Fundo de US$ 1 bilhão será aplicado em mina da Atlantic Nickel, na Bahia, e reforça o papel do Brasil na transição energética mundial
Em 21 de outubro de 2025, a Appian Capital Advisory Limited e a International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos do Banco Mundial, lançaram um fundo conjunto de US$ 1 bilhão.
O projeto pretende financiar minerais críticos em mercados emergentes e fortalecer o papel do Brasil na transição energética global.
Além disso, o primeiro investimento ocorrerá na mina Santa Rita, localizada em Itagibá (Bahia) e operada pela Atlantic Nickel, empresa controlada pela Appian.
Fundo bilionário e missão estratégica
O fundo iniciou suas operações com um aporte de US$ 100 milhões da IFC.
Ao mesmo tempo, novos recursos serão captados pela IFC Asset Management Company (AMC) para ampliar o investimento. Assim, o programa busca acelerar projetos de transição energética, modernização industrial e tecnologias de baixo carbono, com ênfase na América Latina e na África.
De acordo com comunicado conjunto da Appian e da IFC, a iniciativa marca o primeiro fundo de mineração voltado exclusivamente a mercados emergentes.
Além disso, o investimento abrangerá desde a construção até a expansão de empreendimentos minerais, seguindo rigorosos padrões ambientais, sociais e de governança (ESG).
Com essa parceria, o fundo fortalece o compromisso com investimentos sustentáveis, estimula práticas de mineração responsáveis e impulsiona a inovação no setor mineral.
Por consequência, o Banco Mundial amplia sua presença em projetos estratégicos, reforçando sua influência em energia limpa e mineração verde.
Primeiro investimento em solo brasileiro
O primeiro aporte financeiro será direcionado à mina Santa Rita, localizada no interior da Bahia, o que demonstra a confiança internacional no potencial mineral brasileiro.
A Atlantic Nickel administra uma das maiores minas de níquel sulfetado do planeta, com vida útil estimada em mais de 30 anos.
Esse investimento acelerará o desenvolvimento subterrâneo da mina, que atualmente opera em modelo de cava a céu aberto, extraindo o minério próximo à superfície.
Assim, a nova fase permitirá explorar jazidas subterrâneas, aumentar a produtividade, reduzir impactos ambientais e elevar a eficiência operacional.
De acordo com a Appian, a unidade atingirá uma produção anual de 30 mil toneladas de níquel equivalente, o que consolidará a Bahia como referência mundial em mineração sustentável. Dessa forma, o estado atrairá novos investidores, gerará empregos e fortalecerá sua economia local, ampliando o desenvolvimento regional.
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Importância dos minerais críticos
Os minerais críticos, como níquel, cobre e cobalto, são fundamentais para a fabricação de baterias, veículos elétricos e equipamentos eletrônicos modernos. Além disso, eles sustentam o avanço da energia limpa e desempenham papel central na descarbonização global.
À medida que a demanda mundial por eletrificação cresce, também aumenta a necessidade de um fornecimento estável e responsável. Por esse motivo, o novo fundo se consolida como uma ferramenta estratégica para garantir segurança de suprimentos, fortalecer economias emergentes e estimular a inovação industrial.
Com isso, a iniciativa reduz a dependência de países asiáticos, diversifica a cadeia global de minerais críticos e posiciona o Brasil no centro da corrida por recursos sustentáveis. Assim, o país ganha destaque internacional, atrai novas parcerias e fortalece seu protagonismo na economia verde mundial.
Impacto econômico e ambiental
O investimento criará empregos diretos e indiretos na Bahia, fortalecerá o mercado de trabalho local e impulsionará a economia regional. Ao mesmo tempo, o projeto ampliará a presença do Brasil no mercado global de mineração, tornando o país um exportador estratégico de metais essenciais.
A Appian já registrou resultados expressivos em projetos sustentáveis na África, principalmente nos segmentos de ouro e terras raras, o que demonstra sua competência em unir rentabilidade e responsabilidade ambiental.
O presidente da Appian, Michael W. Scherb, afirmou que “os minerais e metais críticos são a base da economia moderna”. Ele também destacou que “à medida que o mundo acelera sua transição energética e digital, esses recursos se tornam indispensáveis para o crescimento sustentável e equilibrado”.
Essa visão reforça a importância global do fundo e mostra como a mineração responsável pode impulsionar economias inteiras, preservando o meio ambiente e mantendo elevados padrões éticos.