A dependência do Brasil pelas commodities (soja e petróleo, na maioria) pode ser prejudicial a longo prazo, principalmente como o dólar alto, que faz com que o agronegócio prefira a exportação à importação, impactando nos índices de inflação interna.
Commodities: Entre os meses de janeiro e maio, os grãos de soja superaram cerca de 18% de toda a economia do Brasil em relação à exportação, atraindo um valor de investimentos superior a US$ 24 bilhões. Em segundo lugar, estiveram os produtos derivados de óleo e petróleo, que conquistaram porcentagem semelhante. Os dados são pertencentes ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) sendo compartilhados pelo Invest News na segunda-feira, 15 de agosto.
A soja é amplamente utilizada na produção de alguns óleos combustíveis e também faz parte da alimentação cultural. Por isso, vem atraindo a atenção de países que são dependentes da compra de commodities para manter a sua população.
Economia que a curto prazo vem sendo benéfica para podera causar dependência do Brasil e estagnação a longo prazo
Analistas estimam que a economia no Brasil tende a estagnar se o país não investir em ciência, inovação e tecnologia. Uma prova disso é a alta da inflação, que tem acumulado de dois dígitos e sofreu com influência das commodities, visto que o valor dos alimentos como soja subiram expressivamente porque o agronegócio optou por vender ao exterior, acabando com os estoques no país e fazendo com que houvesse os impactos da falta de produtos e aumento de preços, não somente nos alimentos, como na construção civil.
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Com o dólar sendo cotado a mais de R$ 5 desde o ano passado, muitas empresas de grande porte que dominam o mercado do agronegócio preferiram realizar a exportação para outros países, acabando com estoques internos e inflando preços pela “baixa quantidade e alta procura”.
Apesar dos altos preços, os dados compartilhados no ano passado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos mostram que o Brasil se tornou um dos maiores produtores de grãos do mundo, chegando a quase 140 milhões de toneladas produzidas.
Com acumulada do petróleo Brent em 32,89%, e guerra entre a Ucrânia e Rússia, empresas do setor offshore no Brasil lucram
Nesta quarta-feira, 17 de agosto, o petróleo Brent está com acumulado de alta de ao menos 32%, apesar de sua leve queda nos últimos meses, a commodity chegou a inflar 140%. Tendo em vista a guerra que acontece entre a Ucrânia e a Rússia, muitas empresas offshore no país aumentaram as suas exportações de petróleo e, assim sendo, garantiram um faturamento recorde nos primeiros meses deste ano. A Petrobras, Shell e outras petrolíferas, por exemplo, registraram valores de lucro nunca obtidos.
Minério de ferro também está na lista de “queridinho da exportação”
O minério de ferro atua com queda de 35,55% após ter picos no ano passado após a baixa produtividade da mineração. Segundo os dados compartilhados pelo governo federal, estima-se que, entre os meses de janeiro e maio, o valor exportado chegou a mais de US$ 11 bilhões. Logo após o metal, que privilegia o setor de mineração, também pode-se citar a carne bovina, exportada principalmente para países da América do Sul, que chegou a US$ 4 bilhões em negociações.
Quando o Brasil já recebeu de exportação por ano?
No ano de 2021, o Brasil teve um dos valores mais altos, conforme o Ministério da Indústria, de exportação, chegando a mais de US$ 280 bilhões em exportação (principalmente de commodities). Apesar disso, estima-se que ainda no ano de 2022, haja uma superação deste pico, visto que, somente até o mês de maio, o valor de negociações chegou a mais de US$ 131 bilhões. Em 2020, quando aconteceu o início da pandemia da Covid-19, houve uma diminuição para US$ 209 bilhões.