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Banco Central ‘entrega os pontos’: Drex é desmontado, perde funções e pode não virar moeda digital nem em 2026

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 05/11/2025 às 11:24
O Banco Central mudou radicalmente o projeto do Drex, desativou parte da estrutura e adiou a próxima fase para 2026 após detectar problemas de privacidade
O Banco Central mudou radicalmente o projeto do Drex, desativou parte da estrutura e adiou a próxima fase para 2026 após detectar problemas de privacidade
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Banco Central desmonta o Drex, abandona pagamentos e adia nova fase para 2026 após falhas de privacidade na tecnologia blockchain

O Banco Central (BC) decidiu alterar profundamente o projeto da moeda digital Drex (Digital Real X), criado para simplificar operações financeiras por meio de tokenização. A iniciativa começou em 2020, mas, por causa de problemas de privacidade, foi adiada para 2026 e seguirá com um foco diferente do planejado inicialmente.

Origem do Drex e mudanças no cronograma

O BC iniciou o Drex em 2020 com um grupo de trabalho responsável por estudar a criação da moeda digital. No ano seguinte, a instituição divulgou as diretrizes do desenvolvimento, que incluíam pagamentos no varejo, operações online e offline e até a possibilidade de uma versão física da moeda.

Em 2023, começaram os testes da nova tecnologia e foram selecionados os 16 primeiros participantes, entre consórcios e instituições financeiras. Nesse período, também surgiu o nome Drex, substituindo a denominação anterior, Real Digital. Ainda naquele ano, ocorreu a primeira transferência entre bancos utilizando a plataforma, em caráter experimental.

O BC iniciou a segunda fase de testes em 2024 e planejava iniciar a terceira em 2025. O lançamento ao público, previsto para o início deste ano, não aconteceu. Agora, o órgão estima uma nova etapa de testes apenas para 2026.

Com a reorientação do projeto, o Drex deixará de incluir funcionalidades de pagamento. Segundo o BC, parte da infraestrutura baseada em DLT (Distributed Ledger Technology) será desligada na próxima segunda-feira (10), conforme comunicado aos consórcios que participam do desenvolvimento.

Motivos para a mudança e próximos passos

A mudança ocorre porque o Drex utilizaria uma infraestrutura blockchain que ainda apresenta problemas de privacidade não resolvidos. Questões como sigilo bancário exigem correções estruturais, que não avançaram no ritmo necessário.

O BC prevê decidir, no primeiro semestre de 2026, qual tecnologia irá substituir a atual base para a continuidade do programa piloto.

Entre as prioridades está o desenvolvimento de um serviço que garanta registros seguros sobre o uso de ativos como garantia de crédito. O objetivo é aprimorar esse mecanismo antes de avançar para outras funcionalidades.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Fabio Araujo, coordenador do projeto, afirmou que as soluções testadas “ainda não apresentam nível de maturidade compatível com o que é requerido pelos serviços operados no sistema financeiro nacional”. Ele também destacou que chamar o Drex de “moeda digital” pode gerar interpretações equivocadas, já que essa não é a essência do projeto.

Internamente, o Banco Central não interpreta a mudança de rota como um fracasso. A instituição avalia novos modelos de negócio e estuda outras formas de aplicação para a tecnologia desenvolvida até aqui, enquanto reorganiza os próximos passos do Drex para 2026.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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