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Brasil confronta Trump e seu próprio passado autoritário, diz Washington Post, ao romper tradição da anistia e levar Bolsonaro ao banco dos réus

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 02/09/2025 às 15:00
Washington Post destaca julgamento de Bolsonaro no STF, que rompe tradição da anistia no Brasil e aumenta tensão com Trump.
Washington Post destaca julgamento de Bolsonaro no STF, que rompe tradição da anistia no Brasil e aumenta tensão com Trump.
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Reportagem do Washington Post destaca julgamento de Jair Bolsonaro no STF como marco na história política brasileira, ao romper com a tradição da anistia e enfrentar pressões externas, incluindo ações de Donald Trump contra o país.

O Washington Post publicou nesta segunda-feira (1º/9) uma reportagem em que afirma que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro representará um momento em que o Brasil encara tanto o governo de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, quanto o próprio histórico de autoritarismo interno.

O processo contra Bolsonaro e outros sete acusados de integrar uma suposta trama para reverter o resultado das eleições de 2022 terá início nesta terça-feira (2/9) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Cinco ministros irão decidir o futuro político e judicial do ex-presidente.

Julgamento como ponto de inflexão

Segundo o jornal norte-americano, o caso “marca uma reviravolta significativa” na tradição brasileira.

O país, historicamente, teria optado pela conciliação em situações de ameaça à democracia, evitando acusações diretas contra militares e autoridades.

Ainda de acordo com o Washington Post, a ação no STF representa o “ápice de uma saga” que ampliou divisões políticas, colocou à prova a atuação do Judiciário e aumentou tensões nas relações com os Estados Unidos.

Pressões externas e resposta brasileira

A publicação lembra que Trump adotou medidas contra o Brasil e contra o ministro Alexandre de Moraes, como sanções e tarifas, alegando perseguição política a Bolsonaro.

O texto destaca, porém, que as autoridades brasileiras prosseguiram com novas investigações, incluindo indiciamentos do ex-presidente e do deputado federal Eduardo Bolsonaro em agosto.

O julgamento, segundo especialistas ouvidos pelo jornal, será acompanhado de perto em todo o país e pode se tornar um precedente de responsabilização política no Brasil.

Histórico de golpes e ditadura militar

O Washington Post recorda que o Brasil enfrentou 14 tentativas de golpe desde 1889, quando militares depuseram o imperador Dom Pedro II e instauraram a República.

Metade dessas investidas teria obtido êxito, geralmente com a participação das Forças Armadas.

Em relação ao regime militar iniciado em 1964, o jornal aponta registros de repressão, vigilância estatal e violações de direitos humanos.

A Comissão Nacional da Verdade, criada em 2012, apurou que centenas de pessoas foram mortas, além de relatos de tortura e prisões arbitrárias.

Ao contrário de países como Chile e Argentina, que processaram militares por crimes cometidos durante suas ditaduras, o Brasil promulgou uma lei de anistia em 1979, que inviabilizou processos judiciais contra agentes do regime.

Leis democráticas e repercussões atuais

Com a redemocratização, foram aprovadas normas destinadas a evitar novas rupturas institucionais.

Entre elas, estão dispositivos que restringem manifestações antidemocráticas e criminalizam conspirações contra o Estado.

Essas mesmas leis embasam as acusações contra Bolsonaro e outros réus do processo em andamento no STF. De acordo com o jornal, a aplicação rígida dessas normas provocou reações da direita internacional.

Líderes conservadores, incluindo Trump, acusaram o Judiciário brasileiro de adotar medidas que configurariam censura.

Expectativas para o julgamento

A reportagem conclui que, independentemente da decisão do Supremo, grupos de extrema direita continuarão a exercer influência relevante no cenário político brasileiro.

A forma como o Brasil lidará com esse processo poderá redefinir não apenas sua relação com o passado autoritário, mas também seu papel diante das pressões internacionais.

Para você, o que esse julgamento pode significar para o futuro da democracia brasileira?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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