Com autonomia declarada de mais de 2.000 km e motor híbrido de nova geração, o BYD Qin Plus deve ser o próximo passo da marca para disputar espaço com o Toyota Corolla no Brasil, mirando eficiência e tecnologia de ponta.
O BYD Qin Plus foi registrado no INPI e desponta como o próximo híbrido plug-in da marca a mirar diretamente o Toyota Corolla no Brasil.
A estratégia é posicioná-lo abaixo do BYD King para ampliar a presença da fabricante no segmento de sedãs, com o grande apelo de uma autonomia combinada superior a 2.000 km, graças à mais recente evolução do sistema híbrido da companhia.
O que está confirmado para o Brasil
Por ora, há o registro de desenho no órgão brasileiro e a sinalização de que o Qin Plus atuará como opção mais acessível ao King.
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Essa movimentação soma-se a outros trâmites da empresa no país, mas sem data oficial de lançamento ou definição de versões.
Publicações especializadas relatam que o sedã pode ser produzido localmente no futuro, porém a fabricante não confirma cronograma.
Visual e porte: clássico da família Dynasty
No desenho, o Qin Plus segue a identidade da família Dynasty, com grade ampla e lanternas traseiras interligadas.
Embora se assemelhe ao King, adota um conjunto frontal próprio — solução já vista em sedãs da linha na China.
Em dimensões, a geração mais recente do Qin Plus DM-i mede 4,78 metros de comprimento e tem 2,718 metros de entre-eixos, patamar típico dos sedãs médios atuais e superior ao do Corolla, que possui 4,63 metros e entre-eixos de 2,70 metros.
O que há por trás da autonomia acima de 2.000 km
O salto de eficiência vem da quinta geração do híbrido da BYD, o DM-i 5.0, que reduziu o consumo divulgado para 2,9 L/100 km em condição de bateria descarregada e elevou a autonomia combinada para até 2.100 km.
Esses números foram apresentados globalmente com o lançamento do Qin L e do Seal 06 na China e servem de referência para a nova leva de PHEVs da marca.
É esse avanço que sustenta as promessas de uso urbano com gasto mínimo de gasolina e grandes trechos em modo elétrico.
Trem de força: como funciona o Qin Plus
A base mecânica combina o motor 1.5 aspirado (ciclo Atkinson) a um motor elétrico dianteiro.
No Qin Plus DM-i 2025, a configuração divulgada na China usa propulsor a combustão de 74 kW (99 cv) e motor elétrico de 120 kW (161 cv), com opções de bateria que permitem rodar 43 km ou 90 km no modo 100% elétrico.
Dependendo do tanque de 65 litros e da calibração, a linha Qin atinge declarações de mais de 2.000 km de alcance total; em algumas versões, publicações especializadas reportam 2.055 km.
E os “até 217 cv” do título?
O patamar de até 217 cv refere-se às variantes da arquitetura DM-i 5.0 com motores elétricos de 160 kW, aplicadas em modelos como o Qin L — sedã posicionado acima do Qin Plus — e em derivados com a mesma base técnica.
No Qin Plus 2025 exibido nas lojas chinesas, a potência anunciada para o motor elétrico é de 120 kW, valor que pode variar conforme as versões comercializadas em cada mercado.
Espaço interno e equipamentos
Por dentro, o sedã adota painel limpo e mantém o conjunto já conhecido da marca, com tela central de 10,1” ou 12,8” (dependendo da versão) e painel digital de 8,8”.
Em versões de entrada ofertadas na China, o pacote de assistência ativa à condução é simplificado, o que ajuda a reduzir custos.
A proposta vai ao encontro do posicionamento abaixo do King, que no Brasil oferece tela giratória de 12,8” e conteúdo mais robusto de série.
Qin Plus x Corolla x King: onde cada um se posiciona
Enquanto o Corolla se mantém como referência tradicional entre os médios, a BYD constrói uma escada de produtos.
O Qin Plus tende a atuar como porta de entrada aos sedãs híbridos plug-in, mirando preço mais competitivo e consumo muito baixo.
O King, por sua vez, já homologado no país, declara até 1.200 km de autonomia combinada e traz pacote mais robusto de tecnologia e acabamento.
Nesse arranjo, a ofensiva amplia a cobertura de faixas de preço e aumenta a pressão sobre o líder do segmento.
O que falta saber
A BYD mantém sigilo sobre prazos, versões e preços para o mercado brasileiro.
Também não há homologação Inmetro com dados locais de consumo ou alcance, etapa que costuma ajustar números divulgados no ciclo chinês às medições nacionais.
O registro no INPI, porém, indica que o sedã está no radar da operação brasileira e pode ser o próximo capítulo da expansão da marca no país.
Por que a autonomia varia tanto?
As diferenças decorrem do ciclo de medição, do tamanho do tanque e da bateria e da estratégia de gerenciamento energético.
Em ciclos chineses como o CLTC, os resultados tendem a ser mais favoráveis do que em protocolos usados no Ocidente.
A própria BYD, ao lançar o DM-i 5.0, apresentou 2,9 L/100 km e 2.100 km como referência máxima do sistema.
Já publicações brasileiras listam 2.055 km para determinadas configurações do Qin Plus.
No Brasil, os números oficiais só serão conhecidos após a aferição do Inmetro.
O que esperar quando (ou se) chegar
Caso confirme sua estreia, o Qin Plus deve apostar no custo por quilômetro extremamente baixo no uso diário e em manutenção simplificada típica de híbridos de tomada.
O pacote com modo elétrico para deslocamentos urbanos e motor a combustão operando em faixas de maior eficiência pode torná-lo uma alternativa racional para frotas e famílias que buscam reduzir gastos com combustível sem abrir mão de autonomia.
Resta acompanhar como a BYD definirá versões, conteúdo e preço para confrontar diretamente as linhas do Corolla no varejo brasileiro.
Com esse cenário, o que mais pesará na sua decisão em um sedã médio híbrido: preço de entrada, autonomia elétrica para uso urbano ou equipamentos de conforto e segurança?