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Bosch revela que terá demissão em massa de mais de 13 MIL funcionários e sabe quem é o culpado por isso

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 28/09/2025 às 20:24
Bosch cortará 13 mil empregos até 2030 em meio à crise da indústria automobilística, concorrência chinesa e altos custos na Alemanha.
Bosch cortará 13 mil empregos até 2030 em meio à crise da indústria automobilística, concorrência chinesa e altos custos na Alemanha.
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Bosch anuncia cortes expressivos em sua divisão de mobilidade, impactando principalmente fábricas na Alemanha, em meio à concorrência chinesa crescente, demanda fraca no mercado europeu e altos custos de energia e mão de obra.

A Robert Bosch GmbH vai eliminar 13 mil postos de trabalho adicionais na divisão de mobilidade até 2030, cerca de 3% do quadro global, em resposta à concorrência crescente e ao enfraquecimento do mercado europeu de automóveis.

A medida, anunciada nesta quinta-feira (25), recai majoritariamente sobre unidades na Alemanha e busca reduzir um déficit anual de € 2,5 bilhões na operação de autopeças.

Cortes se concentram no polo de Stuttgart

Os ajustes mais profundos atingem a base histórica da Bosch na região de Stuttgart.

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Em Feuerbach, onde a empresa produz componentes para diesel e investiu em hidrogênio, serão reduzidos cerca de 3.500 empregos até 2030 por causa da subutilização das fábricas.

Em Schwieberdingen, as áreas de Power Solutions, Electrified Motion e Mobility Electronics devem cortar aproximadamente 1.750 vagas, pressionadas por carteira de pedidos mais fraca e pela lenta adoção de novas tecnologias.

Ainda no entorno de Stuttgart, a Bosch pretende encerrar, até 2028, a fábrica de Waiblingen, que emprega cerca de 560 pessoas e produz conectores para a indústria automotiva, após anos de queda de volumes.

Outras localidades também serão enxugadas: em Bühl, especializado em pequenos acionamentos elétricos, devem ser eliminados cerca de 1.550 postos.

Em Homburg, onde peças para caminhões a diesel ainda predominam, saem cerca de 1.250 vagas.

Por que a empresa está apertando o passo

A direção atribui o plano à combinação de demanda fraca, barreiras comerciais e competição mais agressiva — sobretudo de fabricantes chineses com baterias, motores e eletrônicos mais baratos, que comprimem margens dos fornecedores tradicionais.

O ambiente de custos segue pressionado por tarifas e por energia mais cara desde a invasão da Ucrânia.

“Desenvolvimentos geopolíticos e barreiras comerciais, como tarifas, estão criando incertezas significativas com as quais todas as empresas precisam lidar”, afirmou Markus Heyn, responsável global pela área de mobilidade.

Segundo ele, a Bosch espera “concorrência ainda mais intensa” e pretende posicionar suas unidades para aproveitar nichos de crescimento.

Indústria alemã sob estresse

O movimento da Bosch aprofunda a pressão sobre a base industrial alemã, que enfrenta reajustes de produção, renegociação de custos e programas de eficiência.

Volkswagen e Porsche reduziram turnos e reveram projeções diante da fraqueza na China e do impacto de tarifas nos Estados Unidos.

A VW deve pausar linhas em plantas de EVs na Alemanha, enquanto a Porsche atrasou lançamentos elétricos e cortou margem prevista para 2025.

Em paralelo, fornecedores como Continental e ZF Friedrichshafen aceleram cortes de despesas e pessoal.

Hidrogênio e eletrificação avançam menos que o esperado

Além do ciclo fraco de veículos, a Bosch reconhece que a rampa do mercado de hidrogênio na Europa tem sido mais lenta do que se antecipava, mantendo capacidade ociosa em sites que receberam investimentos recentes.

A empresa afirmou que precisa “reduzir custos o mais rápido possível” para recuperar competitividade e, por isso, combina o enxugamento de pessoal com cortes em materiais, operações, logística e capex em prédios e instalações.

O que acontece com os trabalhadores

A companhia informou ter comunicado empregados e representantes e disse buscar “soluções socialmente responsáveis” quando possível, como realocação interna e programas de aposentadoria parcial.

Ainda assim, a gestão sustenta que ação rápida é necessária para fechar o gap de custos na mobilidade e garantir viabilidade no longo prazo.

A Alemanha continua sendo fundamental para a Bosch”, declarou o diretor trabalhista Stefan Grosch.

Mas precisamos nos tornar mais eficientes para manter nossa posição na competição global.”

Tamanho da Bosch e frente de investimentos

A Bosch, empresa de capital fechado e entre os maiores nomes de autopeças do mundo, empregava cerca de 417,9 mil pessoas ao fim de 2024 e faturou € 90,3 bilhões no ano passado.

A divisão Mobility reúne mais de 230 mil colaboradores e segue como o principal braço do grupo.

Nos últimos anos, a companhia direcionou recursos para software, eletrificação e hidrogênio, enquanto ajusta operações legadas de combustão.

Contexto político-econômico: “Made for Germany” e competitividade

No plano doméstico, o governo do chanceler Friedrich Merz tenta reanimar o ambiente de negócios com medidas de desburocratização e estímulos a investimento.

Em julho, 61 empresas anunciaram a iniciativa “Made for Germany”, com € 631 bilhões em aportes até 2028, apresentada na chancelaria e apoiada pela Bosch.

O esforço busca sinalizar previsibilidade regulatória e acelerar digitalização, infraestrutura e inovação — pontos vistos pelo setor como cruciais para recuperar produtividade e custo de energia competitivos.

Próximos passos da reestruturação

A Bosch deixou claro que, além dos 13 mil cortes previstos, seguirá avaliando estruturas, cadeia de suprimentos e níveis de investimento para adequar a operação ao novo patamar de demanda e preços.

O objetivo declarado é fechar o déficit da divisão e sustentar rentabilidade em um mercado com pressão permanente por preço e tecnologia.

O comunicado também cita que os ajustes serão distribuídos ao longo de vários anos, com efeitos graduais nas localidades atingidas até 2030.

Diante desse cenário de competição global mais dura, tarifas e transição tecnológica mais lenta que o previsto, como as cadeias automotivas da Europa devem se reorganizar para preservar empregos qualificados sem perder velocidade em inovação?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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