O Brasil e a Argélia firmam um novo acordo para a exportação de ovinos vivos. Saiba como essa parceria estratégica abre um novo mercado e beneficia o agronegócio brasileiro.
O Brasil confirmou na última terça-feira, (19/08), um novo acordo comercial que permitirá a exportação de ovinos vivos para a Argélia. A negociação, concluída após tratativas sanitárias entre os dois países, marca a 101ª abertura de mercado do agronegócio brasileiro em 2025.
A medida beneficia, principalmente, produtores do Norte e Nordeste, regiões onde a ovinocultura desempenha papel essencial na economia local.
O que está por trás do acordo com a Argélia?
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a autorização para exportação de ovinos vivos só foi possível após a definição de protocolos sanitários.
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“A abertura representa uma oportunidade de negócios, especialmente para exportadores do norte e nordeste do Brasil, onde a ovinocultura tem importância econômica e social, promovendo a geração de empregos e o desenvolvimento regional”, revelou o ministério.
Esse tipo de negociação garante que os animais atendam às exigências de saúde e segurança alimentar do país importador.
A Argélia, com população estimada em 46 milhões de habitantes, já figura como importante parceiro comercial do Brasil.
Apenas em 2024, as exportações brasileiras para o país somaram US$ 2,2 bilhões, quase o dobro do registrado em 2021.
Impacto para o Norte e Nordeste do Brasil
A abertura desse novo mercado representa uma oportunidade estratégica para regiões que têm forte tradição na criação de ovinos.
No Nordeste, por exemplo, a ovinocultura é fonte de sustento de milhares de famílias e contribui para o desenvolvimento regional.
Com a demanda internacional em alta, espera-se que o acordo impulsione a geração de empregos diretos e indiretos, além de aumentar a renda dos pequenos e médios produtores.
O crescimento da exportação brasileira para a Argélia
Os números mostram que a relação comercial entre Brasil e Argélia vem se fortalecendo. Em 2021, as compras argelinas somaram cerca de US$ 1,3 bilhão, com destaque para produtos do complexo sucroalcooleiro, soja, cereais e farinhas.
Três anos depois, esse valor praticamente dobrou, reforçando a confiança do país africano no agronegócio brasileiro.
Agora, com a inclusão da exportação de ovinos, a expectativa é que o comércio bilateral ganhe ainda mais relevância nos próximos anos.
Mais de 400 aberturas de mercado desde 2023
O acordo com a Argélia soma-se às 401 aberturas de mercado conquistadas pelo Brasil desde 2023. Esse avanço vem em um momento crucial, já que tarifas impostas pelos Estados Unidos encareceram alguns produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano.
Assim, a diversificação de destinos tem sido fundamental para manter a competitividade do país no cenário global.
A negociação representa não apenas a chance de ampliar as vendas externas, mas também de valorizar a cadeia produtiva da ovinocultura no Brasil.
Ao conquistar novos mercados, os criadores ganham mais estabilidade, e o país fortalece sua posição como referência no comércio internacional de produtos agropecuários.