Com cada vez mais espaço no mercado, os carros elétricos chineses vêm conquistando milhares de clientes pelo mundo. Mas, já se perguntou o porquê de eles serem tão acessíveis?
Os carros elétricos chineses estão ganhando cada vez mais espaço no mercado global, oferecendo qualidade e preços competitivos que desafiam os concorrentes tradicionais. Mas como eles conseguem ser tão acessíveis? Uma análise da UOL Carros revela que a estratégia agressiva das marcas chinesas, aliada ao peso do parque industrial e ao mercado interno gigantesco, tem sido determinante para essa revolução nos preços.
Especialistas consultados apontam que os fabricantes chineses adotaram uma estratégia agressiva de preços para ganhar participação de mercado e se tornarem mais conhecidos, especialmente em países onde estão chegando agora. “Eles estão dispostos a vender carros elétricos aqui sem ganhar muita coisa. Isso vale como um investimento de marketing”, afirma Cassio Pagliarini, da consultora Bright Consulting.
Além disso, o mercado interno favorável à criação de níveis de escala imensos e o fornecimento local de itens complexos, como as baterias, têm contribuído para o baixo custo dos carros elétricos chineses. A China é o lar da maior fabricante de baterias do mundo, a CATL, e a terceira maior, a BYD, o que garante um fornecimento inesgotável de tecnologia indispensável aos veículos elétricos.
- Milionário perde a carteira de motorista e constrói um circuito de R$ 50 milhões no quintal para acelerar seus supercarros
- BMW F 450 GS: Conheça a nova motocicleta Trail de média cilindrada que promete revolucionar o mercado de duas rodas
- Por que os caminhões-tanque têm formato de cilindro?
- Conheça as novas diretrizes da Uber: o uso do ar-condicionado é recomendado para garantir o conforto dos passageiros, e a não conformidade pode impactar as avaliações dos motoristas
Decisão estratégica: a aposta da China nos carros elétricos
Há cerca de 20 anos, a China tomou uma decisão estratégica de investir na mobilidade elétrica, incluindo carros elétricos, híbridos, híbridos plug-in e sistemas de carregamento. Essa aposta colocou o país entre cinco e dez anos à frente de todos os outros, segundo Pagliarini.
A disparidade de valores também se deve ao alto custo de produção no Brasil, que inclui mão de obra, turnos mais extensos e trabalho aos fins de semana. Para competir, seria necessário investir mais em eficiência, impostos e tecnologia para se equiparar às condições oferecidas na China aos seus fabricantes, destacam os especialistas.
Exportações chinesas e protecionismo: desafios e estratégias
O volume exportado de carros elétricos pela China cresceu 12% no ano passado, enfrentando desafios como o protecionismo de alguns mercados, como Europa e Estados Unidos. No entanto, as marcas chinesas têm contornado essas barreiras, inclusive instalando fábricas em países como a Hungria. No Brasil, as taxas de Imposto de Importação podem ultrapassar o custo extra de fazer os modelos localmente, o que tem incentivado as gigantes chinesas BYD e GWM a produzirem automóveis no país ainda em 2024.
A situação atual dos carros chineses é bem diferente da primeira leva que chegou ao Brasil. Antigamente, esses veículos eram associados a produtos baratos e de baixa qualidade. No entanto, a realidade mudou, e hoje eles oferecem um custo-benefício atraente, competindo de igual para igual com as marcas tradicionais.