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Caixas de supermercado e bom senso: colocar as compras na esteira antes do cliente anterior terminar é errado? Descubra o que o Código de Defesa do Consumidor realmente prevê

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 09/11/2025 às 12:43
Post sobre etiqueta em fila de caixa de supermercado viraliza, ultrapassa 500 mil visualizações e provoca intenso debate
Post sobre etiqueta em fila de caixa de supermercado viraliza, ultrapassa 500 mil visualizações e provoca intenso debate
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Uma publicação aparentemente simples sobre etiqueta em filas de supermercado viralizou nas redes sociais. O desabafo ultrapassou 500 mil visualizações e gerou milhares de comentários, dividindo opiniões sobre o comportamento considerado “falta de educação”

Uma situação aparentemente banal em um caixa de supermercado virou motivo de debate nas redes sociais e reacendeu uma velha discussão: até onde vai o limite da boa educação no cotidiano?

Tudo começou quando uma internauta publicou um desabafo reclamando de pessoas que colocam suas compras na esteira antes que o cliente anterior termine de pagar.

O tom da mensagem, indignado, acabou chamando atenção de milhares de usuários, e o assunto rapidamente se tornou um dos tópicos mais comentados do Threads.

No post, a autora dizia considerar uma “falta de educação enorme” esse tipo de comportamento, pedindo que as pessoas simplesmente esperassem o pagamento e a saída do cliente anterior para, então, colocarem suas compras na esteira.

O texto, escrito de forma espontânea e sem grandes pretensões, acabou acumulando mais de 500 mil visualizações e cerca de 4 mil comentários. Em pouco tempo, o que parecia uma simples queixa cotidiana se transformou em um debate sobre etiqueta, pressa e respeito mútuo.

Reações dividem a internet

As respostas ao desabafo mostraram o quanto o comportamento em filas é motivo de diferentes interpretações.

Muitos internautas ironizaram a reclamação, afirmando que o costume de colocar as compras na esteira com antecedência seria uma forma de agilizar o atendimento.

Uma operadora de caixa chegou a comentar que, quando há espaço disponível, é até desejável que o próximo cliente organize seus produtos, desde que respeite o limite entre as compras para evitar erros no registro.

Outros usuários, porém, concordaram com o incômodo, dizendo que a pressa de quem está atrás pode causar desconforto, principalmente quando o cliente da frente ainda está pagando.

Alguns chegaram a citar situações de confusão no caixa, como produtos misturados ou cobranças indevidas por falta de atenção. Entre os comentários, não faltaram doses de humor: um deles dizia que a situação seria tão grave “que só um duelo resolveria o problema”.

A repercussão foi tamanha que o episódio virou exemplo de como comportamentos cotidianos podem gerar discussões acaloradas nas redes.

Depois da enxurrada de respostas, a internauta voltou a se manifestar, afirmando que não é uma “pessoa ruim”, apenas alguém que quis expor uma opinião pessoal. Ela ressaltou que, se os outros têm o direito de discordar, também tem o direito de expressar o próprio ponto de vista.

O que diz a lei sobre o comportamento em supermercados

Apesar da viralização do caso, não existe no Brasil nenhuma lei que determine que o cliente deva esperar o anterior pagar antes de colocar suas compras na esteira. Essa prática é vista mais como uma questão de etiqueta e bom senso do que de obrigatoriedade legal.

Contudo, existem leis que regulam o atendimento ao consumidor dentro de supermercados e estabelecimentos comerciais. A principal delas é o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), que garante uma série de direitos e deveres tanto para o cliente quanto para o fornecedor.

O artigo 6º do CDC assegura, por exemplo, o direito à informação clara e adequada sobre produtos e serviços, além da proteção contra práticas abusivas e da reparação por eventuais danos. Já o artigo 39 proíbe o fornecedor de adotar condutas que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada. Esses dispositivos garantem que o atendimento seja eficiente, respeitoso e seguro — tanto para quem compra quanto para quem vende.

Outra legislação importante é a Lei nº 10.048/2000, que determina atendimento prioritário para idosos, pessoas com deficiência, gestantes, lactantes e pessoas com crianças de colo. Ou seja, em filas de supermercado, esses grupos têm direito a atendimento preferencial, e os estabelecimentos são obrigados a manter sinalização visível e caixa exclusivo quando possível.

Há ainda leis municipais em várias cidades brasileiras que obrigam os supermercados a manterem número suficiente de caixas abertos, evitando filas longas. Em alguns municípios, a espera máxima não pode ultrapassar 15 minutos, sob pena de multa ao estabelecimento. Essas normas visam garantir que o consumidor não seja submetido a demoras excessivas — mas, novamente, dizem respeito à conduta do fornecedor, não do cliente.

Etiqueta e bom senso ainda são fundamentais

Na ausência de uma regra específica, o comportamento em filas de supermercado continua sendo guiado pelo bom senso.

Especialistas em etiqueta e consumo costumam apontar que o ideal é observar o espaço e o andamento da fila: se ainda há produtos sendo passados, é mais educado aguardar alguns segundos até o cliente anterior concluir o pagamento.

Por outro lado, quando há espaço suficiente na esteira e o caixa indica que o próximo cliente pode se aproximar, não há problema em adiantar as compras — desde que se respeite a separação entre uma compra e outra.

O caso mostra como gestos simples do dia a dia podem se transformar em temas de debate público e até em reflexões sobre convivência. Em tempos de pressa e redes sociais, atitudes pequenas ganham proporções inesperadas e expõem diferentes percepções de respeito, empatia e paciência.

No fim das contas, o que o episódio revela é que, embora não exista uma lei que regule cada comportamento dentro de um supermercado, a boa convivência continua sendo regida por algo que nenhuma legislação substitui: a educação e o respeito ao espaço do outro.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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