR Code como portas de entrada.

Em números globais, a base da UnionPay supera 9 bilhões de cartões emitidos.

Visa e Mastercard também operam com bases bilionárias, sustentadas por décadas de relacionamento com bancos emissores e varejistas. No Brasil, o timing pode favorecer a competição.

O avanço do Pix e do open finance amadureceu a infraestrutura, e os arranjos de pagamento se tornaram mais abertos a novos participantes.

A expansão da UnionPay, se confirmada com ampla aceitação no varejo físico e online, tende a reconfigurar negociações de taxas e benefícios.

Inclusão financeira e comércio exterior

A promessa de inclusão financeira é um dos motes da LeftBank. Ao facilitar a entrada de novos correntistas e ofertar microcrédito e meios de pagamento digitais, a operação mira segmentos historicamente desassistidos.

Para o turismo, uma bandeira com capilaridade na Ásia e em rotas comerciais pode simplificar gastos de visitantes no Brasil e de brasileiros no exterior.

No comércio internacional, empresas que negociam com fornecedores chineses podem se beneficiar de rotas de pagamento alternativas e, potencialmente, de custos menores.

Cenário geopolítico

A movimentação ocorre em meio a tensões comerciais recentes entre Brasil e Estados Unidos.

Em julho e agosto de 2025, Washington anunciou medidas tarifárias e sanções miradas a autoridades brasileiras, o que reaqueceu discussões sobre dependência de infraestruturas financeiras ocidentais.

Nesse cenário, a presença de uma bandeira chinesa com escala global é lida por parte do mercado como diversificação de riscos.

Não se trata de substituir redes vigentes, mas de adicionar redundância ao sistema, algo visto como positivo por empresas expostas a fluxos internacionais.

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Estrutura da operação no Brasil

Segundo comunicações públicas da fintech e de veículos setoriais, a LeftBank ficará responsável pela emissão local e pela integração com bancos, adquirentes e Pix, enquanto a bandeira chinesa proverá a rede internacional e a tecnologia de aceitação.

A função crédito tende a estrear após a fase inicial, que prioriza contas e cartões com foco transacional.

Ao mesmo tempo, a fintech afirma que clientes poderão direcionar parte das receitas de tarifas e intercâmbio para projetos sociais previamente selecionados, incorporando esse mecanismo ao aplicativo.

Diferenciais da proposta

Além da narrativa de impacto social, a combinação de emissão local, presença global e aceitação já existente em várias praças turísticas cria um pacote competitivo para nichos específicos, como comércio exterior, viagens e e-commerce.

O teste decisivo, porém, será a aceitação no varejo doméstico em ampla escala e a experiência do usuário em apps e carteiras digitais.

Sem fricção em maquininhas, captura e estorno, nenhum arranjo prospera.

O que acompanhar nos próximos meses

Há três variáveis a monitorar. Primeiro, licenças e parcerias: a expansão depende do encadeamento com instituições reguladas no Brasil e do alinhamento com regras do Banco Central.

Depois, acordos comerciais com adquirentes e grandes redes varejistas, que determinam a velocidade de difusão.

Por fim, preços e benefícios: a sensibilidade a tarifas de desconto, MDR e recompensas costuma definir migração de bandeiras por parte dos estabelecimentos e consumidores.

Diante desse cenário, você trocaria seu cartão atual por um produto UnionPay emitido no Brasil se a aceitação e os custos forem competitivos?

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Antônio Figueiredo
Antônio Figueiredo
24/08/2025 00:52

Como fazer inclusão social se não minha primeira tentativa de abrir conta, fui barrado? A Left não informou os motivos. E eu também a essa altura não quero nem saber mais. Nem mencionar que fariam outra análise futuramente eles mencionaram. Inclusão ou exclusão social? Pra mim já começou mal.

Anchieta Junior
Anchieta Junior
24/08/2025 00:45

Por que não? Não vejo problema.

Felipe Fialho Neto
Felipe Fialho Neto
23/08/2025 23:48

Se o cartão poder ser usado pelo Ministro Alexandre de Morais vou querer substituir os meus visa e mastercard pelo chines

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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