Modelos elétricos de marcas já aparecem em ferros-velhos na Espanha, impulsionando mudanças na manutenção e na economia circular do setor automotivo.
A presença de carros elétricos chineses nas ruas da Europa já se tornou comum.
Agora, esses veículos também começam a ocupar espaço nos ferros-velhos, sinal claro de que completaram o ciclo de vida típico de qualquer automóvel.
Segundo Marc Cuñat, responsável por peças no site espanhol Hibridos y Eléctricos, esse é um marco importante:
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“A presença de modelos chineses nos centros de tratamento de veículos é o indício definitivo de que eles passaram a se integrar plenamente ao ciclo de vida da frota automobilística”.
Nova fase para o setor de reciclagem automotiva
A chegada desses modelos aos desmanches representa uma transformação significativa para o setor de reciclagem.
É a prova de que os carros elétricos chineses estão plenamente inseridos no mercado.
Para os centros de tratamento de veículos, essa mudança representa ao mesmo tempo uma oportunidade e um desafio.
De acordo com especialistas, os veículos elétricos oferecem uma quantidade de peças reutilizáveis semelhante à dos modelos com motor a combustão.
“No caso dos veículos elétricos, o número de peças recuperáveis é bastante similar ao dos carros a combustão”, reforça Cuñat.
Logística e os desafios da tecnologia chinesa
As montadoras chinesas vêm avançando na logística de distribuição de peças.
Em alguns casos, componentes comuns podem chegar em apenas 24 horas. No entanto, peças mais específicas ainda enfrentam atrasos que podem durar semanas.
Essa lentidão na reposição afeta diretamente a viabilidade de muitos reparos.
Quando uma peça demora ou seu custo é elevado, o conserto pode se tornar inviável, já que o valor final se aproxima do preço de mercado do próprio veículo.
Desmanches refletem a transição da indústria
A presença crescente de carros elétricos chineses nos centros de desmanche revela uma mudança profunda no setor automotivo.
Identificar corretamente os problemas, garantir o fornecimento de peças e agir com rapidez se tornaram exigências fundamentais para acompanhar esse novo cenário.
Essa transição também está alinhada com a busca por uma indústria mais eficiente e sustentável, conectada aos princípios da economia circular.
Como a China ganhou o mercado global
A China alcançou, em 2024, o posto de maior exportadora de carros de passeio do planeta.
O feito marca o ponto alto de uma estratégia iniciada há mais de uma década, com planejamento cuidadoso e metas bem definidas.
O país já liderava na produção de veículos, mas agora se destaca também nas vendas internacionais.
Crescimento impressionante em cinco anos
Em 2019, a China ocupava somente a 15ª posição no ranking global de exportações de carros de passeio.
Naquele ano, embarcou cerca de 900 mil unidades.
Além disso, ainda importava mais do que exportava, com mais de 1 milhão de veículos estrangeiros entrando no país.
A virada começou em 2021, quando a China já subiu para a sexta colocação.
Em 2023, saltou para a vice-liderança.
Finalmente, em 2024, assumiu o topo das exportações mundiais de veículos de passeio.
O aumento acumulado no período foi de 510%, um avanço expressivo para um setor tão competitivo.
Exportações puxadas pelos elétricos
Boa parte desse avanço pode ser explicada pela aposta nos veículos elétricos.
Em 2024, 30% dos carros de passeio exportados pela China eram movidos exclusivamente a eletricidade.
Esse percentual reforça o protagonismo chinês na transição energética da indústria automotiva.
Comparando com dados de 2023, a China já se destacava nesse segmento, com 34,9% de seus veículos exportados sendo elétricos puros.
A Alemanha, segunda colocada nesse critério, tinha 19,8% de elétricos entre seus carros enviados ao exterior.
Concorrência segue com combustão e híbridos
Os Estados Unidos seguem apostando majoritariamente nos veículos a combustão.
Em 2023, 83,9% das exportações americanas eram de modelos movidos somente por gasolina ou diesel.
O Japão, por sua vez, tem uma abordagem diferente.
Ainda com baixa produção de elétricos puros, o país lidera nas exportações de híbridos convencionais, os chamados HEVs.
Esses modelos combinam motor a combustão com motor elétrico, mas não precisam ser plugados na tomada.
O pioneirismo japonês nesse tipo de tecnologia começou em 1997, com o lançamento do Toyota Prius.
A liderança chinesa nas exportações é fruto de uma estratégia clara: dominar primeiro a produção e, em seguida, conquistar os mercados globais.
A combinação entre volume, inovação e foco nos elétricos impulsionou a indústria automotiva do país a um novo patamar.
Penso que não são só os chineses a condenar, os americanos também (Tesla).
Toda tecnologia nova passa por adaptações (desde o Ford T). Agora, que os eletrodomésticos têm muito a adaptar, isso têm. Principalmente o lixo eletroeletrônico (baterias, etc.), promessa de uma nova poluição global
Kkkkk….e alguem ainda acha que Carro Eletrico e eterno.
Claro que nao e e vai mais cedo para sucata que carro a gas pelo velho e conhecido valor das baterias. Nao bale a pena trocar a bateria compre carro novo…..
A Toyota vem aí atropelado todas as marcas!
O novo carro da Toyota / MIRAI tem um motor movido a água destilada, que compete diretamente com os motores a gasolina em potência porém com autonomia muito maior por km rodado, com custo infinitamente menor e que não polui.
O carro a água não é novidade, porém nenhuma marca de expressão, até hoje, se atreveu a contrariar o sistema de petróleo.