A Bahia ganha protagonismo na transição energética do Brasil, liderando a geração de energia solar e eólica e fortalecendo sua posição na mineração de minerais críticos essenciais para a economia verde.
A transição energética global não é mais uma previsão distante, mas uma realidade em andamento. E nesse cenário, a Bahia tem conquistado posição de destaque. O estado aparece hoje como líder na produção de energias renováveis no Brasil, ocupando o primeiro lugar tanto em geração eólica, com 35%, quanto em solar, com 27%, segundo dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE, 2025).
Esse protagonismo não é por acaso. São 356 usinas eólicas em 36 municípios e 85 solares em 16 cidades, com investimentos que ultrapassam R$ 70 bilhões. Além do impacto direto na matriz energética brasileira, essa estrutura já resultou na criação de quase 180 mil empregos, um número que reforça o papel da Bahia como centro da economia verde no país.
Expansão constante e novos projetos no horizonte
O avanço não para por aí. Mais de 700 projetos de geração renovável estão em andamento ou planejados para os próximos anos. No segmento de energia eólica, a Bahia já conta com 20 usinas em construção e outras 216 previstas. No setor solar fotovoltaico, o ritmo é ainda mais impressionante: são 20 empreendimentos em andamento e 538 aguardando início das obras.
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Esse movimento mostra que o estado está preparado para atender à crescente demanda global por fontes de energia limpa, ao mesmo tempo em que se posiciona como um dos maiores polos de inovação sustentável da América Latina.
Mineração: peça-chave no fortalecimento da energia limpa
Mas não é apenas a produção de energia que coloca a Bahia em evidência. A mineração também tem papel decisivo nesse processo. O estado ocupa a terceira colocação no ranking de maiores produtores minerais do Brasil, ficando atrás apenas de Minas Gerais e Pará.
No primeiro trimestre de 2025, a atividade mineral movimentou R$ 3,5 bilhões, representando 3,34% das exportações nacionais. A receita para a economia baiana ultrapassou R$ 311 milhões, com geração de mais de 200 empregos diretos.
Esse desempenho é impulsionado pela produção de níquel, cobre, ouro, vanádio e urânio, além da extração de 47 das 93 tipologias minerais catalogadas no Brasil. Atualmente, 48% dos municípios baianos têm na mineração uma atividade de destaque.
Investimentos robustos e minerais críticos no centro da economia verde
O cenário é ainda mais promissor quando observamos os investimentos projetados. Entre 2025 e 2029, a mineração brasileira deve receber US$ 68,4 bilhões, sendo quase US$ 9 bilhões destinados à Bahia, o que corresponde a 13,2% do total.
Esses recursos se concentram principalmente na produção de minerais críticos estratégicos, fundamentais para a transição energética mundial. Matérias-primas como cobre, níquel, cobalto, lítio, manganês e terras raras são indispensáveis na fabricação de turbinas eólicas, baterias e veículos elétricos.
Um exemplo simbólico desse movimento é a chegada da montadora chinesa BYD, que está construindo uma fábrica na Bahia para produção de carros elétricos. Essa iniciativa reforça a conexão entre a cadeia mineral e a indústria de energia limpa, consolidando o estado como protagonista de um novo ciclo econômico.
Com abundância de recursos naturais, infraestrutura consolidada e atração de grandes investimentos, a Bahia se firma como uma peça-chave da transição energética brasileira. O estado não apenas lidera a geração de energia solar e eólica, como também fortalece sua posição no setor mineral, assegurando a oferta dos insumos necessários para a revolução verde.