Empresa criada por ex-executivo da Loft transforma casas antigas em mansões milionárias e já soma mais de 100 imóveis adquiridos em Orlando, Tampa e região
Uma startup brasileira tem se destacado no competitivo mercado imobiliário dos Estados Unidos, ao ultrapassar a marca de 100 imóveis adquiridos na Flórida e consolidar um portfólio que já supera R$ 1 bilhão em ativos. Criada em 2022 por João Vianna — ex-executivo da Loft — em parceria com Victor Magalhães e Rafael Rebouças, a plataforma Invisto adotou um modelo agressivo e estratégico de atuação: demolir casas antigas em bairros de alta renda e substituí-las por residências de luxo com alto valor agregado.
O plano está funcionando. Até agora, dois fundos distintos impulsionaram a expansão da empresa. O primeiro, já em fase de desinvestimento, foi responsável pela aquisição de 73 propriedades. O segundo fundo, lançado em janeiro deste ano, já soma 35 projetos em andamento. No total, são 108 imóveis localizados em cidades como Orlando, Winter Park e Tampa — todas dentro da faixa de maior valorização imobiliária da Flórida.
A proposta é simples, mas poderosa. Em vez de investir na reforma de casas antigas — muitas delas construídas há mais de 45 anos e com estrutura predominantemente de madeira —, a Invisto opta pela demolição total e construção do zero. “Em boa parte dos casos, o custo da reforma não compensa. Com a demolição, conseguimos erguer residências três a quatro vezes maiores, com padrão muito superior de acabamento e estrutura”, afirma João Vianna.
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Cada nova casa construída tem valor de mercado médio superior a US$ 2 milhões, e a expectativa da empresa é chegar a 200 unidades até o encerramento do segundo fundo. Isso representaria cerca de US$ 420 milhões em receita — algo em torno de R$ 2,2 bilhões, considerando o câmbio atual.
Estratégia mira bairros valorizados e liquidez rápida
Mesmo com os riscos inerentes ao setor, a Invisto opera em um nicho que oferece resiliência e liquidez, segundo seu CEO. “O mercado de alto padrão é menos volátil. Mesmo em tempos de crise, imóveis bem localizados mantêm valor e rotatividade. Sete em cada dez casas que construímos são vendidas ainda durante a fase de obras, e o tempo médio de venda não passa de 60 dias”, destaca Vianna.
A escolha pela Flórida não foi casual, mas também não se deu apenas pela presença expressiva de brasileiros na região. Segundo a empresa, os critérios foram principalmente econômicos: crescimento populacional, PIB em expansão e regime tributário mais leve. “Estados como Nova York ou Califórnia impõem cargas muito maiores. A Flórida oferece um ambiente regulatório mais amigável para negócios”, explica.
Além de Orlando e Tampa, outras cidades do chamado Sun Belt — região sul dos EUA com forte crescimento demográfico — estão no radar da empresa, que quer se tornar uma referência no segmento conhecido como urban infield, ou seja, reconstrução em áreas urbanas já consolidadas.
Investimento acessível a brasileiros e proteção cambial
Apesar de os imóveis construídos serem voltados majoritariamente ao público americano — que representa 96% dos compradores —, quem investe nos fundos da Invisto é, em sua grande maioria, brasileiro. Atualmente, cerca de 90% dos cotistas vêm do Brasil, interessados na diversificação patrimonial e na proteção cambial. O investimento mínimo é de US$ 250 mil.
A rigidez regulatória dos EUA, muitas vezes vista como entrave burocrático, é apontada como vantagem por Vianna. “Cada obra precisa passar por 11 etapas de fiscalização, desde a fundação até o paisagismo. Isso reduz drasticamente o risco estrutural, facilita a contratação de seguros e dá previsibilidade ao investidor”, diz.
Para ele, investir nos Estados Unidos significa mais do que se proteger com o dólar: é entrar em um ecossistema confiável. “Mesmo com crises políticas ou geopolíticas, o país continua sendo um dos ambientes mais estáveis do mundo para negócios. Não é apenas sobre moeda forte, é sobre solidez institucional.”
Crescimento estruturado com aquisição de construtora local
Com uma equipe de 65 profissionais atuando diretamente no mercado americano, a Invisto deu um passo estratégico recente ao adquirir a construtora local Luih, responsável por executar parte dos projetos. A medida reforça a verticalização da operação e o compromisso com a excelência construtiva.
“Cada cidade tem suas especificidades legais, regulatórias e até culturais. Por isso, operamos com profundo conhecimento da legislação local e com parceiros técnicos experientes. O modelo é replicável, mas exige adaptação e domínio de cada cenário urbano”, conclui Vianna.
Com mais de 100 imóveis entregues ou em construção e uma receita projetada bilionária, a Invisto consolida sua posição como uma das principais plataformas brasileiras atuando no exterior — e mostra que, para quem tem estratégia e foco, investir em imóveis de luxo nos EUA pode ser mais do que uma promessa: pode ser uma realidade lucrativa e escalável.