Impulsionado por novas e gigantescas plataformas, o Campo de Búzios ultrapassou o histórico Campo de Tupi e se consolidou como o maior campo de petróleo do Brasil em produção.
O pré-sal brasileiro testemunhou uma troca de guarda histórica. O Campo de Búzios, na Bacia de Santos, superou o Campo de Tupi (antigo campo de Lula) e se tornou oficialmente o maior campo de petróleo do Brasil em volume de produção. A mudança, consolidada entre 2024 e 2025, marca uma nova fase na exploração de petróleo em águas ultraprofundas no país.
De acordo com os dados mais recentes da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a ascensão de Búzios é resultado da entrada em operação de novas e gigantescas plataformas de produção. A análise dos dois campos revela a dinâmica do pré-sal, com um novo gigante assumindo a liderança enquanto o pioneiro da fronteira entra em sua fase de maturidade.
O novo rei do pré-sal: o Campo de Búzios e sua produção milionária
Localizado a cerca de 180 km da costa do Rio de Janeiro, no coração do pré-sal da Bacia de Santos, o Campo de Búzios é hoje o ativo mais produtivo do Brasil. Descoberto em 2010, o campo iniciou sua produção em 2018 e, desde então, sua importância só cresce.
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A produção do campo já se aproxima de 1 milhão de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). A consolidação de sua liderança foi impulsionada pela entrada em operação de sua sexta e maior plataforma, a FPSO Almirante Tamandaré, que iniciou a produção em 15 de fevereiro de 2025.
O gigante histórico: o Campo de Tupi e o legado da primeira descoberta
Por mais de uma década, o maior campo de petróleo do Brasil foi o Campo de Tupi. Sua descoberta, anunciada em 2006, foi o evento que revelou ao mundo o potencial do pré-sal brasileiro e mudou para sempre o patamar do país no cenário energético global.
Operado pela Petrobras em parceria com a Shell e a Petrogal, Tupi foi o primeiro grande campo do pré-sal a entrar em produção, em 2009. Embora ainda seja um gigante, com uma produção acumulada que ultrapassa os 2,6 bilhões de barris, o campo já atingiu sua maturidade e hoje se encontra em uma fase de declínio natural de sua produção.
A engenharia dos gigantes: as plataformas que operam a 5.000 metros de profundidade
A exploração desses campos, localizados sob uma espessa camada de sal e a mais de 5.000 metros de profundidade, exige uma tecnologia de ponta. A produção em Búzios é garantida por uma frota de seis gigantescas plataformas do tipo FPSO (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência).
A operação é liderada pela Petrobras, que detém quase 90% do campo, em parceria com as estatais chinesas CNOOC e CNODC. A complexa infraestrutura submarina conecta 15 poços apenas à nova plataforma Almirante Tamandaré.
Bacia de Santos: o novo epicentro do petróleo brasileiro
A ascensão de Búzios e Tupi consolidou a Bacia de Santos como o novo e principal polo de produção de petróleo do Brasil. Por décadas, a Bacia de Campos foi a principal província petrolífera do país, com campos como Marlim e Roncador.
Hoje, no entanto, os maiores e mais produtivos ativos estão localizados no pré-sal da Bacia de Santos, que se tornou o coração da indústria de óleo e gás nacional.
O futuro da produção: a meta de 2 milhões de barris por dia em Búzios
Búzios não é apenas o maior campo de petróleo do Brasil na atualidade; ele é o principal vetor de crescimento da Petrobras para o futuro. A estatal projeta que a produção do campo ultrapasse consistentemente a marca de 1 milhão de barris por dia ainda em 2025.
O plano de longo prazo é ainda mais ambicioso. Com a instalação de mais cinco novas plataformas nos próximos anos, a meta da Petrobras é que a produção de Búzios atinja a marca de 2 milhões de barris por dia até 2030, consolidando o campo como um dos mais importantes do mundo.