Em evento, estudantes brasileiros apresentam um carro que faz 715 km/l e pode revolucionar o setor automotivo. Evento da Shell impulsiona novos estudos e investimentos no mercado de carros a hidrogênio.
A Shell Eco-Marathon, a principal competição de engenharia automotiva entre estudantes de universidades no país e da América Latina aconteceu há alguns meses e, pela primeira vez, duas equipes apostaram em um carro a hidrogênio. Contudo, carros a combustão e elétricos ainda são a maioria. Neste evento, brasileiros apresentaram um carro que faz 715 km/l.
Saiba como funciona a competição que impulsiona novas tecnologias para o setor automotivo
Muitos dos estudantes presentes na competição ainda nem completaram 20 anos de idade e já trabalham em projetos mirabolantes, como o carro que faz 715 km/l. A Eco-Marathon (Maratona Ecológica) é dividida em quatro categorias, de acordo com a matriz energética de cada projeto: combustão interna, bateria elétrica, célula a hidrogênio e conceito urbano.
A Shell não cobra a inscrição, contudo, fica a cargo das universidades e dos estudantes a busca por patrocinadores que financiem não apenas o projeto, mas também a viagem e a hospedagem no Rio de Janeiro. Além do translado dos estudantes, há também o transporte dos veículos até o Píer. Um aluno da Universidad Capitán Ustáriz, da Bolívia, afirmou que um caminhão levou o protótipo de Cochabamba até a fronteira com o Brasil.
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O veículo passou pela Receita Federal e foi colocado em um caminhão brasileiro, que fez o translado final até o Rio, onde acontece a maratona revolucionária para o setor automotivo. Enquanto isso, os alunos se deslocaram de avião, fazendo escala em São Paulo.
O evento funciona como uma corrida. As universidades possuem áreas delimitadas que servem como boxes, onde deixam veículos, computadores, ferramentas e componentes mecânicos. O primeiro objetivo é passar na inspeção técnica. Esta é a parte mais difícil, segundo informações da Shell.
Em quais critérios o carro a hidrogênio teve que passar?
O carro a hidrogênio, bateria ou gasolina deve atender vários critérios técnicos para ter a chance de fazer o teste de consumo em pista. Segundo Norman Koch, gerente global da Shell Eco-Marathon, é na inspeção em que cerca de 15% dos estudantes competidores são reprovados.
Os técnicos da Shell avaliam o peso, dimensões, visibilidade, freios, design, mecânica, eletrônica, buzina, botão de emergência e até o esforço para entrar e sair do veículo. O piloto passa por avaliações físicas e psicotécnicas, além de ter a obrigatoriedade de usar luvas, macacão e capacete homologados pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
O primeiro teste é de frenagem. O protótipo é colocado sobre uma rampa e o piloto precisa testar tanto os freios dianteiros quanto os traseiros. Um inspetor técnico comentou que este costuma ser um dos testes mais cruéis, visto que quase todos os veículos usam sistemas emprestados de bicicletas.
O teste de frenagem foi uma das grandes dificuldades da equipe boliviana. A Shell obriga que o sistema do carro a hidrogênio, bateria ou gasolina seja independente para dianteira e traseira, com o objetivo de aumentar a redundância e a segurança.
Brasileiros desenvolvem carro que faz 715 km/l
O time boliviano lutou com bravura para colocar o primeiro carro a hidrogênio da história na Eco-Marathon Brasil na pista. Contudo, o melhor resultado foi com os motores a combustão. O Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Sul, de Erechim, desenvolveu um carro que faz 715 km/l e pode revolucionar o setor automotivo.
O segundo lugar ficou com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, que marcou 647 km/l. Entre os protótipos com motores elétricos, a Universidade Federal de Minas Gerais venceu ao marcar 367 km/kWh.
A liderança dos mineiros por pouco não foi ameaçada, visto que o Instituto Federal Sul-rio-grandense alcançou 364 km/kWh e ficou com a segunda colocação.