Nova política para data centers quer aproveitar energia limpa, reduzir dependência externa e garantir segurança no processamento de dados no Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (12) que a nova política voltada à atração de data centers será anunciada em breve. Segundo ele, o lançamento está previsto para acontecer após o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de sua viagem ao exterior.
Durante entrevista ao UOL, Haddad explicou que a política terá objetivos diversos. Um dos principais é aproveitar melhor a energia limpa produzida no Brasil, considerada barata e abundante.
Além disso, o plano também busca reduzir o déficit externo causado pelos pagamentos de serviços ligados a centros de dados fora do país.
-
Baterias residenciais: é o momento de o Brasil aderir ao armazenamento de energia doméstica
-
Governo desenvolve programa para gerar energia através do calor do centro da Terra e abre caminho para investimentos em renováveis e diversificação da matriz energética
-
Debate mostra que custos e energia limpa pressionam o sistema elétrico
-
Energia limpa e relações com a China colocam o Brasil na liderança da IA global
Segundo o ministro, atualmente 60% dos serviços de data center utilizados no Brasil são importados. Ele considera essa situação inadequada, especialmente diante das vantagens técnicas e energéticas do país.
“O Brasil tem energia limpa e barata, o Brasil tem um cabeamento superior aos seus vizinhos, de melhor qualidade. Quer dizer, o país tem tudo para processar aqui os seus dados, inclusive por razão de segurança”, declarou Haddad.
Outro ponto destacado por ele foi a questão da segurança. Dados protegidos por sigilo, segundo o ministro, devem ser armazenados e processados localmente.
Haddad defendeu que a localização dos data centers em território nacional é estratégica, especialmente para garantir a proteção de informações sensíveis.
O ministro também comentou que o tema está sendo debatido em conjunto com as estratégias de compras do governo federal. A ideia é discutir com a sociedade como garantir que o processamento de dados públicos e privados ocorra de forma segura e responsável.
A expectativa é que o anúncio oficial seja feito em breve, após a volta de Lula, com medidas voltadas à instalação e operação desses centros no país.