Após críticas do CEO francês do Carrefour sobre carne do Mercosul, governador brasileiro sugere reciprocidade nas relações comerciais, levantando possibilidade de boicote às empresas.
O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União), anunciou uma ação firme contra as redes Carrefour e Atacadão, após declarações do CEO do grupo francês sobre a carne proveniente do Mercosul. Mendes considera as falas como ataques à imagem do Brasil e afirmou que não deixará isso passar despercebido.
Em entrevista à CNN, Mendes declarou: “Do jeito que você me trata, eu tenho o direito de te tratar”. Ele pediu reciprocidade nas relações comerciais e exortou os brasileiros, especialmente aqueles ligados ao agronegócio, a boicotarem as lojas das duas redes no país.
Medidas legais e pressão local
O governador revelou que já orientou a secretaria de fazenda de Mato Grosso a estudar medidas legais contra o grupo Carrefour. Segundo ele, as ações serão feitas dentro dos limites da lei, mas garantiu que a empresa enfrentará dificuldades no estado.
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“Dentro da lei, dentro dos limites da lei, eles não terão vida fácil aqui no meu estado por ter desrespeitado o nosso país, desrespeitado o agronegócio”, enfatizou Mendes.
Críticas à Europa e ao protecionismo Francês
Mendes aproveitou a oportunidade para criticar o que considera uma guerra comercial disfarçada de preocupação ambiental. Ele destacou que o Brasil possui práticas de preservação ambiental mais rigorosas que muitos países europeus.
No bioma amazônico, por exemplo, os proprietários rurais são obrigados a preservar 80% de suas terras, enquanto os agricultores franceses operam com muito menos restrições.
Segundo Mendes, os europeus, particularmente os franceses, dependem fortemente de subsídios agrícolas e não conseguem competir com a eficiência dos produtores brasileiros. Ele afirmou que barreiras como essas são estratégias para evitar a concorrência livre.
Pessimismo com o Acordo Mercosul-União Europeia
O governador também se mostrou cético quanto à viabilidade do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, devido à resistência da França. Ele sugeriu que o Brasil diversifique suas parcerias comerciais, olhando para mercados na Ásia e no Oriente Médio como alternativas mais promissoras.
“Enquanto continuarmos insistindo em acordos com países que não querem negociar de forma justa, perderemos oportunidades em regiões onde há verdadeira demanda por nossos produtos”, afirmou.
Carrefour responde
Em nota enviada à CNN, o Carrefour explicou que as declarações do CEO foram mal interpretadas. Segundo a empresa, a decisão anunciada recentemente de suspender a compra de carne do Mercosul se aplica apenas às lojas na França. A medida, segundo o grupo, reflete as demandas do setor agrícola francês, que enfrenta dificuldades internas.
“Todos os outros países onde o Grupo Carrefour opera, incluindo Brasil e Argentina, continuam a operar sem qualquer alteração e podem continuar adquirindo carne do Mercosul”, esclareceu o comunicado.
Apesar das explicações, o clima de tensão persiste. Governadores como Mauro Mendes veem na postura do Carrefour um reflexo do protecionismo europeu e prometem não recuar.
Produtores rurais e líderes do agronegócio têm manifestado apoio às declarações do governador. Muitos veem o episódio como mais um capítulo na disputa entre as potências agrícolas, onde o Brasil tenta consolidar sua posição como líder global na exportação de alimentos.
Com o boicote em curso e as tensões diplomáticas crescentes, o embate entre Mato Grosso e a gigante do varejo francês promete novos desdobramentos. Resta saber como o governo federal e outros estados irão se posicionar frente à polêmica.