Brasil projeta 62 bilhões de ovos, 15,4 milhões de toneladas de carne de frango e 5,42 milhões de toneladas de carne suína em 2025, reforçando liderança global no setor de proteínas.
Muitos ovos, aves e suínos. Em 2025, a avicultura e a suinocultura brasileiras tem a expectativa de avanço nas exportações e fortalecimento da posição do país como fornecedor global de proteínas.
A projeção foi apresentada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em coletiva realizada em São Paulo, no último dia 20 de agosto.
“Temos expectativas positivas para o fechamento deste ano, mesmo diante do grande desafio vivenciado pelo setor produtivo de aves. O mercado global segue altamente demandante por proteínas”, de acordo com presidente da ABPA, Ricardo Santin.
-
IBGE confirma: Safra agrícola de 2024 registrou R$ 783 bilhões em valor de produção
-
Muito além da narração: Galvão Bueno está impressionando a América com sua fazenda e vira referência na produção de vinhos no Hemisfério Sul
-
EUA zeram tarifas do café de países alinhados e mantém Brasil penalizado com taxa de 50%: ‘Consumidor dos EUA pode pagar o maior preço da história pelo café’, diz presidente do Cecafé
-
Gigantes da soja, cacau, leite e café apostam na agricultura regenerativa com US$ 100 bi até 2050, mas obstáculo pouco falado pode travar tudo
As projeções indicam que o Brasil seguirá crescendo tanto em produção como em consumo interno, mas é no comércio internacional que se concentra o foco de expansão.
Ovos brasileiros ganham espaço no mercado internacional
Um dos destaques da coletiva foram as projeções para o setor de ovos. A produção deverá alcançar até 62 bilhões de unidades em 2025, número 7,5% maior do que em 2024.
No ano seguinte, a meta é de até 65 bilhões. O consumo interno é importante, mas as exportações ganharam centralidade no discurso da entidade.
A expectativa é que os embarques dobrem em relação ao ano anterior.
O Brasil pode exportar até 40 mil toneladas em 2025, resultado que representaria crescimento de 116,6% sobre as 18,4 mil toneladas enviadas em 2024. Para 2026, a meta é atingir 45 mil toneladas.
Esse avanço depende de fatores externos, como o impacto do tarifaço aplicado pelos Estados Unidos sobre alguns produtos brasileiros.
Mesmo assim, a ABPA projeta a reabertura de mercados estratégicos, com destaque para o Chile, altamente demandante da proteína.
Santin ressaltou que esse movimento pode levar o país a alcançar recordes históricos de exportação.
No consumo interno, a força também é visível. A projeção é que o brasileiro passe a comer 288 ovos por ano em 2025, entrando pela primeira vez no ranking dos dez maiores consumidores per capita do mundo.
Carne de frango mantém posição nas exportações
A carne de frango, principal proteína do Brasil no cenário internacional, também foi detalhada.
A produção deverá chegar a 15,4 milhões de toneladas em 2025, superando em até 30% o resultado de 2024. Para 2026, espera-se nova alta, chegando a 15,7 milhões.
Nas exportações, a previsão é de leve retração em 2025. Os embarques devem somar 5,2 milhões de toneladas, contra 5,29 milhões no ano passado.
Essa queda de até 2% reflete o impacto temporário da Influenza Aviária e as restrições impostas por alguns mercados.
No entanto, o setor já negocia a reabertura desses destinos e espera alcançar 5,5 milhões de toneladas exportadas em 2026, alta de 5,8%.
No mercado interno, a disponibilidade também cresce. Em 2025, o consumo deve atingir 47,8 quilos por habitante, um salto em relação aos 45,5 quilos de 2024.
Para a ABPA, isso garante estabilidade de produção e reforça a confiança de exportadores, que mantêm o Brasil no topo da lista de fornecedores globais.
Suinocultura amplia mercados e diversifica destinos
Na carne suína, o otimismo é evidente.
A produção deverá somar 5,42 milhões de toneladas em 2025, 2,2% a mais que no ano anterior.
Para 2026, a previsão é de 5,55 milhões, crescimento de 2,4%.
As exportações devem ser o motor da expansão.
O Brasil deve embarcar 1,45 milhão de toneladas em 2025, aumento de 7,2% em relação a 2024. Em 2026, a meta é 1,55 milhão de toneladas, alta de 7% adicional.
A ABPA destacou a mudança no mapa das vendas externas.
As Filipinas assumiram a liderança entre os importadores de carne suína brasileira, enquanto México, Singapura e países da América do Sul ampliaram sua participação.
Essa diversificação garante maior resiliência ao setor, reduzindo a dependência de mercados específicos e fortalecendo a posição global do país.
No consumo interno, a estabilidade predomina.
O brasileiro deve manter o consumo em torno de 18,8 quilos por habitante até 2026, consolidando a proteína como alternativa regular, mas sem avanços significativos.
Brasil reforça papel de potência exportadora
As projeções apresentadas pela ABPA confirmam que, apesar das dificuldades enfrentadas em 2024, a avicultura e a suinocultura retomam ritmo de crescimento.
O cenário internacional é o grande destaque, com expectativas de recordes em ovos e avanços expressivos nas exportações de carne suína.
O caso pontual da Influenza Aviária não alterou a confiança dos mercados importadores.
Muitos destinos já reabriram suas portas ao produto brasileiro, enquanto negociações seguem para garantir o retorno de outros parceiros.
O resultado esperado é de um Brasil mais consolidado como referência mundial em proteínas.