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Caos logístico à vista: alta de 700% no preço dos contêineres e seca da Amazônia travam importações e exportações no Brasil, gerando prejuízo de R$ 21 bilhões por ano

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 08/10/2024 às 09:33
Caos logístico à vista: alta de 700% no preço dos contêineres e seca da Amazônia travam importações e exportações no Brasil, gerando prejuízo de R$ 21 bilhões por ano
Foto: Dall-e

Caos logístico no Brasil? Saiba como a alta no preço dos contêineres, chegada de carros elétricos e seca da Amazônia está afetando as importações e exportações do país.

Caos logístico no Brasil: Em 2024, a logística dos setores de importação e exportação no Brasil enfrenta uma crise significativa. O principal fator desse caos é o aumento expressivo nos custos do frete internacional, impulsionado pela alta no preço dos contêineres e navios de transporte. Com esses valores elevados, a circulação de produtos no país tem sido fortemente impactada, criando gargalos que afetam diretamente a economia nacional. Esse cenário está pressionando empresas e consumidores, elevando os preços e dificultando o planejamento logístico, tanto para a entrada quanto para a saída de mercadorias.

Caos logístico deixa frete quase 8 vezes mais caro

Na última semana de setembro, o custo do frete para a rota China-Brasil estava entre US$ 8,5 mil e US$ 9 mil nos portos do Sudeste. Até o mês de março deste ano, em média, o valor era de US$ 1.200 por contêiner de 40 pés em praticamente todo o Brasil.

Em Manaus, a alta no preço dos contêineres alcançou US$ 14 mil, sendo US$ 5 mil como taxa da seca, comprada pelas empresas de transporte marítimo de longa distância para compensar o uso limitado de contêineres devido aos baixos níveis de água em certos portos ou rios.

O custo elevado do frete, trouxe um caos logístico de importação de insumos de baixo valor agregado para indústrias da Zona Franca de Manaus. Os custos estão se acumulando em toda a cadeia de comércio exterior.

O gargalo logístico nos principais portos do país causam prejuízo anual de R$ 21 bilhões, segundo estimativa do Centro Nacional de Navegação Transatlântica (Centronave), que reúne 19 armadores de longo curso, causando filas de navios para atracamento e armazéns superlotados.

Para se ter uma noção, um terço das exportações brasileiras de soja e 42,5% dos embarques totais de milho no último ano fizeram escoamento pelos portos do Arco Norte, como o de Itacoatiara (AM) e Barcarena (PA).

Carros elétricos chineses prejudicam as importações e exportações brasileiras?

A cadeia logísticas brasileiras de importações e exportações vem com problemas desde o primeiro semestre. Uma importação massiva de veículos elétricos chineses (VEs) vinha afetando a capacidade dos portos.

Além da demanda maior este ano (aumento de 510% de emplacamentos), as montadoras chinesas decidiram antecipar o envio de VEs antes do aumento de 18% da taxa de importação, que passou a valer em julho.

A invasão chinesa gerou a formação de um estoque de 82 mil VEs. Uma boa parte entrou pelo porto de Itapoá, em Santa Catarina, que opera exclusivamente com contêineres. Cada chegada de navio com 6 mil carros elétricos, em média, acomodados em contêineres de 40 pés, impacta a operação dos portos de importações e exportações, visto que ocupam grande espaço nos terminais. 

No porto de Vitória, no Espírito Santo, que tradicionalmente recebe grandes quantidades de carros elétricos chineses, a falta de espaço para acomodar os importados no pátio gerou um caos logístico prejudicial à exportação de café e de rochas ornamentais.

Desequilíbrio geopolítico impacta exportações e importações

A alta no preço dos contêineres não é apenas um problema local. Há uma lista de motivos que, interligados, interferem na chegada e saída de produtos globais. Por exemplo, existe o bloqueio da rota marítima entre a Ásia e o norte da Europa iniciado em novembro de 2023 na região do Mar Vermelho, por parte de guerrilheiros houthis, do Iêmen, que exige um ajuste de rota do transporte marítimo na região.

Nos próximos dias, o comércio exterior estará calculando a greve por melhores salários convocada pelo principal sindicato de estivadores dos Estados Unidos e começará na terça-feira, 1º de outubro, que fechou cerca de 30 portos americanos numa faixa territorial do Maine ao Texas.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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