Compacto elétrico da BYD tem versões mais acessíveis na China e na Europa, com baterias diferentes, autonomias variadas e preços que chamam atenção em comparação ao modelo único vendido no Brasil.
O BYD Dolphin Mini tem versões mais acessíveis e com maior alcance na China do que a configuração vendida no Brasil.
Por lá, o compacto parte do equivalente a R$ 63 mil, traz bateria de 32 kWh e autonomia de 305 km no ciclo CLTC, além de motor de 95 cv.
No mercado brasileiro, o modelo custa R$ 115,8 mil e oferece 280 km de alcance no PBEV, padrão usado no país.
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Preço e autonomia na China
Na China, o Dolphin Mini é comercializado a partir de 99.800 yuans, valor que convertido de forma direta fica perto dos R$ 63 mil.
Essa configuração de entrada adota calotas de 16 polegadas em vez das rodas de liga de 17 e entrega 305 km de autonomia segundo o CLTC, ciclo de medição local.
Há ainda variantes com baterias maiores no mercado chinês.
Nessas opções, a autonomia chega a 405 km, medida pelo NEDC.
Embora o NEDC seja um protocolo mais antigo e menos exigente que WLTP e PBEV, os números evidenciam que a gama à venda na China oferece alcance superior ao anunciado para o Brasil, mesmo custando menos.
Europa muda o nome e o pacote
Fora do Brasil, o mesmo carro adota outra estratégia comercial.
Na Europa, o modelo é oferecido como Dolphin Surf, em três níveis de equipamentos: Active, Boost e Comfort.
A versão de entrada utiliza uma bateria de 30 kWh e tem 220 km de autonomia conforme o WLTP, padrão europeu mais rigoroso.
As opções superiores migram para uma bateria de 43,2 kWh e alcançam 320 km no mesmo ciclo.
Os preços europeus partem de 20.990 euros, valor que, convertido, supera facilmente o cobrado no Brasil.
A diferença, porém, não é direta: estruturas tributárias e pacotes de equipamentos variam entre países.
Ainda assim, a comparação ilustra que o Dolphin Surf europeu, apesar de mais caro no papel, oferece versões com maior capacidade de bateria que o modelo brasileiro.
Brasil tem apenas uma configuração
No mercado nacional, o Dolphin Mini é vendido em apenas uma versão.
O conjunto inclui bateria de 38 kWh, autonomia de 280 km no ciclo PBEV e rodas de liga leve de 16 polegadas de série.
O preço público informado é de R$ 115.800.
O texto original menciona potência de 75 cv em um trecho e de 95 cv em outro.
A versão chinesa usa motor de 70 kW (95 cv).
Já a configuração brasileira, segundo o material enviado, mantém 38 kWh de bateria e 280 km no PBEV.
Como o dado de potência aparece divergente, a matéria foca em preço, bateria e autonomia para preservar a precisão.
Diferença entre ciclos de medição
Os números de autonomia variam conforme o protocolo usado.
O CLTC (China) e o NEDC (mais antigo) tendem a ser mais otimistas, pois consideram perfis de uso com acelerações suaves e velocidades médias mais baixas.
O WLTP (Europa) e o PBEV (Brasil) são mais conservadores, com ciclos que se aproximam mais do uso real.
Na prática, essa diferença metodológica ajuda a entender por que um carro com 32 kWh pode registrar 305 km no CLTC, enquanto outro, com 38 kWh, marca 280 km no PBEV.
Ainda assim, mesmo levando o método em conta, chama atenção que versões chinesas com preço menor tragam alcance superior ou, no mínimo, competitivo frente ao modelo vendido aqui.
O pacote técnico, a calibração do trem de força e o peso final do veículo também influenciam o resultado.
Equipamentos e rodas: diferenças entre mercados
Uma distinção banal, porém útil para o comprador, está nas rodas.
A opção mais barata na China utiliza calotas de 16 polegadas, reduzindo custo e, em alguns casos, contribuindo para menor resistência ao rolamento.
No Brasil, o Dolphin Mini já sai de fábrica com rodas de liga leve de 16 polegadas, item que agrega percepção de valor ao conjunto.
Na Europa, a versão Active repete a lógica chinesa, com calotas de 16 polegadas, enquanto as configurações Boost e Comfort adotam baterias maiores e pacote de equipamentos mais completo.
Essa gradação por versões não se repete no Brasil, onde o modelo é vendido em configuração única.
Conversão cambial e tributos
Comparar preços internacionais exige cautela.
A conversão “de vitrine” ajuda a dar uma noção de proporção, mas câmbio, impostos e regras locais distorcem o quadro.
O valor de R$ 63 mil citado para a China considera conversão direta a partir do preço de 99.800 yuans e não inclui custos de importação, logística e margens.
Na Europa, além de impostos específicos, há variações de pacote por país que encarecem ou barateiam versões.
Mesmo com essas ressalvas, a correlação central do levantamento se mantém: na origem, o Dolphin Mini oferece mais autonomia por menos dinheiro em determinadas versões, enquanto no Brasil o preço é relativamente competitivo quando comparado ao cenário europeu, porém com alcance inferior.
Impacto para o consumidor brasileiro
Para quem busca um elétrico de entrada, o Dolphin Mini brasileiro segue entre as opções mais baratas do segmento, com autonomia adequada ao uso urbano e recarga mais rápida do que modelos com baterias maiores.
No entanto, o consumidor informado perceberá que, em mercados como o chinês, a BYD vende versões com baterias diferentes e alcances superiores por valores de tabela mais baixos.
Essa leitura reforça a importância de avaliar perfil de uso, infraestrutura de recarga na cidade e custo total de propriedade na hora de decidir.
Em trajetos diários curtos, os 280 km no PBEV podem ser suficientes.
Já para quem precisa de margem extra, as versões estrangeiras com baterias maiores mostram como o projeto pode entregar mais alcance, mesmo que, aqui, isso ainda não esteja disponível oficialmente.
Vale pagar mais por rodas de liga e pacote fechado?
Rodas de liga, multimídia e itens visuais agregam valor percebido, mas não aumentam autonomia.
Ao optar por uma única configuração com liga leve de série e 38 kWh de bateria, o Brasil recebe um pacote “fechado” que facilita a comunicação comercial e a logística.
Por outro lado, a ausência de um catálogo com bateria menor e preço mais baixo, a exemplo do que existe na China, limita a escada de entrada para quem prioriza custo.
Se houvesse por aqui uma versão mais básica, com calotas e preço abaixo de R$ 100 mil, ela conquistaria um público novo para os elétricos?