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BNDES seleciona Valetec para administrar fundo de transição energética

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 22/10/2025 às 07:36
Aerogeradores em operação sob céu parcialmente nublado durante o dia.
Aerogeradores produzem energia limpa sob um céu com nuvens dispersas em pleno meio-dia.
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Fundo de transição energética impulsiona inovação e sustentabilidade no Brasil, com investimentos estratégicos em empresas de tecnologia limpa e descarbonização.

A criação de um fundo de transição energética marca um passo importante para o futuro da economia brasileira. O BNDES selecionou a Valetec como gestora do novo Fundo de Investimento em Participações (FIP) dedicado à transição energética e à descarbonização. Essa iniciativa, apoiada também pela Petrobras e pela Finep, promete impulsionar o desenvolvimento de empresas de base tecnológica voltadas para um modelo energético mais sustentável.

A escolha da Valetec e o papel do fundo

A Valetec ficou em primeiro lugar na chamada pública que definiu o gestor responsável pela estruturação e operação do fundo. Logo em seguida, vieram o consórcio Ahead Ventures e Aecom, e depois a Lightrock. A partir dessa seleção, a Valetec iniciou uma nova fase de negociações sobre as condições contratuais e o regulamento do fundo.

O Fundo de Transição Energética terá capital-alvo de R$ 500 milhões, com início das operações previsto após um aporte mínimo de R$ 240 milhões. O fundo contará com a participação de instituições públicas como o BNDESPar, que investirá até 25% do total; a Petrobras, que poderá aportar até R$ 250 milhões, equivalente a 49% das cotas; e a Finep, com até R$ 60 milhões vindos do FNDCT. Além disso, investidores privados poderão participar, o que deve ampliar o alcance e a força de investimento do fundo.

Esse arranjo mostra como o Brasil busca integrar capital público e privado para criar soluções de baixo carbono, fortalecendo a inovação e a competitividade nacional.

Fomento à inovação e à economia verde

O objetivo principal do fundo de transição energética é investir em micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) de base tecnológica que atuem em setores estratégicos para a descarbonização. Entre os principais segmentos estão energia renovável, armazenamento de energia, eletromobilidade, combustíveis sustentáveis, captura e uso de carbono (CCUS) e descarbonização de processos industriais.

Essas áreas representam o núcleo da nova economia verde, que combina crescimento econômico com sustentabilidade ambiental. O BNDES e seus parceiros buscam, portanto, fomentar um novo ciclo de crescimento verde no país, conectando o ecossistema de inovação às políticas públicas de sustentabilidade e segurança energética.

Além disso, o fundo pode estimular a criação de empregos qualificados, o desenvolvimento de novas tecnologias nacionais e a formação de cadeias produtivas limpas, o que fortalece a indústria e a competitividade do país no cenário global.

Contexto histórico da transição energética

A transição energética não é um conceito novo. Desde a Revolução Industrial, o mundo viveu várias mudanças no uso das fontes de energia. Primeiro, o carvão foi a base da economia. Depois, o petróleo e o gás natural dominaram o século XX. No entanto, o impacto ambiental desses recursos levou a sociedade a repensar o modelo de crescimento.

Nas últimas décadas, o Brasil passou a investir fortemente em energias renováveis, como hidrelétrica, eólica, solar e biocombustíveis. Esse movimento consolidou o país como um dos líderes mundiais em matriz energética limpa. Ainda assim, o desafio de reduzir as emissões de gases de efeito estufa permanece central.

Por isso, o fundo de transição energética do BNDES representa mais que um investimento financeiro. Ele é uma política de Estado, que une tecnologia, inovação e sustentabilidade. Essa iniciativa fortalece o papel do Brasil como referência global em descarbonização e inovação em energia limpa.

A importância do investimento público e privado

O sucesso de um projeto desse porte depende da integração entre o setor público e o privado. O BNDES, ao liderar o processo, mostra que o investimento estatal pode funcionar como alavanca para atrair o capital privado. Essa união é essencial para viabilizar projetos de longo prazo, com retorno financeiro e impacto ambiental positivo.

A Petrobras, por sua vez, demonstra um comprometimento crescente com a transição energética, ampliando sua atuação para além do petróleo e gás. Já a Finep, com seu histórico de apoio à inovação tecnológica, reforça o caráter científico e de pesquisa da iniciativa.

Essas instituições juntas constroem uma base sólida para acelerar a descarbonização da economia brasileira, ao mesmo tempo em que fomentam o empreendedorismo e a inovação.

Perspectivas para o futuro da energia no Brasil

O fundo de transição energética tem potencial para transformar o cenário energético nacional. Com ele, o país pode avançar em áreas como armazenamento de energia, hidrogênio verde e biocombustíveis de nova geração. Esses setores não apenas reduzem a dependência de combustíveis fósseis, mas também geram oportunidades econômicas sustentáveis.

Além disso, o fundo pode criar pontes entre universidades, startups e grandes empresas, promovendo um ambiente de cooperação tecnológica. Essa integração é essencial para que o país mantenha sua liderança em inovação e sustentabilidade.

Historicamente, o BNDES tem papel central no financiamento de políticas de desenvolvimento. Desde a sua criação, em 1952, o banco impulsionou a industrialização brasileira, apoiou grandes projetos de infraestrutura e, mais recentemente, passou a se destacar no apoio a projetos de energia limpa e inovação tecnológica.

Com o fundo de transição energética, o banco reforça sua missão de promover o desenvolvimento sustentável e inclusivo, adaptando-se aos desafios do século XXI.

Um marco para a sustentabilidade brasileira

A seleção da Valetec como gestora do fundo de transição energética marca o início de uma nova fase para o país. Mais do que um investimento, trata-se de um projeto estruturante, que une economia, inovação e meio ambiente.

Com a atuação conjunta do BNDES, Petrobras e Finep, o Brasil avança em direção a uma economia de baixo carbono, fortalecendo seu papel no combate às mudanças climáticas e na criação de novas oportunidades sustentáveis.

Em suma, o fundo de transição energética não apenas apoia empresas inovadoras, mas também constrói o futuro energético do Brasil — um futuro em que o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental caminham lado a lado.

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Transição energética: o Brasil tem uma variedade de fontes de energia, mas também custos e desafios | Balanço Geral Florianópolis

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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