Poucos sabem, mas a Boeing já encerrou a produção do 747 em 2023, após mais de 50 anos. O avião popularmente conhecido por Jumbo transportou bilhões de passageiros, fez história na aviação e segue como lenda dos céus.
Em janeiro de 2023, a Boeing colocou fim a um dos capítulos mais grandiosos da aviação mundial. Depois de mais de cinco décadas nos céus, o lendário Boeing 747 saiu oficialmente de linha. Conhecido como “Jumbo Jet” e apelidado de Rainha dos Céus, ele foi muito mais que um avião: transformou a forma como o mundo viajou, uniu continentes e permitiu que o transporte aéreo em massa se tornasse realidade.
Foram produzidas 1.574 unidades desde o voo inaugural em 1969. Nesse período, o 747 levou bilhões de passageiros em viagens intercontinentais e se tornou o maior símbolo da era de ouro da aviação comercial.
A revolução que começou em 1969
Na virada da década de 1970, a aviação passava por uma transição: os jatos comerciais já haviam acelerado as viagens internacionais, mas os custos ainda eram elevados e o número de assentos limitado.
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Foi nesse contexto que a Boeing lançou um projeto ousado: um avião de dois andares, com capacidade para mais de 400 passageiros, autonomia transoceânica e design robusto que se tornou icônico.
O primeiro voo ocorreu em 9 de fevereiro de 1969, e rapidamente o 747 entrou em operação com a Pan Am, a maior companhia aérea do mundo à época. O impacto foi imediato: passagens aéreas ficaram mais acessíveis, a concorrência aumentou e viajar de avião deixou de ser um luxo restrito a poucos para se tornar uma experiência cada vez mais democrática.
O design inconfundível
A característica mais marcante do 747 sempre foi a sua “corcunda” na parte frontal, onde ficava o convés superior. Ali, em muitas companhias, eram instalados bares, lounges e cabines de luxo, que deram ao avião um ar de sofisticação sem igual.
Com quatro motores, asas largas e dimensões colossais, o Jumbo foi por décadas o maior avião de passageiros do planeta. Sua versão inicial podia transportar cerca de 400 passageiros, mas variantes posteriores chegaram a acomodar mais de 600 pessoas em uma única viagem.
Além disso, o 747 também se destacou pela versatilidade: além da versão comercial, foi usado como avião cargueiro, transporte militar e até como Air Force One, a aeronave presidencial dos Estados Unidos.
O auge e a dominação dos céus
Nos anos 70, 80 e 90, o Boeing 747 se consolidou como o principal avião de rotas intercontinentais. Ele dominava voos entre América, Europa e Ásia, ligando cidades que até então não tinham conexões diretas.
Durante décadas, voar em um 747 era símbolo de status — para passageiros, companhias aéreas e até países. Mais de 100 companhias no mundo operaram o modelo, que chegou a ser responsável por mais da metade dos assentos em voos de longa distância.
O começo do fim: custos e novos rivais
Apesar da glória, a própria grandeza do 747 começou a pesar contra ele. O consumo elevado de combustível, a necessidade de pistas maiores e os custos de manutenção abriram espaço para novas gerações de aviões mais eficientes.
Modelos como o Boeing 777 e o Airbus A350, bimotores com tecnologia avançada, ofereceram a mesma autonomia e quase a mesma capacidade de passageiros, mas com economia muito superior.
Outro gigante, o Airbus A380, chegou a disputar o posto de maior avião comercial do mundo, mas também enfrentou dificuldades por conta da demanda cada vez mais voltada a aeronaves menores, com voos diretos entre mais cidades.
O último voo e o adeus oficial
Em 31 de janeiro de 2023, a Boeing entregou o último 747 da história a uma empresa de carga, encerrando oficialmente a produção em Everett, Washington, onde o avião foi construído desde o início.
O evento contou com homenagens emocionadas, reunindo engenheiros, ex-pilotos, executivos e apaixonados pela aviação. Foi a despedida de um ícone que não apenas transportou passageiros, mas também sonhos e memórias de várias gerações.
O legado imortal do Jumbo
Mesmo fora de produção, o Boeing 747 continua voando em diversas companhias aéreas, principalmente na versão cargueira, que ainda é extremamente eficiente para o transporte de grandes volumes. Estima-se que ele continue ativo nos céus por pelo menos mais uma década.
Na história da aviação, porém, seu lugar já está garantido. O 747 foi o avião que:
- Democratizou as viagens internacionais.
- Levou bilhões de pessoas ao redor do planeta.
- Tornou-se símbolo da era dourada da aviação.
- Inspirou gerações de engenheiros, pilotos e passageiros.
O fim de um reinado, não da lenda
O fim da produção do Boeing 747 não significa o fim da sua história. O “Jumbo Jet” permanece como o maior clássico da aviação comercial, um avião que mudou o mundo e fez da ideia de viajar pelo planeta algo acessível.
Mais do que uma aeronave, o 747 foi um marco cultural e tecnológico. Sua silhueta seguirá sendo reconhecida instantaneamente em aeroportos, museus e memórias. A Rainha dos Céus deixa a linha de produção, mas jamais deixará de reinar nos corações de quem a conheceu.