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Brasil cresce no agro internacional com crise dos EUA: shutdown trava empréstimos, derruba preços e entrega soja à concorrência brasileira

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 02/10/2025 às 17:51
Shutdown nos EUA paralisa recursos agrícolas, derruba preços e fortalece o Brasil como principal alternativa para a China e novos mercados globais.
Shutdown nos EUA paralisa recursos agrícolas, derruba preços e fortalece o Brasil como principal alternativa para a China e novos mercados globais.
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Crise nos EUA sufoca agricultores endividados, trava bilhões em créditos e abre espaço para o Brasil conquistar mais mercados e exportações recordes.

A decisão do governo de Donald Trump de encerrar dezenas de projetos de energia limpa e congelar bilhões de dólares para grandes iniciativas em Nova York intensificou o impasse com os democratas e trouxe novos impactos para o setor agrícola norte-americano.

Além de outros impactos a economia, o chamado shutdown interrompe pagamentos a agricultores e atrasa o acesso a empréstimos essenciais, aprofundando uma crise já marcada por preços baixos das safras, endividamento histórico e efeitos de uma guerra comercial.

Agricultores sem acesso a recursos

Existem bilhões de dólares que deveriam ser direcionados como alívio a problemas climáticos e desastres naturais não estão sendo liberados.

Esses fundos eram a esperança de muitos produtores para compensar prejuízos provocados por eventos climáticos recentes. Agora, sem acesso ao dinheiro, os agricultores ficam ainda mais expostos a perdas financeiras.

Além disso, a guerra comercial com a China retirou dos Estados Unidos um mercado fundamental.

O país asiático, maior comprador mundial de soja, deixou de adquirir o grão norte-americano e redirecionou suas compras para o Brasil.

A mudança gerou forte impacto na renda dos produtores de soja dos EUA, que perderam um de seus principais destinos de exportação.

Safra recorde e preços em queda

Outro desafio citado é a safra recorde de milho. Embora a colheita em níveis históricos represente uma conquista, o excesso de produto pressiona os preços pagos aos agricultores. Isso significa que, mesmo com maior volume, a rentabilidade despenca.

Muitos produtores dependem de financiamentos do Departamento de Agricultura para operar máquinas, comprar defensivos e sementes, ou até mesmo adquirir novas terras.

A paralisação, que começou à meia-noite da quarta-feira, bloqueou esses recursos em pleno início do outono, justamente no período da colheita.

Impasse político em Washington

O confronto entre republicanos e democratas está no centro do bloqueio. O governo Trump responsabiliza a oposição pela falta de acordo, enquanto os democratas lembram que os republicanos controlam as duas casas do Congresso.

Enquanto isso, apenas parte dos recursos foi liberada antes do shutdown, em volume considerado insuficiente pelos agricultores.

Metade dos funcionários do Departamento de Agricultura foi colocada em licença por falta de verba para pagamento de salários.

Somente trabalhadores ligados a serviços essenciais, como vigilância, continuam em operação.

O resultado é um sistema paralisado e produtores sem perspectiva de quando poderão contar novamente com apoio federal.

Pressão sobre produtores e consumidores

Os efeitos do shutdown chegarem ao consumidor, a situação pode se tornar ainda mais grave para Donald Trump.

Diferente de outras crises em que o governo conseguiu transformar adversidades em narrativa política favorável, essa ameaça diretamente a população, com risco de desabastecimento e aumento da pressão política.

Do lado agrícola, o cenário já é crítico. Produtores de soja, que enfrentam a perda do mercado chinês, agora não podem contar com programas de transferência de renda ou auxílio emergencial.

A incerteza também compromete o planejamento da próxima safra, já que a tomada de decisões no campo depende de previsibilidade financeira.

Brasil e Argentina ocupam espaço

O redirecionamento das compras chinesas abriu espaço para o Brasil e a Argentina. O Brasil foi beneficiado por uma supersafra, que atraiu a demanda chinesa.

Já a Argentina, mesmo em meio a uma crise econômica, reduziu impostos de exportação sobre a soja, tornando seus preços mais competitivos. A China aproveitou e realizou sua maior compra histórica de soja argentina.

Essa reconfiguração do mercado global deixou os produtores norte-americanos em posição vulnerável. Segundo Mariana Almeida, além da perda imediata de renda, o impacto pode se prolongar, influenciando decisões futuras e tornando a produção mais conservadora.

Isso cria um ambiente de volatilidade que ameaça não apenas o presente, mas também as projeções do setor agrícola dos Estados Unidos.

Consequências para negociações internacionais

O cenário delicado pode influenciar diretamente nas negociações do presidente Donald Trump com líderes internacionais.

Com a situação interna fragilizada, a margem de manobra política se reduz. A guerra comercial com a China, que já causou grandes perdas, volta à pauta, especialmente no setor da soja.

Trump também pode ser pressionado em encontros com outros líderes, como o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, caso os efeitos da paralisação se prolonguem.

Enquanto isso, agricultores norte-americanos tentam se manter com os poucos recursos liberados antes do bloqueio, mas relatam que a quantia não será suficiente para atravessar o período de incerteza.

O setor, que já vinha pressionado, enfrenta agora um dos momentos mais críticos dos últimos anos, somando guerra comercial, preços em queda, crise climática e ausência de apoio governamental.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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