Diante do maior aperto orçamentário em décadas, Força Aérea Brasileira avalia adquirir até 12 caças Gripen C/D usados e considera F-16 dos EUA para evitar apagão militar e manter mínima capacidade de vigilância até 2032
O Brasil atravessa uma das piores crises orçamentárias de sua história militar recente. A Força Aérea Brasileira (FAB) enfrenta um cenário de limitações financeiras graves, o que compromete a modernização e a renovação da frota de combate. Para evitar um verdadeiro “apagão” na defesa aérea nacional, a alternativa que surge agora é a compra emergencial de caças Gripen usados, em versões C e D, diretamente da Suécia.
A proposta em análise prevê a aquisição de até 12 aeronaves, que serviriam como complemento à frota de Gripen E/F já adquirida no contrato original. A medida busca suprir a defasagem causada pelos constantes atrasos no programa principal e pelos cortes sucessivos no orçamento destinado à Aeronáutica.
Impacto financeiro no programa Gripen da FAB
O programa de aquisição do Gripen NG (E/F) tem enfrentado sucessivos aditivos financeiros, o que elevou em aproximadamente 13% o custo total do contrato original. De acordo com estimativas divulgadas pelo próprio comando da Aeronáutica, o valor adicional investido seria suficiente para comprar mais seis aeronaves além das 36 inicialmente previstas.
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Porém, diante da dificuldade em ampliar o orçamento, a FAB busca saídas alternativas. Caso as negociações com a Suécia não avancem ou as aeronaves não estejam disponíveis em tempo hábil, uma opção de “plano B” seria a compra de caças F-16 usados dos estoques da Força Aérea dos Estados Unidos. Essa hipótese, embora menos provável, está em estudo para impedir que o país perca ainda mais sua capacidade mínima de defesa e vigilância do espaço aéreo.
Entregas atrasadas comprometem planejamento
O cronograma inicial previa que a última aeronave Gripen fosse entregue até 2024, mas os sucessivos cortes orçamentários empurraram esse prazo para 2032. O impacto prático já é visível: segundo o novo planejamento, apenas uma unidade deve ser recebida em 2026, um número considerado alarmante para quem acompanha o avanço das necessidades estratégicas do Brasil.
Conforme explicou reportagem do canal Águias de Aço, os atrasos não se devem à falta de capacidade de produção da fabricante sueca Saab, mas sim à forma como o contrato foi estruturado, com liberações financeiras anuais dependentes do governo. O problema é que, nos últimos anos, os valores liberados ficaram muito abaixo do necessário, travando o cronograma de entregas e comprometendo o fortalecimento da frota.
FAB busca manter prontidão mínima com frota reduzida
A crise é ainda mais séria quando se observa o número de aeronaves ativas. A Força Aérea Brasileira já confirmou que os jatos A-1 AMX sairão de operação ainda em 2025, encerrando uma trajetória de décadas de serviço. Ao mesmo tempo, os caças F-5M Tiger II, que deveriam ter sido aposentados há anos, tiveram sua vida útil estendida ao limite justamente para compensar os atrasos na chegada dos novos Gripen.
Essa solução emergencial evidencia a urgência de novas aquisições. Ao considerar caças usados, a FAB repete um movimento já realizado no passado, quando o Brasil incorporou os Mirage 2000 em 2006. Na época, essas aeronaves de segunda mão garantiram um fôlego temporário até sua desativação em 2013. No entanto, a situação atual é ainda mais preocupante, pois há menos jatos disponíveis e o cronograma de modernização está mais distante do que nunca.
Tentativa de ampliar a frota para cerca de 50 caças
A ideia em discussão é ampliar o número total de caças da FAB para cerca de 50 unidades, combinando aeronaves usadas com os novos Gripen E/F. Essa solução híbrida é vista como a única forma de equilibrar a necessidade operacional imediata com as limitações financeiras impostas pelo orçamento da Defesa.
Na prática, o Brasil tenta evitar um vácuo de capacidade aérea em um cenário internacional cada vez mais instável, onde a vigilância do espaço aéreo e a capacidade de reação rápida são estratégicas não apenas para a soberania nacional, mas também para a segurança de todo o continente sul-americano.
Um futuro incerto para a defesa aérea nacional
A situação da Força Aérea Brasileira expõe de forma clara a dificuldade histórica do país em manter um programa de defesa de longo prazo com orçamento estável. A dependência de liberações anuais e os atrasos recorrentes comprometem não apenas o planejamento, mas também a segurança imediata do espaço aéreo.
Diante desse cenário, a compra de caças Gripen usados da Suécia ou de F-16 norte-americanos de segunda mão surge como a única solução viável no curto prazo. Contudo, especialistas alertam que tais medidas não resolvem o problema estrutural: o Brasil precisa definir se está disposto a investir de forma consistente na modernização de sua defesa aérea, ou se continuará refém de soluções paliativas que colocam em risco a soberania do país.
Conforme destacou o canal Águias de Aço, o Brasil vive hoje um momento até pior do que a época dos Mirage 2000, com ainda menos aeronaves de combate disponíveis e um horizonte de incertezas até 2032.
Colocaram a FAB numa fria. Os caças suecos escolhidos, não servem para a magnitude do território brasileiro. Aposta errada! Melhor fazer como Argentina, comprar F-16 usados e de pronta entrega.