O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está promovendo mudanças em sua estratégia de apoio à reindustrialização do país, de acordo com seu diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior, José Luis Gordon.
A princípio, o objetivo é aumentar o apoio do BNDES na reindustrialização do país, que atualmente é de 1% da carteira de crédito, para 2%. As fontes de recursos não reembolsáveis ou com juros diferenciados serão usadas para dar forma a linhas específicas. No entanto, essas fontes têm recursos limitados, portanto as condições mais vantajosas não serão oferecidas em todas as linhas do BNDES.
Para Gordon, a capacidade inovativa das indústrias brasileiras é vital para que elas possam competir internacionalmente e ter um país competitivo. “Como um banco de desenvolvimento não apoia a inovação?”, questionou.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também defende que as políticas de fomento à inovação são essenciais para a reindustrialização do país. A meta do banco é alcançar 5,5% da carteira de crédito destinada à inovação empresarial.
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Reindustrialização do país: o Ministro da Economia anunciou um plano de investimentos no setor de telecomunicações para conectar escolas públicas à internet. O governo prevê investir cerca de R$1 bilhão nos próximos quatro anos, dos quais R$ 150 milhões em 2021.
Contudo, o Ministério planeja desenvolver duas novas linhas de financiamento para parques tecnológicos e startups. Estas linhas contarão com recursos não reembolsáveis do Senai, Sebrae, Embrapii, Finep e FNDCT. A ideia é oferecer condições mais vantajosas de crédito para essas empresas inovadoras.
O Ministro também falou sobre a possibilidade de ajustar os juros da TLP – taxa de juros que baliza os financiamentos do BNDES – para atrair maior demanda da indústria pelas linhas do banco. No entanto, especialistas acreditam que o crédito do BNDES deve ser usado estrategicamente para evitar distorções e não ser voltado para todo o setor industrial.
A ação visa impulsionar a economia brasileira por meio da inovação e modernização das infraestruturas das escolas públicas. Esta é uma grande oportunidade para as empresas inovadoras fortalecerem seus negócios e colaborarem na transformação do país.
O setor industrial brasileiro tem sofrido uma desidratação significativa nos últimos anos. De acordo com dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a participação da indústria na economia nacional caiu de 21% em meados dos anos 1970 para 11,9% em 2021. Já a expansão do BNDES entre os anos 2000 e 2010 não conseguiu reverter essa tendência.
Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi, afirmou que a perda de um setor de alta intensidade tecnológica contribuiu para essa queda na qualidade da indústria brasileira. Ele destacou ainda que é necessário ter serviços de alta complexidade tecnológica para gerar bons empregos e melhores remunerações.
A Federação das Indústrias do Rio (Firjan) defende reformas transversais que possam beneficiar todas as empresas industriais. Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan, disse que facilitar um pouco o crédito para pequenas e médias empresas teria um efeito relativamente pequeno na economia. Para ele, seria mais eficaz avançar em reformas que melhorem o “equilíbrio macroeconômico” no longo prazo, como a reforma tributária.
Assim, é necessário tomar medidas estruturais para promover o desenvolvimento da indústria nacional. Inflação e juros elevados, câmbio desfavorável, desequilíbrios nas contas do governo, incertezas políticas, gargalos de infraestrutura, complexidade tributária, falta de mão de obra qualificada e custo elevado da energia são alguns dos fatores que impactam negativamente o setor industrial brasileiro.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está planejando mudanças nas regras de conteúdo local para modernizar maquinários, segundo o diretor do banco, Gordon.
Estas mudanças só serão implementadas em linhas específicas para segmentos industriais nascentes, como foi feito na indústria de energia eólica, que teve sucesso.
No início dos anos 2000, quando os primeiros parques eólicos foram selecionados em leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o BNDES criou uma linha de crédito com juros baixos para financiar os projetos. Como as turbinas e pás das torres eram todas importadas, o banco flexibilizou as exigências de conteúdo local com um cronograma: ao longo do tempo, os mínimos exigidos iam subindo para incentivar a instalação de fábricas no Brasil.
Desse modo, o próximo passo no planejamento da nova gestão é lançar linhas de financiamento para parques tecnológicos e startups. Outras atividades também serão beneficiadas, como a geração de energia eólica offshore e a fabricação de hidrogênio verde. Esta última poderia utilizar a energia renovável gerada por parques eólicos em alto mar para produzir combustível limpo e assim contribuir para a transição para uma economia de baixo carbono.