Banco Mundial prevê que o Brasil crescerá 2,4% em 2025, superando a América Latina e consolidando liderança econômica na região.
Em um cenário global de desaceleração e incertezas, o Brasil surge como destaque positivo entre as economias latino-americanas. De acordo com o relatório “Global Economic Prospects” publicado pelo Banco Mundial em outubro de 2025, o país deve registrar crescimento de 2,4% em 2025, superando a média regional e consolidando sua recuperação após anos de instabilidade política e fiscal. A previsão reforça o otimismo de instituições internacionais em relação à economia brasileira, que vem mostrando resiliência mesmo diante de juros altos e volatilidade externa.
Brasil se destaca em meio à desaceleração global
O relatório do Banco Mundial aponta que a América Latina e o Caribe devem crescer apenas 1,9% em média, enquanto o Brasil deve alcançar 2,4%, puxado pela retomada da indústria, pelo aumento das exportações agrícolas e pela ampliação dos investimentos em infraestrutura e energia.
Essa performance coloca o país à frente de economias tradicionalmente dinâmicas da região, como Chile, México e Colômbia.
-
Hackers invadem fintech brasileira fazem 280 transferências e roubam R$ 26 milhões em poucas horas; falha no sistema do Pix expõe 270 contas e acende alerta no setor financeiro
-
Dólar dispara e derruba Ibovespa: tensão entre China e EUA acende alerta na economia global
-
Morningstar aponta Brasil como potência de investimentos na próxima década: projeção de retorno de 12,5% supera América Latina, atrai capital estrangeiro e recoloca o país entre os mercados mais promissores do mundo
-
Mudança no Imposto de Renda provoca reação e divide setores econômicos
A instituição destaca que, embora o cenário global siga incerto com tensões comerciais entre Estados Unidos e China e a lenta recuperação da Europa, o Brasil conseguiu manter um equilíbrio macroeconômico sólido e perspectivas positivas de médio prazo.
“O país combina fundamentos fiscais mais estáveis, superávit comercial robusto e um mercado interno com potencial de consumo elevado”, destacou o Banco Mundial.
Exportações e agronegócio seguem como motores do PIB
O agronegócio continua sendo o principal vetor de crescimento. Com safras recordes de soja, milho e carne bovina, o setor deve gerar um superávit comercial superior a US$ 80 bilhões em 2025, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O aumento da demanda da China e de países do Oriente Médio mantém o campo brasileiro como um dos pilares do PIB nacional.
Além disso, o setor industrial começa a dar sinais de recuperação após um período de retração. Projetos voltados à indústria verde e à transição energética, com foco na produção de fertilizantes, hidrogênio e biocombustíveis, devem gerar impacto positivo no emprego e na arrecadação.
“O Brasil está se tornando protagonista global em energia limpa e na exportação de alimentos. Esses dois setores continuarão impulsionando o crescimento nos próximos anos”, afirmou a economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina, Indermit Gill.
Infraestrutura e investimentos em alta
Outro fator de impulso vem dos investimentos em infraestrutura. O governo federal e a iniciativa privada têm direcionado recursos recordes para ferrovias, portos e energia elétrica.
Apenas em 2025, o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) deve movimentar cerca de R$ 300 bilhões em projetos estratégicos, incluindo obras na malha ferroviária Norte-Sul, expansão de portos no Nordeste e projetos de energia eólica e solar.
Essas medidas ajudam a destravar gargalos logísticos e atraem capital estrangeiro. O Banco Mundial cita que o Brasil está entre os países que mais receberam investimentos diretos estrangeiros (IDE) em 2024 e 2025, com fluxo superior a US$ 65 bilhões, superando inclusive o México.
Mercado de trabalho e inflação sob controle
O relatório também aponta que o mercado de trabalho brasileiro segue aquecido, com taxa de desemprego projetada para se manter abaixo de 7% em 2025 — o menor nível em uma década. Ao mesmo tempo, a inflação deve continuar em trajetória de queda, permanecendo dentro da meta estabelecida pelo Banco Central.
Esse equilíbrio contribui para o aumento da confiança dos consumidores e melhora a percepção internacional sobre a economia. “O Brasil está colhendo os frutos da estabilidade monetária e fiscal. A previsibilidade é o principal ativo do país neste momento”, observou William Maloney, economista do Banco Mundial.
Desafios ainda persistem
Apesar das boas perspectivas, o relatório alerta para alguns desafios estruturais que o país ainda precisa enfrentar. Entre eles, o baixo nível de produtividade, a burocracia excessiva e os gastos públicos inflexíveis. O Banco Mundial recomenda que o Brasil avance em reformas tributária e administrativa para sustentar o crescimento no longo prazo.
Outro ponto crítico é o custo do crédito. Mesmo com a queda gradual da taxa Selic, os juros reais ainda estão entre os mais altos do mundo, o que limita investimentos privados e o consumo das famílias.
Perspectiva otimista até 2026
O Banco Mundial mantém projeção de crescimento de 2,6% para 2026, consolidando o Brasil como a principal economia em expansão da América Latina no biênio 2025–2026. Caso esse ritmo seja mantido, o país deve subir posições no ranking global de PIB, reforçando seu papel estratégico na produção de alimentos, energia e tecnologia limpa.
O relatório encerra com um tom de confiança: “O Brasil é uma das poucas economias emergentes que estão equilibrando crescimento com responsabilidade fiscal. Isso o coloca em posição privilegiada para liderar a região nos próximos anos.”