1. Início
  2. / Economia
  3. / Bolsa em alta, petróleo no radar e STF em foco: 7 movimentos que mexeram com seu bolso nesta semana  
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

Bolsa em alta, petróleo no radar e STF em foco: 7 movimentos que mexeram com seu bolso nesta semana  

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 07/09/2025 às 15:45
Bolsa; Juros; Petróleo; STF
Fonte: IA
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

1) Recorde na bolsa de valores e o efeito dos juros: por que isso importa para energia e petróleo

A semana foi marcada por um movimento importante na bolsa de valores. O Ibovespa encerrou a 142.640,14 pontos, sinalizando retomada após semanas de volatilidade. O ETF UVP11 também avançou, fechando a 102,9, alta de 0,43%. 

Esse desempenho está diretamente ligado à expectativa de redução dos juros no Brasil e nos Estados Unidos. Menores custos de financiamento impactam toda a cadeia produtiva, mas setores como energia e petróleo são ainda mais beneficiados. Empresas endividadas, que precisam captar recursos para expansão ou refino, tendem a se fortalecer em ciclos como este. 

Para o investidor: Quedas de juros não são apenas uma boa notícia para a bolsa, mas também para companhias estratégicas, ligadas a petróleo e combustíveis, que trabalham com margens apertadas e altos volumes de capital. 

2) STF, julgamento e anistia: política pressiona risco Brasil 

Enquanto os mercados respiravam com a queda dos juros, Brasília trazia outro fator de incerteza. O STF iniciou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus, acusados de crimes que vão de organização criminosa armada a tentativa de golpe de Estado. O processo, conduzido pela primeira turma do Supremo, gerou críticas da defesa sobre imparcialidade, já que três dos cinco ministros foram questionados por supostos impedimentos. 

Ao mesmo tempo, o tema da anistia avançou no Congresso. Dois projetos distintos, de Davi Alcolumbre e Hugo Mota, buscam perdoar réus envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Em alguns formatos, a medida poderia até tornar Bolsonaro elegível em 2026, algo que divide até a base do governo. 

Esse embate institucional não é apenas político. Ele afeta diretamente o ambiente de negócios, pois aumenta a percepção de risco. Investidores exigem prêmio maior para aplicar no Brasil quando veem instabilidade jurídica, e isso pode encarecer projetos de infraestrutura, energia e petróleo. 

Por que isso mexe com seu bolso? Porque risco institucional entra no preço. Quando o investidor enxerga incerteza prolongada, pede prêmio maior para financiar empresas e isso encarece projetos, inclusive de petróleo e energia. Além disso, embates entre Poderes e ruído externo (como menções à Lei Magnitsky e eventuais sanções) elevam a volatilidade no câmbio, um componente sensível na formação de preços de combustíveis e no CAPEX dolarizado. 

3) Bancos, crédito e empresas de petróleo em adaptação 

No setor financeiro, movimentos relevantes chamaram a atenção. O Banco do Brasil teve seu preço-alvo reduzido pelo Itaú para R$ 23, reflexo de riscos no crédito agrícola. Já o BRB viveu semana de montanha-russa: após queda com a rejeição da compra de outro banco pelo Banco Central, encerrou com alta de 11,71%, cotado a R$ 10. 

Esses ajustes são importantes porque o crédito é a base de expansão do setor de petróleo. Bases logísticas, dutos e frota dependem de financiamento acessível. Se bancos travam ou encarecem recursos, empresas do setor precisam rever planos. 

A Raízen, por exemplo, subiu mais de 3% na semana após notícia sobre concorrência desleal que prejudicava suas operações. A empresa também segue em processo de reestruturação financeira, vendendo ativos e reforçando capital para reduzir endividamento. É um retrato de como companhias ligadas a combustíveis precisam equilibrar balanço em meio à volatilidade. 

4) Comércio exterior: EUA recuam, China avança 

No comércio exterior, os sinais são mistos. As exportações brasileiras para os Estados Unidos caíram 18% em agosto, segundo falas destacadas no Congresso. Pequenas e médias empresas são as mais impactadas por esse recuo. O governo federal, para mitigar, anunciou R$ 10 bilhões em crédito via BNDES dentro do programa “Brasil Soberano”. 

Enquanto isso, a China amplia presença no Brasil. O país já é o terceiro maior destino de capital chinês, com mais de R$ 2 bilhões anuais em investimentos, distribuídos em mais de 40 projetos. A atuação chinesa cobre setores estratégicos como energia, petróleo, tecnologia e, cada vez mais, veículos elétricos. A BYD, por exemplo, já superou marcas tradicionais como Nissan, Renault e Honda no Brasil em vendas de 2025. 

Esse avanço mostra a disputa entre potências por espaço no Brasil. Para o setor de petróleo, significa que investimentos externos continuarão a ditar o ritmo da infraestrutura energética, mesmo em um cenário de transição para novas matrizes. 

5) Inflação, programa social e risco fiscal 

No campo macroeconômico, o IPCA completou a 14ª semana consecutiva de queda nas expectativas para 2025. O resfriamento da economia em serviços, comércio e indústria reforça o espaço para cortes de juros. 

Por outro lado, medidas fiscais levantam dúvidas. O programa Gás do Povo, previsto para 2026, prevê distribuição de botijões a 50 milhões de pessoas, com custo estimado em R$ 5 bilhões. Embora seja uma ação social relevante, preocupa analistas pelo impacto em um orçamento já pressionado. 

Quando o governo gasta além da conta, a percepção de risco fiscal sobe. Isso pressiona o câmbio e, no fim, reduz o espaço para cortes mais agressivos de juros, afetando novamente o ambiente para investimentos em petróleo e energia. 

6) Geopolítica e petróleo: tensão global no radar 

No cenário internacional, conflitos seguem ditando o humor das bolsas. A guerra na Ucrânia continua, com China, Rússia e Índia ampliando laços contra os Estados Unidos. O líder norte-coreano, Kim Jong-un, declarou apoio à Rússia, aumentando a pressão no tabuleiro global. 

Na América do Sul, os EUA intensificaram o cerco ao governo de Nicolás Maduro, enviando mais de 10 caças à região. A possibilidade de uma escalada preocupa, pois qualquer instabilidade em países produtores ou no entorno da América Latina tem potencial de afetar o preço do barril de petróleo. 

7) O que fazer agora (sem fórmulas mágicas) 

  • Bolsa de valores em tendência de alta com juros em queda favorece energia e infraestrutura. 
  • Risco político (pauta STF e anistia) pede caixa, governança e exposição cambial bem desenhada. 
  • No segmento de petróleo, priorize empresas com alavancagem cadente, contratos previsíveis e eficiência operacional. 

Os movimentos da semana deixam claro que o Brasil está no centro de disputas políticas, fiscais e geopolíticas. 

E, principalmente: em um mundo de guerras e incertezas, qual deve ser o papel do petróleo na nossa estratégia de futuro energético? 

Deixe nos comentários sua opinião.

Aplicativo CPG Click Petroleo e Gas
Menos Anúncios, interação com usuários, Noticias/Vagas Personalizadas, Sorteios e muitos mais!
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Roberta Souza

Autora no portal Click Petróleo e Gás desde 2019, responsável pela publicação de mais de 8.000 matérias que somam milhões de acessos, unindo técnica, clareza e engajamento para informar e conectar leitores. Engenheira de Petróleo e pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, também trago experiência prática e vivência no setor do agronegócio, o que amplia minha visão e versatilidade na produção de conteúdo especializado. Desenvolvo pautas, divulgo oportunidades de emprego e crio materiais publicitários direcionados para o público do setor. Para sugestões de pauta, divulgação de vagas ou propostas de publicidade, entre em contato pelo e-mail: santizatagpc@gmail.com. Não recebemos currículos

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x