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Canhão eletromagnético japonês dispara a 7 vezes a velocidade do som

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 11/09/2025 às 23:26
Japão testa canhão eletromagnético de 20 megajoules a bordo do navio JS Asuka, atingindo Mach 7 e avançando no desenvolvimento de armas de energia direcionada.
Japão testa canhão eletromagnético de 20 megajoules a bordo do navio JS Asuka, atingindo Mach 7 e avançando no desenvolvimento de armas de energia direcionada.
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Disparo experimental do canhão eletromagnético japonês alcança Mach 7 e marca avanço em armas de energia para defesa marítima.

Imagens oficiais do canhão eletromagnético montado em navio foram divulgadas pelo Japão, com disparo realizado do navio de testes JS Asuka em 10 de setembro.

O registro foi apresentado como marco nos esforços nacionais para armas de energia direcionada destinadas às Forças de Autodefesa do Japão.

A Agência de Aquisição, Tecnologia e Logística (ATLA), vinculada ao Ministério da Defesa, informou que o teste do canhão eletromagnético a bordo ocorreu de junho ao início de julho, com apoio da Força de Autodefesa Marítima. Tratou-se da primeira exibição do sistema em ação instalado em um navio real.

Estrutura institucional e indústria

O Comando de Pesquisa e Desenvolvimento da Frota opera o Asuka como demonstrador tecnológico. A ATLA supervisiona o programa com suporte industrial da Japan Steel Works, fabricante de armamentos navais. O projeto de canhão eletromagnético foi lançado formalmente em 2016, com testes de fogo real iniciados em 2022.

As pesquisas iniciais priorizaram dois entraves: estabilização de projéteis em velocidades hipersônicas e mitigação do desgaste de cano sob tensões extremas. Essas frentes foram definidas como fatores críticos para maturidade do canhão eletromagnético.

Aprendizados externos e comparativos

A Marinha dos EUA encerrou em 2021 o projeto publicamente reconhecido de canhão eletromagnético, após dispêndio superior a US$ 500 milhões. Segundo o Defense News, registrou-se degradação grave do cano com menos de 30 disparos, redirecionando a ênfase para lasers de estado sólido.

Relatos de campo apontaram desempenho inconsistente e prontidão operacional limitada dos sistemas a laser. O desenvolvimento japonês busca contornar essas limitações por meio do canhão eletromagnético.

Parâmetros técnicos e desempenho

O protótipo do canhão eletromagnético no Asuka teria massa aproximada de oito toneladas métricas (nove toneladas americanas) e cano de seis metros. Análise de código aberto citada pela Shephard Media indica projéteis de aço de 40 milímetros, com cerca de 320 gramas (0,7 libras).

Em testes anteriores, a velocidade inicial atingiu cerca de 2.230 metros por segundo, correspondente a Mach 6,5. O plano declarado prevê elevação da energia de carga de 5 megajoules para 20 megajoules, patamar associado ao disparo em Mach 7.

Munição, efeito e custo de emprego

Diferentemente de munições explosivas, o canhão eletromagnético emprega energia cinética pura por meio de projéteis inertes em velocidade hipersônica. Essa arquitetura foi apontada como alternativa econômica em funções específicas quando comparada a mísseis guiados.

Diagramas conceituais sugerem configurações multimissão, incluindo fragmentação antiaérea. O armazenamento de maior quantidade de munição e o custo por disparo potencialmente inferior foram indicados como fatores de impacto em logística e sustentação.

Condições de uso e integração em defesa aérea

A atenuação atmosférica e os limites de linha de visada que afetam lasers não se aplicam da mesma forma ao canhão eletromagnético, o que viabiliza emprego em quaisquer condições climáticas e possibilidade de engajamento além do horizonte no ambiente marítimo.

Estuda-se a integração do canhão eletromagnético com interceptadores de longo alcance para compor defesa aérea em camadas contra veículos planadores hipersônicos e enxames de drones. Os confrontos no Mar Vermelho ilustraram desafios econômicos de defesas baseadas em mísseis contra ameaças de baixo custo.

Situação do programa e perspectivas

A ATLA registrou que, de junho ao início de julho, ocorreu o Teste de Tiro com Canhão Elétrico a Bordo de Navios com apoio da Força de Autodefesa Marítima.

Foi indicada como a primeira ocasião em que um canhão elétrico montado em um navio foi disparado com sucesso contra um navio real.

O canhão eletromagnético de 20 megajoules foi qualificado como avanço relevante na área de armamento de energia, historicamente marcada por promessas não materializadas. A avaliação apresentada sustenta que a prontidão para uso real estaria mais próxima no atual estágio do programa.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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