Lucro do Banco do Brasil despenca 60% e acionistas de BBAS3 terão menos dividendos. Resultado trimestral foi o pior em quase cinco anos, com queda nas ações e impacto direto no retorno dos investidores
O lucro do Banco do Brasil registrou uma queda de 60% no segundo trimestre de 2025, totalizando R$ 3,8 bilhões, segundo dados divulgados pela instituição e citados pela Bloomberg. O resultado veio muito abaixo das projeções de analistas, que esperavam cerca de R$ 5 bilhões, e marca o pior desempenho em quase cinco anos.
Além da forte redução no lucro, o banco anunciou que diminuirá a taxa de distribuição de dividendos para 30%, contra a faixa anterior de 40% a 45%. Essa é a primeira redução desde 2020 e afeta diretamente os investidores que possuem ações BBAS3 na B3.
Por que o lucro caiu tanto
A principal razão para o recuo foi o aumento das provisões para perdas com créditos duvidosos, que subiram 104% e chegaram a R$ 15,9 bilhões. Isso indica que a inadimplência dos clientes cresceu de forma significativa, especialmente na carteira de agronegócio, já pressionada por pedidos de falência de produtores rurais.
-
Uso de cartões dispara no Brasil com mais de 11 bilhões de transações — pagamentos por aproximação crescem 38% em um ano
-
Brás enfrenta apagão de mão de obra com mais de 10 mil vagas abertas e pressiona governo por soluções urgentes
-
O primeiro “sinal verde” da moeda chinesa no Brasil viabiliza megaparque solar e abre rota para crédito verde às vésperas da COP30
-
Justiça pode validar descontos de R$ 5,7 bilhões a empresas da Lava Jato ainda esse ano
Outro fator foi a entrada em vigor de novas regras contábeis em janeiro, que exigem critérios mais rigorosos para provisões e impedem o reconhecimento de juros sobre empréstimos de baixa qualidade. Essas mudanças reduziram receitas e pressionaram os resultados operacionais.
Efeito no desempenho e no mercado
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do Banco do Brasil caiu para 8,4%, o menor patamar desde 2016, sinalizando queda na eficiência na geração de lucro. No acumulado do ano, as ações BBAS3 já registram queda de 17,9%, após um recuo de 13% em 2024.
Para os investidores, a combinação de menor lucro, redução de dividendos e queda nas ações significa perda de atratividade do papel no curto prazo. Mais de metade das ações do Banco do Brasil pertence ao governo federal, o que também implica impacto nas receitas públicas.
Perspectivas para 2025
Segundo a CEO Tarciana Medeiros, 2025 será um ano de ajustes, antes de buscar nova expansão. O banco restabeleceu sua projeção de resultados para o ano, prevendo queda de pelo menos 34% no lucro anual em comparação a 2024.
A expectativa de recuperação dependerá de um cenário de menor inadimplência, estabilização nas provisões e adaptação completa às regras contábeis. Até lá, analistas apontam que a volatilidade pode continuar afetando o papel BBAS3.
Você acha que a queda no lucro do Banco do Brasil e a redução dos dividendos tornam a ação BBAS3 menos interessante para investimento? Deixe sua opinião nos comentários.