1. Início
  2. / Legislação e Direito
  3. / Banco erra e deposita R$ 18,6 milhões, mas nega acordo com cliente e quis o dinheiro de volta com juros
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Banco erra e deposita R$ 18,6 milhões, mas nega acordo com cliente e quis o dinheiro de volta com juros

Escrito por Carla Teles
Publicado em 06/10/2025 às 19:18
Banco erra e deposita R$ 18,6 milhões, mas nega acordo com cliente e quis o dinheiro de volta com juros
Um banco erra e deposita R$ 18,6 milhões na conta de um cliente. Ele usa parte do valor, mas o banco nega acordo e exige o dinheiro de volta com juros. Entenda a disputa judicial.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Conforme apurado pela Record Goiás, um empresário goiano se viu no centro de uma batalha judicial após a instituição financeira se recusar a negociar e exigir o valor com acréscimos.

Um empresário de Goiânia foi surpreendido com um depósito de R$ 18.666.000,00 em sua conta corrente após um banco errar em uma operação massiva. O caso, que inicialmente parecia um golpe de sorte, rapidamente se transformou em um imbróglio judicial quando a instituição financeira, além de reaver o valor, se negou a fazer um acordo e passou a exigir a devolução do montante com juros, segundo a defesa do cliente.

O episódio, detalhado em uma reportagem da Record Goiás, expõe a complexa situação de um cliente que utilizou parte do dinheiro antes de ser notificado. A reação do banco incluiu o registro de um boletim de ocorrência e uma ação que levou à apreensão de bens, enquanto o empresário alega ter tentado negociar a devolução desde o primeiro momento, sendo agora réu em um processo criminal e autor de uma ação de indenização contra a instituição.

O erro milionário e as transferências imediatas

O ponto de partida do caso foi uma falha sistêmica em um grande banco, ocorrida no dia 26 de dezembro do ano passado. O erro operacional afetou cerca de 400 clientes em todo o Brasil, que receberam depósitos milionários inesperados. Entre eles estava Guilherme Moreira, dono de um restaurante de luxo em Goiânia, que viu sua conta saltar para mais de R$ 18,6 milhões da noite para o dia.

No dia seguinte ao depósito, antes de uma comunicação formal do banco, Guilherme realizou cinco transferências que, juntas, somaram mais de R$ 1,1 milhão. Documentos obtidos com exclusividade pela Record Goiás mostram que ele transferiu R$ 150 mil para seu pai, outros R$ 150 mil para a conta de sua empresa, R$ 502 mil para um fornecedor e adquiriu um veículo Porsche, ano 2014, no valor de R$ 280 mil. Essas movimentações se tornaram o centro da acusação da instituição financeira.

A resposta do banco e a ação policial

Diante das transferências, a instituição financeira optou por uma abordagem dura. Em vez de focar apenas na recuperação administrativa do valor, o banco registrou um boletim de ocorrência contra Guilherme. A ação policial resultou em uma determinação judicial para a busca e apreensão do veículo de luxo, que foi posteriormente entregue à instituição como parte da restituição.

Segundo o delegado responsável pelo caso, existem indícios de que o empresário tentou tirar vantagem da situação. A investigação apontou que, no dia anterior ao depósito, o saldo em conta de Guilherme era de aproximadamente R$ 27 mil, um valor drasticamente inferior ao milhão que ele movimentou. Com base nisso, o empresário foi indiciado por crimes que, somados, podem resultar em até 11 anos de prisão.

A versão da defesa: tentativa de acordo frustrada

YouTube Video

O advogado de Guilherme Moreira contesta veementemente a narrativa de má-fé, afirmando que seu cliente buscou o banco assim que percebeu o erro. A defesa apresentou mensagens de texto trocadas com o gerente da conta, nas quais o empresário se coloca à disposição para negociar a devolução dos valores. A principal reviravolta no caso, segundo o advogado, foi a postura irredutível da instituição.

O grande impasse surgiu porque, de acordo com a defesa, o banco erra mas se recusou a aceitar um acordo de devolução, exigindo o montante integral corrigido com juros. “O meu cliente, além de estar com a conta negativada até hoje, recebendo uma série de cobranças, teve agora um bem apreendido na operação policial e todo o constrangimento de enfrentar uma investigação criminal”, afirmou o advogado à Record Goiás. Em resposta, o empresário moveu uma ação de indenização por danos morais e materiais contra o banco.

Consequências legais: “achado não é roubado”?

Embora a situação tenha sido provocada por uma falha interna, a lei brasileira é clara sobre a apropriação de valores indevidos. O ditado popular de que “achado não é roubado” não se aplica ao sistema jurídico. Apropriar-se de dinheiro que entrou na conta por engano, mesmo que o banco errar seja a causa, caracteriza uma infração penal. A orientação legal é sempre buscar a devolução imediata a quem é de direito.

O erro do banco, na época, foi notícia em diversos portais, e muitos dos clientes que receberam os valores os devolveram por conta própria, evitando complicações legais. O caso de Guilherme Moreira, no entanto, serve como um alerta sobre como uma falha operacional pode escalar para uma disputa judicial complexa, com graves consequências financeiras e criminais para o cliente envolvido.

O que você faria nesta situação? Acredita que a atitude do banco em cobrar juros pelo próprio erro foi correta? Deixe sua opinião nos comentários, queremos saber como você enxerga esse impasse.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Carla Teles

Produzo conteúdos diários sobre tecnologia, inovação, construção e setor de petróleo e gás, com foco no que realmente importa para o mercado brasileiro. Aqui, você encontra oportunidades de trabalho atualizadas e as principais movimentações da indústria. Tem uma sugestão de pauta ou quer divulgar sua vaga? Fale comigo: carlatdl016@gmail.com

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x