A matriz energética brasileira está prestes a passar por uma das mudanças mais transformadoras da sua história.
Em um relatório recente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a previsão é de que as fontes renováveis de energia, como a solar e a eólica, representarão 51% da geração de energia do Brasil até 2028. Pela primeira vez, fontes tradicionais como hidrelétricas e termelétricas ficarão em segundo plano, configurando um novo cenário energético no país.
Brasil rumo a 51% de energia renovável: uma mudança histórica
O Brasil está acelerando sua transição energética. Segundo o Plano da Operação Energética (PEN) divulgado pelo ONS, usinas solares e eólicas, juntamente com biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), vão liderar a produção de energia nos próximos anos. Isso marca uma mudança drástica em relação ao cenário atual, onde hidrelétricas e termelétricas ainda são dominantes. Este novo arranjo não só posiciona o Brasil como um dos maiores geradores de energia limpa, mas também oferece uma solução para mitigar as mudanças climáticas.
Atualmente, o parque gerador do país tem uma capacidade de 215 mil megawatts (MW), dos quais 41% vêm de fontes renováveis. Esse número saltará para 245 mil MW até 2028, sendo impulsionado principalmente pela energia solar distribuída, ou seja, painéis solares instalados em residências e pequenos negócios.
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Quais são as novas fontes de energia que vão liderar o setor?
Para atender a essa demanda crescente, as seguintes fontes renováveis estão em expansão:
1. Energia Solar
O uso de painéis solares instalados em telhados residenciais e comerciais tem crescido de maneira exponencial. Além disso, parques solares de grande porte estão se expandindo no país, principalmente em regiões com alta incidência solar, como o Nordeste.
2. Energia Eólica
O Brasil já é um dos líderes mundiais em geração de energia eólica. Com parques eólicos distribuídos principalmente no Nordeste, as regiões costeiras são favorecidas pelos ventos constantes, tornando essa uma das fontes de energia mais promissoras.
3. Biomassa
A utilização de biomassa, proveniente de resíduos agrícolas e industriais, também ganha destaque no setor energético. Sua produção é menos intermitente e oferece uma fonte confiável de energia durante todo o ano.
4. Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs)
Embora as grandes hidrelétricas estejam perdendo espaço, as PCHs, que têm menor impacto ambiental, continuarão a contribuir de forma significativa para a matriz energética nacional.
Vantagens das fontes renováveis na matriz energética brasileira
A transição para uma matriz baseada majoritariamente em fontes renováveis traz diversos benefícios:
- Redução de Emissões de CO2: A substituição das termelétricas, que utilizam combustíveis fósseis, por fontes limpas como solar e eólica, ajudará o Brasil a atingir suas metas climáticas e reduzir drasticamente suas emissões de gases de efeito estufa.
- Energia Mais Barata: Com a expansão da geração distribuída, especialmente com painéis solares em telhados, a produção de energia se tornará mais acessível e barata, beneficiando milhões de brasileiros.
- Maior Independência Energética: A produção de energia renovável diminui a dependência do Brasil de combustíveis fósseis importados e estabiliza a oferta, mesmo durante crises internacionais.
Desafios da transição energética
Embora os benefícios sejam claros, a transição para uma matriz energética renovável também enfrenta obstáculos, principalmente em relação à intermitência das fontes como solar e eólica:
- Intermitência Solar: A geração de energia solar depende da irradiância solar, o que significa que a produção é limitada durante a noite e em dias nublados. Isso gera uma demanda por soluções de armazenamento de energia ou por fontes complementares.
- Variação dos Ventos: A produção de energia eólica é variável, uma vez que a intensidade dos ventos muda ao longo do dia e das estações do ano. Parques eólicos costumam gerar mais energia à noite, o que pode não coincidir com os horários de pico de demanda, como o fim da tarde.
Esses desafios operacionais exigem soluções inovadoras para garantir a estabilidade do sistema elétrico. Uma das estratégias utilizadas pelo ONS é o acionamento de hidrelétricas e termelétricas durante os picos de demanda, elevando o que se chama de “rampa de geração” dessas usinas. No entanto, essa prática não é sustentável a longo prazo e pode se tornar um gargalo para o crescimento da energia renovável.
Como o brasil pode superar esses desafios?
O sucesso da transição energética no Brasil dependerá de um conjunto de estratégias tecnológicas e regulatórias, como:
- Investimentos em Armazenamento de Energia: Tecnologias como baterias de lítio e sistemas de armazenamento em grande escala são essenciais para armazenar a energia gerada durante o dia e usá-la à noite ou em períodos de baixa produção.
- Expansão das Redes Inteligentes: Redes elétricas inteligentes que monitoram e ajustam a produção e o consumo de energia em tempo real são fundamentais para melhorar a eficiência e a confiabilidade do sistema elétrico.
- Incentivos à Geração Distribuída: Programas de incentivo para que mais consumidores, tanto residenciais quanto comerciais, instalem painéis solares e outras soluções de geração distribuída serão vitais para o aumento da capacidade instalada sem depender de grandes projetos.
Energia limpa: a solução para o futuro do brasil
Com o avanço da tecnologia e o aumento dos investimentos, o Brasil está caminhando para um futuro onde energia limpa será a norma, não a exceção. A meta de 51% de fontes renováveis até 2028 não é apenas uma projeção otimista, mas sim um passo essencial para um sistema energético mais sustentável, seguro e acessível.
Além disso, essa transição ajudará o Brasil a cumprir seus compromissos internacionais no combate às mudanças climáticas, além de criar milhares de empregos no setor de energias renováveis. Com planejamento adequado e soluções para superar os desafios, o Brasil tem o potencial de ser um dos líderes globais na produção de energia limpa.
O Brasil está à beira de uma revolução energética com a ascensão das fontes renováveis, como solar e eólica, no topo da matriz energética até 2028. No entanto, para garantir a sustentabilidade dessa transição, é essencial superar os desafios de intermitência e investir em soluções tecnológicas inovadoras. O futuro da energia brasileira será mais limpo, mais verde e mais eficiente.