O Banco Central enfrentou desafios distintos nos governos Bolsonaro e Lula, com intervenções recordes no primeiro e cautela no segundo. Com o dólar batendo R$ 6, cresce a pressão para novas ações. Mas até onde o BC deve ir para estabilizar o mercado? Descubra como o câmbio flutuante influencia sua vida!
A variação do dólar tem um impacto direto na economia brasileira e afeta desde a inflação até os preços de produtos importados.
Durante os últimos dois governos, o Banco Central (BC) adotou estratégias completamente distintas para lidar com a valorização da moeda americana.
Na gestão de Jair Bolsonaro, a autoridade monetária vendeu dólares no mercado à vista 113 vezes. Em contraste, na administração de Luiz Inácio Lula da Silva, até agora, apenas uma intervenção foi registrada.
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Entendendo o cenário: o papel do BC no câmbio flutuante
O Brasil adota o regime de câmbio flutuante desde 1999, o que significa que o valor do dólar é determinado pelo mercado, baseado na oferta e na demanda.
O BC só interfere em situações consideradas de disfuncionalidade, como volatilidade extrema ou crise cambial. Entre os instrumentos que o BC usa para intervir estão:
- Venda direta de dólares no mercado à vista, como forma de suprir a falta de oferta e equilibrar a cotação da moeda;
- Contratos de swap cambial, que funcionam como uma proteção para empresas e investidores que têm dívida ou operações em dólar, sem necessidade de mexer nas reservas internacionais
No período entre 2013 e 2018, por exemplo, o BC passou seis anos sem vender dólares no mercado à vista. Isso mudou drasticamente a partir de 2019, quando a autoridade monetária começou a intervir com mais frequência devido a diversos fatores, como queda da taxa Selic e instabilidade política
Governo Bolsonaro: 113 intervenções e US$ 74 bilhões vendidos
De acordo com o portal UOL, durante o governo de Jair Bolsonaro, o Banco Central (BC) realizou 113 intervenções no mercado à vista de câmbio, resultando na venda de aproximadamente US$ 74 bilhões. Essa postura mais ativa se deveu a uma combinação de fatores econômicos que impactaram diretamente o câmbio no período.
Entre as principais razões apontadas estão:
- Queda da taxa de juros (Selic): Em 2019, o Brasil reduziu a taxa de juros de 6,5% para 4,5%, tornando o mercado local menos atrativo para investidores estrangeiros. Isso gerou uma saída de capitais, pressionando o dólar para cima
- Pandemia de COVID-19: A crise sanitária global, iniciada em 2020, trouxe forte instabilidade aos mercados financeiros. O BC precisou agir para evitar uma desvalorização ainda maior do real em relação ao dólar
- Volatilidade eleitoral: Em 2022, ano de eleições, o BC interveio 11 vezes entre setembro e dezembro, somando US$ 13 bilhões em vendas. Essas operações ocorreram em meio a temores de instabilidade política
Governo Lula: uma única intervenção até agora
Em 2023 e 2024, a postura do Banco Central mudou significativamente. Durante o primeiro ano de governo Lula, nenhuma intervenção direta foi feita no mercado à vista. Em setembro de 2024, contudo, o BC vendeu US$ 1,5 bilhão, justificando a ação como uma resposta a desequilíbrios pontuais no mercado.
A mudança de postura pode ser atribuída a fatores como:
- Preservação de reservas internacionais: As reservas caíram de US$ 374 bilhões, em 2018, para US$ 324 bilhões, no final de 2022, devido às vendas no governo Bolsonaro. Em setembro de 2024, as reservas estavam em US$ 360 bilhões
- Cenário de risco fiscal: Economistas avaliam que o principal fator de alta do dólar atualmente é a percepção de risco em relação ao endividamento público, que afeta a confiança de investidores
Contratos de swap cambial: uma ferramenta complementar
Outro indicador importante é o saldo de contratos de swap cambial, que também reflete a atuação do Banco Central no câmbio. Durante o governo Bolsonaro, esses contratos subiram 46%, de US$ 68,8 bilhões para US$ 100 bilhões. Já no governo Lula, o aumento foi mais modesto, de apenas 2%, chegando a US$ 102,8 bilhões
Por que as estratégias são tão diferentes?
As diferenças nas políticas cambiais refletem os cenários econômicos e prioridades de cada governo.
- No governo Bolsonaro, a pandemia e a instabilidade política exigiram uma postura mais agressiva para conter a volatilidade do mercado.
- No governo Lula, as condições macroeconômicas, embora desafiadoras, permitiram uma abordagem mais cautelosa, focada na manutenção das reservas e no uso de instrumentos menos invasivos
As reservas internacionais ainda são suficientes?
As reservas internacionais, que hoje somam cerca de US$ 360 bilhões, são um importante amortecedor contra crises cambiais.
No entanto, sua redução ao longo dos anos levantou preocupações. Economistas apontam que a venda de dólares, embora necessária em alguns momentos, não pode ser uma solução de longo prazo para os problemas estruturais da economia
Qual o futuro das intervenções do Banco Central?
Com o dólar novamente em alta e próximo aos R$ 6, cresce a pressão para que o BC volte a intervir no câmbio. Apesar disso, analistas destacam que medidas pontuais não resolvem problemas como a desconfiança fiscal.
“Melhorar a política fiscal é o caminho mais eficaz para estabilizar o câmbio”, afirma José Ronaldo de Castro Júnior, professor do Ibmec-RJ
E você, acha que o Banco Central deveria intervir mais frequentemente no câmbio ou manter a cautela?
Acho que a alta do dólar está maculada pela política de interesses externos, como buscar uma nova redução de investimentos querendo frear a competitividade do Brasil e China, que como parceiros tem hoje uma condição, que pode frear a voracidade nacionalista e isolacionista de Trump. Por isto não deve ainda intervir no mercado. Melhor esperar a realidade das primeiras ações do governo Trump.