Com 430 cv e tecnologia de ponta, o modelo desafia o mercado, mas suas limitações para o trabalho pesado geram debate.
A BYD Shark 2025 chegou ao Brasil. É a primeira picape super-híbrida do país. Ela promete revolucionar o segmento de picapes médias. O modelo combina um motor a combustão e dois motores elétricos. A potência total chega a 430 cavalos. A performance é impressionante: a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em apenas 5,7 segundos. A BYD Shark desafia as picapes a diesel tradicionais, focando em tecnologia, desempenho e conforto.
Potência híbrida e desempenho de esportivo
O coração da BYD Shark 2025 é seu sistema de propulsão híbrido plug-in. Ele une um motor 1.5 turbo a gasolina com dois motores elétricos. Juntos, entregam uma potência combinada de 437 cv e um torque de 650 Nm. Essa força coloca a Shark como a picape média mais potente do mercado.
A aceleração de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos é comparável à de um carro esportivo. A autonomia declarada pela fabricante é de 840 km no ciclo chinês (NEDC). No padrão mais realista do Inmetro (PBEV), a autonomia puramente elétrica é de 57 km. A base da picape é a plataforma DMO (Dual Mode Off-Road), projetada especificamente para veículos híbridos e que integra a Bateria Blade à estrutura do chassi.
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Tecnologia de ponta e conforto de SUV de luxo
O interior da BYD Shark 2025 foi pensado para estabelecer um novo padrão de conforto. A cabine, inspirada em “consoles de naves espaciais”, utiliza materiais macios e acabamento superior à média da categoria. O grande destaque é a suspensão independente do tipo Double Wishbone nas quatro rodas, uma raridade no segmento. Essa escolha prioriza o conforto e a estabilidade, aproximando a experiência de dirigir à de um SUV de luxo.
O cockpit é dominado por telas. Há uma central giratória de 12,8 polegadas, painel digital de 10,25 polegadas e Head-Up Display. A picape oferece tecnologias inovadoras, como a Visão Panorâmica 540°, que cria uma visão “transparente” do terreno sob o veículo. Outra exclusividade é a função Vehicle-to-Load (V2L), que transforma a picape em um gerador de energia móvel.
O desafio frente às rivais a diesel
No quesito utilitário, a BYD Shark 2025 encontra suas maiores limitações. Sua capacidade de carga útil é de 790 kg. A capacidade de reboque é de 2.500 kg. Estes números são significativamente inferiores aos de suas principais concorrentes a diesel, que rotineiramente superam 1.000 kg de carga e rebocam até 3.500 kg.
Essa limitação é uma consequência direta do projeto. O alto peso do veículo (2.710 kg), devido às baterias, e a suspensão focada em conforto restringem sua capacidade para trabalho pesado. Essencialmente, a Shark troca a robustez máxima por uma performance e conforto superiores.
Estratégia de preço e perfil do consumidor
A BYD Shark 2025 foi lançada no Brasil por R$ 379.800. Contudo, ofertas agressivas de concessionárias rapidamente reduziram o valor para um patamar promocional de R$ 339.800. Essa estratégia de preço busca estabelecer a picape como um produto premium, mas com um forte apelo de custo-benefício.
O perfil de comprador ideal da Shark é o consumidor urbano de alto poder aquisitivo. É alguém que valoriza a imagem de uma picape, mas deseja a performance de um esportivo e a tecnologia de um veículo de luxo. Para o profissional do agronegócio, que depende da capacidade máxima de carga e reboque, a picape pode não ser a escolha mais prática.
Uma revolução com ressalvas no mercado brasileiro
A BYD Shark 2025 é um produto disruptivo. Seus pontos fortes são a performance excepcional, o conforto de rodagem e a tecnologia embarcada. Ela acerta ao atender um público que busca a experiência de um SUV de luxo na carroceria de uma picape.
No entanto, suas concessões são claras. A capacidade utilitária limitada e a dependência da recarga para máxima eficiência são pontos fracos importantes. O risco de desvalorização e as dúvidas sobre a confiabilidade a longo prazo a posicionam como um produto de nicho. A Shark não veio para substituir as picapes de trabalho pesado, mas para criar uma nova categoria: a das picapes de performance para o asfalto.
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